domingo, 21 de abril de 2013

Para que realmente servem os smartphones...


Basicamente servem para nos entreter quando estamos há meia hora à espera que o empregado de mesa chegue com o nosso pedido.

Tenho algo a confessar - gosto de fast food. Pronto, está dito e recordado para a posteridade por aqui, perante quem se dê ao trabalho de o ler. Não é que o meu palato bata palmas e solte guinchinhos juvenis de excitação com aquilo que nos é servido. Mais do que a comida em si, gosto da rapidez com que é servida.
Em meia-hora, escolhi, comi, e já passei para o café e o cigarro.
Falta-me, muitas vezes, a paciência para o ritual de espera, da intrincada troca de cortesias entre quem atende e quem é atendido, dos intervalos infindáveis entre os vários actos da refeição. Entendo e aprecio os conceitos de slow food, de que o tempo é um ingrediente essencial quando queremos uma experiência plena à mesa.
Mas porra, por vezes não quero experiências, quero simplesmente comer. E dizer que não há lugar para tudo, seria abolir o sprint para enfatizar a maratona.

Hoje apeteceu-nos pizza.
Para mim as pizzarias, em especial destes franchises, são restaurantes de uma categoria intermédia. Ocupam o degrau imediatamente acima do fast food, longe de ser propriamente daqueles sítios onde se espera viver uma grande experiência gastronómica. Estão ligeiramente entre ambos e tal deveria revelar-se sobretudo no tempo dispendido numa refeição - um compasso a meio tempo.

 Passada meia-hora a empregada vem comunicar que a cozinha não dispõe de um dos ingredientes. Acordamos uma alternativa. Meia-hora para se darem conta?! Reviramos os olhos... Primeiro pedido de desculpa. Voltamos a atenção para o smartphone, e continuamos a leitura das notícias.
Sim, não fora este e muito provavelmente a reacção teria sido sair porta fora.
Dois segundos depois, aproxima-se o gerente com um segundo pedido de desculpas - a pizza já está no forno. Quando se afasta, reviro os olhos pela segunda vez. Respiro fundo - o que é que se passou mesmo na China? - fazendo por me abstrair.
Vem a pizza. Faltam as bebidas.
Passam mais umas três vezes pela mesa. Mais uns pedidos de desculpa, perguntam se a pizza está do nosso agrado.
Que pena não serem tão disponíveis quando realmente precisamos de atenção, de café, da conta.









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