quarta-feira, 5 de março de 2014

Ainda doente...





Quando fiquei doente pela primeira vez este Inverno, lá para Novembro, consegui não perder o optimismo.  Em termos de intensidade não passava de uma gripezita, demorou imenso tempo, mas consegui exterminá-la sem recorrer a consultas nem antibióticos.


Desta vez é diferente.


Lembram-se do episódio, em meados de Fevereiro, em que fui babysitter de duas crianças "à força"?
(aqui)


Pois, os miúdos eram o verdadeiro Kinder Surpresa. Traziam um belo de um belo de um brinde, deixem que vos diga!


A minha imunidade estava em baixo, e por falta de hábito em lidar com crianças, o meu organismo não estava minimamente preparado para as estirpes que as crianças trazem dos infantários - "infectários".
Também não tomei as precauções devidas, (como dizer um redondo não!, por exemplo), porque só me apercebi do facto, através de um comentário da mãe das crias, quando as veio buscar, e nesse momento pensei "Já foste!"


E fui! E estou-me a sentir uma indía. Não porque é Carnaval. Mas porque aconteceu lembrar-me das tribos sul-americanas que encontraram o seu fim após o contacto com os conquistadores espanhóis e os seus vírus. (Sim, estou-me a sentir tão mal, que este é inevitavelmente o meu estado de espírito).


Respirei fundo, inspirando uma nova dose de paciência e optimismo. Retomei a rotina dos cházinhos e infusões e tentei convencer-me que tal como anteriormente, tudo iria correr pelo melhor.


Passadas duas semanas, após uma noite em que não conseguia respirar, porque ia jurar que existem híbridos meio ninjas, meio lutadores de sumo, que se sentam em cima do nosso peito, precisamente para o efeito, para além de dores musculares intensas em todo o corpo, calafrios e farfalheira, o meu optimismo foi pelo ralo.


Existe sempre uma porção de medo latente quando nos sentimos mal, doentes, quando a recuperação tarda. Tinha chegado ao ponto em que esse medo vem ao de cima, com questões como "e se errei no diagnóstico? Encarei isto com demasiada ligeireza? Será que arranjei um 31?".
Reconheço que estou suficientemente mal quando o meu lado dramático, virginiano, e algo hipocondríaco vem ao de cima.


É o tal lado que tentei domar enquanto me dirigi ao Centro de Saúde, para não focar os meus pensamentos no facto de também estes locais serem tão, mas tão prolíficos em patogéneos. É o lado que me leva a procurar um lugar o mais longe possível de qualquer outra pessoa na sala de espera, que enquanto sou auscultada torce para que o estetoscópio tenha sido devidamente desinfectado.


Na verdade, sinto-me assim porque estou mesmo cansada de estar doente. Não, dizer que estou cansada é pouco. Estou exausta de estar doente, de me sentir doente, desta fragilidade que atormenta, de não me conseguir rir sem que logo a seguir tenha um monumental ataque de tosse, de ter os dias estragados por esta condição!


Fecho os olhos à lista enorme, (e assustadora, confesso!), de possíveis efeitos secundários e contra-indicações que li na bula do antibiótico. Só quis confirmar que os dois medicamentos que trouxe não reagiriam negativamente um com o outro, e nem vou pensar mais nisso. Só quero ficar boa, voltar à rotina normal, ao riso e a tudo o resto.




Como aviso para o futuro, peço-vos que, se me virem a interagir com crianças (vossas ou não), equipada de luvas e máscara, a besuntar-me com gel anti-bacteriano após contacto com as mesmas, ou a fugir como o diabo foge da cruz caso desconfie que estas estejam doentes, não levem a mal.
Não é que não goste de crianças. Gosto, (a sério!), mas gosto ainda mais da minha saúde, e farei tudo para evitar ficar doente nos próximos tempos.
Fugirei igualmente de vós, caso vos veja a tossir ou a espirrar, por isso...






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