quinta-feira, 27 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Ir às compras de braço dado com D. Consciência...



Tenho a impressão que isto de ser consumidor já foi bem mais fácil. Aliás, voltando ao meu hábito de citar provérbios, diz o velho adágio que "a ignorância é uma benção", e é bem verdade!

Porque ir às compras munidos de uma consciência, aviso já, é de certa forma como tomar o mesmo comprimido que o Neo tomou no Matrix. Muda tudo de uma forma irreversível.

E aí começa o pesadelo do consumidor! Uma das implicações directas na minha experiência enquanto consumidora, é que já nem me lembro da última vez que comprei algo por impulso. Acho que é algo que aboli do meu léxico de consumo.

via audcole
 

Digamos que começam uma dieta, e que é esse é o primeiro passo que vos leva a procurarem mais informação sobre nutrição, alimentação saudável, as vantagens dos produtos orgânicos e não processados.
Garanto-vos que as primeiras vezes que voltarem ao hiper ou ao super do costume vão andar às aranhas! Vão começar a ler os rótulos das embalagens, vão chocar-se com os ingredientes esdrúxulos, e andar às voltas com o carrinho num quase total desânimo, rodeados de muitos milhares de produtos e quase sem nada para comer.

Digamos que querem apoiar a produção e a economia nacional, adquirindo o máximo de produtos made in Portugal.
Mais uma dor de cabeça colossal, pois é impossível só com essa denominação ter a garantia que as matérias-primas são de origem nacional, ou até se foi produzido em Portugal, ou por uma empresa portuguesa.

Digamos que querem apoiar o comércio tradicional, e até isto requer a perspicácia de saber distinguir aqueles com fornecedores portugueses e locais que merecem realmente o nosso apoio, daqueles que vão abastecer aos enormes armazéns grossistas, e nos cobram preços exorbitantes por uma alface desmaiada ou uma qualquer treta, que afinal acaba por ser de fabrico asiático.

Digamos que querem comprar um qualquer aparelho - um aspirador, um telemóvel, qualquer coisa. Como consumidores conscientes que são, e ainda mais se deterem algumas noções básicas de marketing, irão com toda a certeza passar dias a pesquisar artigos sobre o produto desejado na internet, a ver reviews (abençoados aqueles que se dão ao trabalho de as fazer), a ler quinhentas análises, a procurar a loja com o melhor preço e o melhor rating em termos de serviço pós-venda.
Porque querem um bom produto a um preço razoável - não querem pagar uma quantia obscena só porque a marca X gasta um balúrdio em campanhas publicitárias, nem querem apoiar uma empresa que tenha atitudes que achem desprezíveis.

Digamos que são contra os testes de produtos em animais. Parece-vos especialmente cruel sacrificar vidas por lábios cheios ou por um rabo com menos celulite? Se sim, somos do mesmo clube!
Então preparem-se para a epopeia que é encontrar produtos de beleza livres de crueldade! Garanto-vos que é bem mais fácil abraçar um look natural e andar de cara lavada.

Digamos que são contra as empresas cuja política para redução de custos e consequente aumento das margens de lucro, é subcontratar outras pseudo-empresas em países de "terceiro mundo" para fabricarem os seus produtos.
Pseudo-empresas que acabam por ser notícia pelos piores motivos, como aconteceu em Daca. Onde as pessoas trabalham muito em troca de muito pouco, nas piores condições, e cujas marcas clientes que fomentam a proliferação desta realidade são tantas e tão conhecidas de todos nós, que um consumidor com consciência arrisca-se seriamente a andar nú.

Digamos que acham injusto que sendo o agricultor o único a produzir, seja o elo mais fraco da cadeia de consumo. Aquele que, do total pago pelo consumidor final, leva a fatia mais magra. Então procuram produtos "fair trade", e encontram um paralelismo inquietante com o segmento "made em Portugal" - o de que ambos ainda têm que crescer muito, porque nem só de café e chinelos, ou de azeites, potes de mel gourmet, ou sabonetes em caixas bonitas a preços grotescos vive o Homem.

Ainda há quem me fale do enorme prazer em ir às compras...






quarta-feira, 19 de junho de 2013

Aquele abraço - Brasil e Turquia!



Sou portuguesa na carne, na identidade, e em tudo o resto. Mas o meu coração viaja. Ele é que sabe, e sabe que é um coração cidadão do mundo. Já a alma, nem sequer se prende a um só planeta, mas isso são outros quinhentos.

Hoje, o meu coração é turco e brasileiro. Este meu tambor é um romântico e morre de afectos por poetas guerreiros, por quem defende o que é justo.

Portanto, aqui segue "aquele abraço" além fronteiras...






sábado, 15 de junho de 2013

Manual de etiqueta para visitas pós-parto


Há dias uma amiga minha deu à luz.
A vinda ao mundo de novas vidas é sempre tocante, um momento de júbilo.

Nada mais natural do que o desejo de expressar essa alegria, de parabenizar e apoiar os novos pais, de conhecer os bébés. A questão é que, mesmo com a melhor das intenções, não é raro familiares, amigos e conhecidos tornarem-se, no mínimo, importunos.

Ainda hoje, uma conhecida perguntou-me se já tinha visitado os recém nascidos e pegados neles. Confesso que fui talvez demasiado seca e brusca na resposta, mas fiz questão de deixar bem claro que é demasiado cedo para andar a chatear os novos pais com essas coisas.

É claro que também eu vou querer dar as boas vindas a estes novos e lindos seres, mas deixei bem explícito à minha amiga, que para além de poder contar comigo, deverá ser ela a avisar-me quando for a altura ideal para uma visita.

via uol


Então parece-me uma boa ideia expôr aqui uma espécie de "manual de etiqueta para visitas pós parto". Não se trata de ciência espacial, apenas um pouco de empatia, respeito e bom senso traduzidos em algumas regras, cujo objectivo é facilitar a recuperação da mãe, a adaptação do novo ser e dos seus pais a esta nova realidade, o desenvolvimento das suas rotinas.


O "tal" Manual

1 - A mãe é que manda! As opiniões, gostos e vontades da família, amigos e conhecidos devem ser mandados às urtigas.

2 - A mãe decide se quer receber visitas aquando a sua estadia na Maternidade, e de quem. O papel do pai é apoiá-la, e de todos os restantes, aceitar e acatar a sua decisão, seja ela qual for.

3 - O ideal é que cada casal estipule e comunique ao seu círculo de familiares e amigos com alguma antecedência, o conjunto de regras a serem seguidas, inclusivé os horários das visitas.

4 - "Copos de água e conselhos só se dão a quem os pede", diz o velho adágio. Não massacre os pais, (especialmente a mãe), com mil e uma indicações sobre o que fazer e como fazer. Para isso existem os profissionais de saúde que acompanham a parturiente, e o que se adequa a um caso pode não se adequar a outro.

5 - Na maternidade seja breve nas suas visitas - não exceda os 15 minutos. Nunca apareça de surpresa - vá somente com conhecimento prévio e aprovação da mãe. Fale baixo. Tenha o telemóvel em silêncio. Não peça para pegar no bébé. Pergunte à mãe se precisa de alguma coisa. Que a roupa não cheire nem a tabaco nem a perfumes fortes. Lave as mãos. Abstenha-se de dar conselhos. Não entre acompanhado de alguém com quem a mãe não contava.

6 - Aquando uma visita à casa do bébé, siga as regras anteriores. Inclusivé prontifique-se para ajudar. Pergunte se a mãe precisa de alguma coisa do supermercado, da farmácia, se há louça por lavar, roupa para estender. Neste caso, visita que não ajuda, atrapalha.

7 - É comum que as parturientes usem o telemóvel como uma ferramental útil para comunicar a todos o nascimento do bébé. Uma mensagem, foto do pequeno e pimba, feito! Não o considere carta branca para insistir em telefonemas. Responda com uma mensagem breve, mas não espere uma resposta imediata, a mamã tem outras prioridades!

8 - O pós-parto é doloroso, seja de um parto natural ou cesariana. O corpo da mãe está a recuperar e a habituar-se a novas necessidades, como o aleitamento.
O bébé é frágil, acabou de entrar num novo mundo. Os pais e o recém nascido precisam das primeiras semanas só para eles, para se conhecerem, criarem laços, compreenderem as necessidades do pequenino, adaptarem-se aos seus novos papéis de vida.
Há que entender que, para além da mãe da nova mamã, de quem se espera um apoio excepcional, todas as outras presenças vão ser mais prejudiciais do que benéficas, pelo menos nas primeiras semanas, no primeiro mês ou até dois, dependendo de cada caso.
Espera-se do círculo de familiares e amigos que saibam usar de bom senso durante este período, porque digo eu, que as recém mamãs não têm qualquer obrigação de fazer fretes!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A caixa de ressonância #1


Ressoar é existir eco, provocar uma vibração de uma qualquer amplitude. É encontrar um reflexo, um pedaço de nós nos outros.
Porque debaixo da carne, numa espécie de mundo subterrâneo, vive algo muito mais verdadeiro, livre e selvagem: a alma. Aquela parte de nós que vive de riso, que dança livremente, que abraça com força, que ama com uma intensidade que se sente até ao tutano, que se alimenta de raios de sol.

O ciclo da vida, quando feita de carne e osso, pode ser demasiado curta para, quem caminha a passos curtos e vagarosos, conclua a viagem que leva a esse mundo perdido, interior cintilante.

Daí a importância das expressões da alma. A alma dos outros é de certa forma um atalho para a nossa. Existem músicas, livros, expressões, imagens, e outras mil coisas que ressoam em mim com uma imensa amplitude, são o meu atalho, que me permitem um momento de sintonia com o melhor de mim, esse tal ser que habita num planalto escondido.
Cada momento destes, em que algo parece perfeito, incólume, brilhante, é uma peça com que se pavimenta o caminho que nos leva à autodescoberta.

Partilharei convosco, peça a peça, algumas das expressões de alma alheias que ecoam na minha "caixa de ressonância".






segunda-feira, 3 de junho de 2013

coisas que fazem bem: melancia


Simplesmente porque hoje tivemos um dia de sol radiante, é um bom motivo para falar de uma das frutas mais apetecíveis durante o Verão - a melancia.

Este fruto é sem dúvida um dos grandes favoritos - é o segundo fruto mais consumido à escala global, somente ultrapassado pela banana. A sua doçura natural, o seu aspecto convidativo, o facto de ser tão refrescante e de ser baixa em calorias, (100 gr equivalem a cerca de 20 calorias), são argumentos mais que suficientes para a sua popularidade.
Apesar de doce, o seu consumo é permitido a diabéticos, embora em doses moderadas.


via sami

Mas existem muitos mais motivos para consumir melancia - seja numa talhada, em sumo.
O sumo para além de delicioso, auxilia na limpeza de estômago e intestinos.
Até o aproveitamento das suas sementes para chá e sumo trazem benefícios, pois têm um efeito vasodilatador e vermífugo.

A melancia é rica em nutrientes: vitaminas do complexo A, B e C, ferro, cálcio e muita água, (cerca de 93%). Este facto torna-a especialmente indicada para quem sofre de problemas renais ou  do tracto urinário, pois ajuda a eliminar os resíduos.

Ela também contém potássio e magnésio, que ajudam a baixar os níveis de sódio no sangue; citrulina, um aminoácido que previne a doença arterial; L-arginina, muito benéfico para o sistema cardiovascular; e fibras, que lhe dá propriedades laxantes.

O seu elevado teor de minerais alcalinos, dão-lhe propriedades antireumáticas, e favorecem o aleitamento, (ajuda à digestão do leite materno), para além de ajudarem na cura de constipações e alívio da febre.

A presença de licopeno e glutationa dão a esta fruta poderes antioxidantes.

Como curiosidade, cientistas passaram a chamar a melancia de "viagra natural", pela presença de citrulina (em maior percentagem na casca, mas também com algum significado na polpa), que se converte no aminoácido arginina, sendo este o precursor do óxido nítrico, com propriedades vasodilatadoras.

Ou seja, tantos motivos para apreciar ainda mais uma boa talhada de melancia!