terça-feira, 30 de setembro de 2014

cromices #47: diz-me que cicatrizes tens, dir-te-ei quem és.









As cicatrizes são medalhas, muitas vezes resquícios de histórias fenomenais do tipo aventureiro como "nadei com um tubarão de 5 metros e trouxe isto como recordação".


Como dona de casa aventureira que sou também tenho as minhas cicatrizes e as minhas histórias.


Numa canela, a marca que teima em não se desvanecer de quando fui atacada pela minha própria cama. A bicha estava em fúria e investiu com toda a força com uma das esquinas contra a minha perna. Entre urros de dor, consegui domá-la. Portanto acabou bem.


No peito do pé, envergo a marca de um ataque kamikaze de uma lata de insecticida que se atirou de uma prateleira a mais de 2 metros de altura. Contra todas as probabilidades, sobrevivi.


Num dedo carrego a lembrança de um duelo mortal com uma lata de atum samurai. Honrando a ética dos guerreiros da Papua Nova Guiné, após a minha vitória, comi-a.




Isto é uma selva senhores! Uma selva!












segunda-feira, 29 de setembro de 2014

caixa de ressonância












cromices #46: Os observadores de humanos





Cada vez vejo que há menos diferenças entre nós e os animais.




E se nós, humanos, somos curiosos e gostamos de observar os animais no seu habitat, o mesmo deve acontecer com os animais em relação a nós, certo?


Certo! Como prova tenho um par de pombos que, sabe-se lá porquê, gostam de me ver acordar. Colocam-se no parapeito da janela do quarto e espreitam curiosos, trocando impressões.


Gostava tanto de saber o que dizem.









Sabedoria dos intas em 10 segundos #34



No outro dia, um conhecido decidiu juntar-se a um momento meu de trocas de mimos com "sobrinhos-emprestados-bébés-absolutamente-adoráveis-que-adoram-a-sua-titi-doida".


A sua intervenção não trouxe nada de novo nem acrescentou valor ao momento. Tratou-se simplesmente de mais "merda do costume", pardon my french, a típica observação que todas as pessoas sem filhos têm de gramar de vez em quando. A tão bem intencionada "devias ter filhos antes que seja tarde demais, senão depois vem o bicho papão do arrependimento e devora-te".


Há quem se pele de medo do arrependimento, dos "ses". A questão é que todos os dias tomamos muitas dezenas de decisões, variáveis em importância e complexidade, que vão desde o que se vai fazer para o jantar, até à roupa que se veste, às ofertas de emprego a que se decide responder.


E o ser humano tem uma capacidade de adaptação fenomenal, encontrar a felicidade em qualquer dos rumos que tome é quase sempre uma certeza.
Outra certeza é que haverão sempre momentos em que se devaneia, por curiosidade, sobre o caminho não tomado. É natural, é humano.


Saber lidar com isso de uma forma positiva é um requisito fundamental para se saber viver, e essa é a lição a reter.










coisas de aprender: como fazer uma flor em Origami












sábado, 27 de setembro de 2014

coisas que gosto #15: Hidroponia





Sou uma pessoa curiosa por natureza, questiono-me sobre como o mundo funciona e vou à procura das respostas.


Um dos rituais que adoptei há muito tempo, e que faço questão de manter, consiste em aprender uma coisa nova todos os dias. Faz parte da minha rotina diária tal qual como lavar os dentes, beber um copo de água ao acordar, ou qualquer um das dezenas de gestos automáticos e essenciais do dia-a-dia.


É que eu não consigo viver sem pensar, sem fabricar ideias. Ao longo dos anos fui acumulando ideias em cadernos e mais cadernos, (sim, sou do século passado, e ainda conservo o hábito de escrever à mão), que hoje se amontoam numa pilha de dimensão respeitável. Esse monte de escritos e rabiscos é o meu legado.
Em suma, o conhecimento é o combustível das ideias.


O que é que isto tem a ver com Hidroponia? Tudo!
Sem curiosidade nunca teria descoberto este tema, pelo qual me apaixonei.




De uma forma bastante concisa e simplista podemos definir a Hidroponia como a técnica de cultivar plantas sem solo.
As plantas são colocadas em canais ou recipientes, (muitas vezes em calhas de pvc), onde circula uma solução específica de água e um cocktail de todos os nutrientes que estas necessitam.


As vantagens em relação à Agricultura tradicional são várias:


- O solo não é homogéneo, existem no mesmo terreno zonas com mais nutrientes e outras com menos.  Na Hidroponia todas as plantas têm igual acesso aos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Como consequência temos produtos mais uniformes, maiores e até mais robustos.


- As plantas cultivadas por meio hidropónico estão sujeitas a menos pragas, visto que geralmente estas têm como origem, o solo.


- Grande poupança de recursos. Em termos de água falamos de uma poupança em torno dos 50 a 70%. Em termos de nutrientes, idem, visto que é tudo medido e usado rigorosamente. Não há desperdício.
Um produtor português hidropónico de morangos avança que, em vez de gastar 60000 litros de água na rega de um hectare, bastam-lhe 2500 litros, e produz durante todo o ano. Fenomenal, não?!
(Podem ler mais aqui ).


- Maior produção, durante um período mais alargado. Há quem diga que a Hidroponia "rende três vezes mais". Isto porque não se está dependente da qualidade do solo e do clima como na Agricultura tradicional.


- Não há necessidade de solo, por isso qualquer zona, independentemente da localização ou dimensão está apta para a prática de Hidroponia. Estamos a falar de poder cultivar alimentos em varandas, terraços, em zonas onde o chão seja cimento, em locais do mundo onde nunca se imaginou que a agricultura fosse possível.


- O trabalho em redor de uma cultura hidropónica é uma fracção do necessário na Agricultura tradicional. Para começar não é necessária a dura tarefa de preparar o solo, nem nada relacionado.
Na Hidroponia grande parte do trabalho consiste em controlar o sistema automático de rega e a saúde das plantas, garantir que a solução de nutrientes está perfeitamente equilibrada. Mesmo a colheita é exponencialmente mais fácil e menos trabalhosa, a começar pelo facto que as calhas onde as plantas estão, se encontram ao nível da cintura.
Isto significa que pouco mais de meia dúzia de pessoas são suficientes para uma área de cultivo enorme.


Só para que tenham a noção deixo aqui o link, (aqui ), de uma notícia que nos fala sobre como graças à Hidroponia, agricultores conseguiram, com sucesso, produzir hortaliças com água dessalinizada no meio do deserto mais árido do mundo!






Estou mesmo apaixonada por este conceito! Acredito que a Hidroponia é a solução para erradicar de uma vez por todas a fome no mundo.
Eu que sempre defendi a tese que todos nós deveriamos cultivar pelo menos parte dos nossos alimentos, vejo aqui uma forma possível de traduzir essa ideia para a realidade, quer habitemos no campo ou na cidade.


Além disso, se alguém me perguntar, enquanto profissional de marketing, sobre uma ideia de negócio viável eu sugiro, com todo o entusiasmo e ênfase, a Hidroponia.

























sexta-feira, 26 de setembro de 2014

caixa de ressonância












cromices #45: Chefes que (quase) matam não é para todos ou, se preferirem, the show must go on!





Um dos maiores cagaços que apanhei na vida, (talvez O maior), aconteceu há uma carrada de anos durante uma reunião de trabalho.


Todas as pessoas dirão a certa altura que os chefes os tiram do sério. Mas, poder dizer que os chefes os matam, (ou quase), é outro nível, muito mais avançado. Só para alguns!


Foi uma reunião em três actos:


- O 1ºacto começa com todos sentados, a dialogar pausadamente, a folhear documentos e a tirar notas.


- O aumento da pulsação e o surgimento de alguns tiques marcam a introdução do segundo. Trata-se da reacção natural do organismo à qualidade do conteúdo do discurso do interlocutor.


- O último acto inicia connosco já de pé, a tentar expôr pela trigésima vez, com a maior calma possível e compostura, o argumento que defendemos.


Continuamos o discurso sem parar para indagar sobre que raio de manchas vermelhas são aquelas que vemos na mesa de reuniões, ou o porquê da cara de pânico do homem. E lá continuamos a debitar factos e números e outros dados relevantes, a jugular a latejar e agarrados ao braço esquerdo, que sabe-se lá porquê está a doer para caramba. Mas há que continuar que isto passa já mal acabe a trampa da reunião e consiga uma pausa para um café e cigarro!
Outra vez aquela cara?! Mas estou a falar chinês ou quê?!


De repente o tempo dá a sensação de abrandar. O suficiente para perceber que as manchas eram de sangue que escorria pelo nariz, ganhei consciência de que estava efectivamente a apertar o braço esquerdo. Antes de ter tomado total consciência do sucedido, lembro-me que ainda pedi desculpa pela nojice e comecei a limpar o sangue da mesa, o que acho que fez que o meu interlocutor saísse do modo atónito e reagisse correctamente.




Por fim, soltei ou pensei um "Foda-se! Que grande merda!". E um dos motivos porque estou muito contente por aqui continuar, é que para a próxima estarei preparada com umas "last words" de melhor qualidade.






Quando as mulheres falam de sexo #35






Em modo "cowboyada", claro está...








coisas de ver #41





The Goldbergs












quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Por quem se torce



Cá em casa não se vê futebol, salvo episódios mais que raros. A atenção que se poderia atribuir ao esférico é direccionada para outros desportos, incluíndo MMA, (Mixed Martial Arts).


Embora seja um desporto violento não é uma ode à violência. É acima de tudo uma questão de técnica,  preparação física e mental, resiliência e atitude.


No início de cada combate, enquanto os atletas se dirigem à arena, temos por hábito escolher um favorito. Tratando-se algumas vezes de desconhecidos, a aposta baseia-se em instinto e na observação de pequenos detalhes.


Normalmente somos pelos underdogs. Partilhamos um carinho especial por estes.


Invariavelmente dou por mim a torcer por aqueles que se abstêm do uso de violência gratuita num desporto dessa natureza, (acredito que só os tontos não conseguem ver que mesmo ali há mundo para além disso), pelos que preferem um combate "limpo", sem golpes baixos nem "ground n'pound", os que dominam as técnicas de submissão, as chaves de Jiu-Jitsu que permitem uma vitória sem provocar grande dano ao adversário. Aqueles que sabem que poderiam ganhar facilmente se continuassem a massacrar a perna já fragilizada do outro atleta e por isso mesmo recusam-se a fazê-lo.
Torço pelos que "tocam luvas" no início de cada round, os que após a vitória se inibem de demonstrações efusivas de contentamento, em especial quando o outro atleta está magoado, e se sentam no tatame calma e inexpressivamente, porque hão-de saber que o respeito vale mais que a humilhação do outro.
Pelos que se preocupam pelo bem estar do oponente, o cumprimentam respeitosamente no fim do combate. Aqueles em cujo discurso vitorioso se limitam a agradecer a oportunidade, a relatar o quanto se preparam duramente para o evento e o mais importante, a sublinhar as qualidades do atleta derrotado.




E é aqui que percebo claramente que os desportos simbolizam a vida, em todas as arenas desta.









caixa de ressonância












cromices #44: A minha honesta review da "Casa dos Segredos"





... e outros reality shows em geral. Ah, que se lixe, meta-se no pacote 90% do que tem sido produzido em televisão nos últimos tempos!











segunda-feira, 22 de setembro de 2014

cromices #43: Não tenho absolutamente motivo nenhum para correr





Há tempos atrás quando embarcámos na demanda de uma vida mais saudável, a corrida foi uma das actividades escolhidas pelo marido.


Adoro caminhar, mas correr não é para mim. Enquanto consigo ficar em razoavelmente bom estado depois de 4 horas a caminhar, suplico por uma morte rápida e misericordiosa antes do primeiro quilómetro a correr. Mesmo assim, não sei como fui persuadida a acompanhá-lo algumas vezes numas voltinhas aqui em redor do burgo.


Não há rigorosamente nada no acto de correr que me motive e dê prazer, tirando uma pequena excepção: uma descida acentuada marcava sempre o fim do percurso, e tinha piada dar tudo por tudo aí, aproveitar a embalagem e sentir que os pés mal tocavam no chão, sendo que parte dessa alegria residia no facto do martírio estar a terminar, que mais uns passos e já se vislumbrava a porta de casa.


Quando decidi mandar a corrida de vez às urtigas, disse que a única hipótese de o voltar a fazer, é caso estivesse numa savana e tivesse que dar uso às pernas para fugir de um leão, ou algo assim.




Depois vi num qualquer documentário sobre a vida animal, que nestas situações de vida ou morte, nunca devemos fugir dos grandes felinos, mas enfrentá-los, fazer muito barulho, tentar criar a ilusão que somos maiores.


(se por acaso estiverem curiosos sobre como reagir a um ataque de um leão, podem ler mais aqui )




E aí percebi quão enorme é o meu grau de embirração e desgosto para com a corrida, quando me pareceu preferível enfrentar o rei da selva e esperar por um milagre, do que correr.















caixa de ressonância












domingo, 21 de setembro de 2014

cromices #42: Dolce far niente





Tirei o dia para me dedicar à bela arte do não fazer nenhum.


E como está a correr? - perguntam vocês.




Bem, já fiz a cama, lavei a louça de ontem, arrumei a sala, aspirei a casa e lavei o chão da cozinha, fiz uma máquina de roupa, e dobrei outra tanta. Daqui a nada vou tratar do almoço.













cromices #41: Hoje baldei-me





O meu marido é uma pessoa muito mais activa, aventureira e com muito mais energia para queimar do que eu. E isso é bom porque me leva a experimentar coisas, a viver momentos, que se dependessem unicamente da minha natureza muito provavelmente não existiriam.


Não somos propriamente opostos. Temos muitas semelhanças, mas são sobretudo as diferenças que nos enriquecem, que nos fazem experimentar coisas novas, a descobrir mais sobre o que gostamos e não gostamos.


Como exemplo, posso dizer que o ajudei a despertar um maior interesse pela leitura. Em troca foi-me dado a descobrir que existem actividades de carácter desportivo que me dão prazer, que são para mim. Com limitações, é claro.


Acho que por vontade dele, (se eu não me recusasse, claro está), uma saída a dois incluiria irmos fazer downhill para a serra. Um dia quem sabe, (já aprendi a não dizer nunca), só que por enquanto está absolutamente fora de questão.


Querem saber o meu principal motivo? Vejam o vídeo.










Mas até não me porto assim tão mal. Posso fazer cara feia, por vezes até beicinho durante um par de minutos, mas alinho muitas das vezes, desde que acredite que a actividade em questão não seja completamente dissonante das minhas capacidades.


Ontem, por exemplo, cheguei a casa com os ténis ensopados e as calças cheias de lama, depois de andar por entre silvas e azevinhos, a agarrar-me a pedras e a raízes e a ramos de árvores, a saltitar pedras para passar cursos de água, para irmos fotografar uma cascata. E não poderia ter sido melhor!


Hoje baldei-me. Ganhou o dolce far niente, e eu preciso desses momentos como de pão para a boca, senhores!
Por vezes mais do que uma manhã de praia, a olhar para os "meus surfistas", a beberricar cafés e suminhos de maçã e gengibre na esplanada, ou qualquer outra da meia centena de actividades possíveis para passar o tempo. Há dias em que não há nada nem ninguém que me arraste da gruta.





quinta-feira, 18 de setembro de 2014

cromices #40





Sim, o problema deve ser meu. Tenho uma mente badalhoca e um sentido de humor básico, incorrecto, perverso e indelicado.


Mesmo assim, não me cheirou bem que usassem na rádio a expressão "lufada de ar fresco" para descrever uma qualquer coisa relacionada com kuduro.





Coisas de pensar: Sintra precisa mesmo de mais um Centro Comercial?





Há notícia de que a construção de mais um Centro Comercial em Sintra foi aprovada. Será um Jumbo, localizado junto ao nó de Mem Martins no IC 19, quase em em frente ao Fórum Sintra, que abriu portas em 2011. Por sua vez, este fica encostado ao Retail Park.


Podem ler mais aqui.


Eu cá sou totalmente contra e ficam aqui os meus argumentos.




- Há quem argumente ser contra esta construção numa perspectiva de defesa do pequeno comércio / comércio tradicional do Concelho. Esse não é o propriamente o meu argumento.
Acredito que é possível a existência harmoniosa entre ambos os modelos.


Enquanto consumidora e de acordo com a minha própria experiência, a coexistência de comércio de rua e de Centros Comerciais trazem um acréscimo à qualidade de vida do cidadão, desde que se encontre o ponto óptimo de equilíbrio.


Acho que ambos são essenciais para uma vida com qualidade. Pessoalmente encontro boas razões para ser cliente tanto do comércio local tradicional como da oferta inserida em shoppings, e não consigo imaginar-me a abdicar de um destes modelos.


Quando eu era pequenina, há coisa de trinta anos atrás, na aldeia onde cresci só havia uma mercearia.
Se as pessoas queriam fazer compras dentro da própria localidade, sem terem que recorrer ao mercado de Sintra ou ao Jumbo de Cascais, não tinham outra hipótese.
Como é óbvio, essa mercearia prosperou e transformou-se num supermercado.
Nada de errado nisso, pelo contrário, excepto que não há comerciante, (grande ou pequeno), que não fique meio destrambelhado quando detém o monopólio de qualquer coisa, com aquela certeza de poder fazer o que lhe dá na telha sem sofrer consequências, e quem sofre é inevitavelmente o consumidor pela adopção de práticas menos boas.


Depois em 1991 foi inaugurado o Cascaishopping, e aumentou exponencialmente a qualidade de vida de muita gente, de várias zonas circundantes.


Hoje não faltam Centros Comerciais por tudo o que é sítio, mas naquela época o Cascaishopping foi pioneiro.
Será difícil fazer chegar às gerações mais novas a tradução fiel da sensação que foi passar de um ambiente com pouco comércio local, quase nulo em variedade, para um espaço enorme com hipermercado, e muitas lojas de tudo e mais um par de botas, algumas grandiosas que ficam na memória como a Printemps que ocupava vários andares. Ah, e até poder ir ao cinema com os amigos! Que diferença!




Hoje os Centros Comerciais brotam do chão como cogumelos, são mais que muitos, e acho que já atingimos o ponto de saturação em que é fundamental dizer "já chega".
Basicamente estes espaços de comércio são clones uns dos outros, não trazem nada de novo. As lojas são praticamente as mesmas. Muda a marca do hipermercado, uns são Continente, outros Pingo Doce, Corte Inglés, Jumbo ou whatever, mas em todos eles temos Zaras, e Mangos e afins, e mais de metade dos restaurantes servem exactamente o mesmo prato.




Acho terrivelmente estúpido e contraproducente a construção de Shoppings tão próximos uns dos outros. Um dos resultados de tal coisa é termos lojas da mesma marca a competirem pelos mesmos clientes. Não é algo absolutamente idiota?!


Defendo o modelo em que dentro de cada localidade deve reinar o pequeno comércio.
Acho fundamental, por uma questão de qualidade de vida, ambiental, económica, que toda a pessoa consiga fazer a sua vida dentro da sua localidade sem recorrer a transportes.
Onde moro existem várias lojas de comércio tradicional que convivem em harmonia com um supermercado, e observo ser um modelo que resulta na prática, porque os consumidores, eu incluída, frequentam ambos.


O "grande" Centro Comercial é necessário porque oferece outros produtos e serviços, e pelas suas características e dimensão, deve localizar-se num ponto em que sirva um número considerável de localidades, bastando um só nessa posição geográfica.




- Dizem que este Jumbo vai ocupar cerca de 17000 m2. E eu, absolutamente contra este empreendimento, digo que nem só de Centros Comerciais vive o Homem.


Nas proximidades existe uma Decathlon e quantas vezes já me deparei com famílias que aparentemente usam a loja como espaço de diversão. Se por um lado é engraçado e até salutar uma loja onde as crianças se sentem à vontade para experimentarem bicicletas, bolas e tudo o resto, é muito triste que o façam por falta de alternativa.


A IC 19 é a "estrada mais movimentada da Europa", Sintra o segundo município mais populoso de Portugal.
Não teria mais lógica usar esses 17000 m2 para construir um espaço verde, um pulmão para limpar o ar da estrada mais congestionada, e para servir a imensa população do município que tanto sofre, (em especial na zona da linha de Sintra que é um exemplo de péssimo urbanismo, de betão sobre betão), com falta de espaços verdes adequados ao convívio, à prática desportiva, aos momentos de lazer, etc?









terça-feira, 16 de setembro de 2014

bucket list #3: Toga party





Sim, leram bem, é mesmo "toga party".


E culpo Hollywood e todos aqueles filmes palermas sobre miúdos ainda mais palermas, a fazerem palermices durante os anos de faculdade.


Sim, quando ingressei no ensino superior, levava comigo a secreta esperança de que as "toga parties" fossem uma tradição global.


Uma ida a Coimbra, (uma visita de estudo no 8º ou 9º ano), alimentou de certa forma essa esperança. Quando a professora me encontrou estava eu, de sorriso rasgado a imaginar um futuro feliz, na companhia da Orxestra Pitagórica, no meio de um churrasco em praça pública, acompanhada de simpáticos universitários em fraldas e com camisas e gravatas a servirem de turbante.


Afinal as "toga parties" não pertencem à nossa tradição, e ainda não me recuperei dessa tristeza.

















As lições de Setembro ou se preferirem, este país tropical chamado Portugal





Pertencemos ao grupo de pessoas para quem as férias nunca são em Agosto.


Aliás, para mim Agosto, mesmo na época em que era estudante nunca teve sabor a férias. Primeiro, porque os meus pais como todos os trabalhadores da área de Hotelaria e Turismo nunca tiraram férias em plena época alta, como é óbvio.
Depois eu próprio passei muitos Agostos a trabalhar, mesmo em miúda. Sempre era melhor do que andar a queixar-me constantemente do facto de não haver nada para fazer, nem companhia, visto que a maioria dos amigos e colegas haviam partido para férias.


Agosto não é melhor que Setembro, nem Setembro melhor que Agosto. É tudo uma questão de hábito, necessidade e gosto pessoal.


Eu cá prefiro Setembro, sobretudo porque detesto a sensação de me ver rodeada de um mar de gente onde quer que vá.
Já me habituei à ideia que Agosto é sobretudo para os pais, que são obrigados a ajustar a vida à rotina escolar, e outras pessoas que por motivos profissionais e/ou familiares são obrigadas às férias nessa altura.


Agosto é bom para trabalhar pelos mesmos motivos que Setembro é excelente para férias. Há menos trânsito, menos confusão, e aquela sensação que é "tudo nosso", sem grandes estorvos.


Mas há uma lição a aprender com Setembro, e todos os dias até agora têm sido uma oportunidade para tal: há que ignorar o tempo feio, o prenúncio de tempestade, os aguaceiros, e avançar sem medos para a praia, para a serra, para onde apetecer.


O tempo está estranho, os olhos e a pele registam realidades distintas. É simultaneamente tempo de romãs e melancia. Talvez seja o nascimento de um novo estado, o clima "tropical" mediterrâneo.


Temo-nos forçado a ignorar o aspecto feio do clima, e na verdade temos colhido bons frutos com essa atitude. Temos feito praia e tudo o que poderiamos fazer em Agosto. Só é preciso é a coragem de não ficar por casa.










Desafio aceite!



Ora bem, anda um desafio a passar de blogue em blogue. Consiste em responder a 10 questões, terminando com a nomeação de 5 outros blogues.


A Vespinha do Uma Vespa a Abrandar passou-me o desafio, e eu aceito com todo o gosto.


Vamos a isto:




1 - O que você não sai de casa sem
um sorriso. Já houve ocasiões em que me esqueci de tudo o resto, incluíndo das chaves.


2 - Animal favorito
cada dia que passa gosto mais de animais, e de mais animais. Quem diria há uns anos que iria achar piada a aranhas?!


3 - Sapatos favoritos
ténis (daqueles jeitosos para caminhada) e chinelos.


4 - Produto de maquilhagem indispensável
Tirando raras ocasiões, ando sempre de cara lavada. Vou escolher antes produtos para limpeza e hidratação da pele.


5 - Maior sonho
Também acho que os sonhos que queremos ver realizados não se devem contar.


6 - Maior defeito
Impossível escolher só um. Escolham vocês o pior: opinativa, casmurra q.b., rebelde, completamente despassarada e algo preguiçosa.


7 - O que me irrita nas pessoas
Mau carácter, subserviência, ambição desmedida, ausência de humildade, incapacidade de aprender, falta de empatia e de princípios, cobardia, os vira casacas, os parasitas.


8 - Comida favorita
Salmão de todas as maneiras: grelhado, ao vapor, fumado, em sushi...


9 - Doce ou salgado
Ambos. Salgado para começar, doce para terminar. Mas, nem muito salgado nem muito doce.


10 - O que te deixa feliz
Amar e ser amada. O contacto com a natureza, com os animais. As pequenas coisas, os pequenos gestos. Boas energias. Música e todas as formas de arte. Boas ideias. Boas acções. Dolce far niente. Ser aceite exactamente como sou.


11 - Escolher cinco blogues para este desafio
Não faço ideia se já foram ou não desafiados, ou até se estão na disposição de o ser, mas aqui vai:


Crónicas das Horas Perdidas
Factos de Treino
Simão, Escuta
A Rainha e a Ervilha
Palmier Encoberto


(sim, as questões de índole feminina fizeram com que fosse irresistível passar o desafio a  alguns bloggers masculinos hahahaha)



















quinta-feira, 11 de setembro de 2014

coisas que gosto #14: Pagodes



Pagodes.


Não há peça arquitectónica que traduza tão perfeitamente a cultura oriental quanto o Pagode.


Para além de belos, são obras-primas de engenharia, capazes de resistir a violentos terramotos, como já se provou no Japão.


Gosto das suas formas, dos detalhes.


Deixo aqui alguns exemplos:

























quarta-feira, 10 de setembro de 2014

caixa de ressonância



Paixão, apetite, voracidade, fome, gosto pela vida.









cromices #39: Se alguém me quiser fazer chegar uma prendinha...



... ficam aqui umas singelas ideias.




#1: Transporter à la Star Trek - para poder ir para todo o lado de forma imediata, sem transtornos  como o trânsito, check ins e afins.







#2: A Tardis, para poder dar uma curva até outra galáxia.








#3: Uma "casinha" na Serra de Sintra.








#4: Ou uma casa no campo, assim com uma horta e uns bichinhos.






#5: Ou ainda, uma ilha para soltar o Robison Crusoe que há em mim.






#6: E que tal, o staff do Gandalf?!






#7: Por fim, para terminar em grande, poderes mágicos!







A fazer contas à vida





35. Três. Cinco. Trinta e cinco. Triiiiiiiiiiiinta e cincoooooooo.


Isto fui eu durante a manhã de hoje, a saborear a minha nova idade, a prová-la, a ver como soa e a que sabe.
Sobretudo estive a fazer contas à vida, a tentar perceber quanto pesa.


E agora que o dia do meu aniversário chegou, o resultado é positivo.




Confesso que na última semana estive um pouco, (qual o melhor termo?!), introspectiva, hesitante, desconfiada...
É que os 35 são um marco na vida: marcam o meio caminho entre os intas e os entas.
Li algures que os 35 são o ponto médio do ciclo da vida, a porta de entrada na meia-idade, que simbolicamente são a lua cheia do ciclo da vida, o ponto de percepção.


Dizem também que a vida se divide em ciclos de sete anos.
A este que inicio hoje chamam-lhe, na Numerologia, a entrada no Ciclo do Sol, em que o nosso ego nos leva na procura da Felicidade, da satisfação pessoal, na demanda pelo sentido maior das coisas.


Então, vendo as coisas por este prisma, acho que até foi natural um período de reflexão.


A conclusão a que cheguei é que os 35 não pesam. Coloquei no outro prato da balança muitas coisas pelas quais sou grata, e estas ultrapassam grandemente o número de anos que levo às costas.


A verdade é que a cada ano que passa me sinto mais jovem.
Já há uns bons anos que deixei a minha criança interior pegar no leme e não me arrependo nada.


Trinta e cinco. Três e cinco. Sim, sou uma criança com alguns cabelos brancos, entre os três e os cinco anos.





segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Red Bull Flugtag





Dia 6 foi dia de Red Bull Flugtag na Baía de Cascais.


O dia estava bonito e o conceito do evento é engraçado o suficiente para justificar a ida.


O truque de se ir a qualquer tipo de evento ou local que atraia multidões é, achamos nós, contar que a preguiça é uma constante na equação do comportamento alheio. Se combatermos a preguiça que também nos é natural, estamos a meio caminho do sucesso.


Ok, isto traduzido por miúdos significa: estacionar o carro longe, à maior distância que as perninhas e a paciência tolerarem.
Para nós este lema de vida funciona. Temos paciência para caminhar. Em compensação não sobra nem um pinguinho da mesma para confusões, e filas de trânsito descomunais, por isso mesmo fazemos o máximo possível por evitá-las.


Faltou-nos chegar à baía de Cascais com a antecedência ou a pontualidade devidas, e embora o ambiente estivesse agradável e descontraído, entre procurar um lugar nas poucas sombras existentes e o tentar conseguir ver alguma coisa acabámos por desistir após duas participações.


O dia estava demasiado bom para ficar a olhar para as nucas de estranhos, e ter toda a gente de olhos pregados no evento, assim como o facto de haver algumas restrições ao trânsito por causa do mesmo, deram-nos um dia bestial para passear pela vila.
A vila de Cascais é bem bonita, e faz parte da minha vida desde que nasci, embora nos últimos anos tenha lá passado tão pouco tempo.
Pois essa tarde entre as ruas do centro histórico, o farol de Sta Marta, o jardim Visconde da Luz, o Parque Marechal Carmona, a Boca do Inferno, passeando calmamente e esplanando longe do bulício, fizeram-me lembrar de tudo o que gosto em Cascais.


Quanto ao Red Bull Flugtag, não se perdeu nada, há sempre os vídeos que registaram a coisa.














sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sabedoria dos intas em 10 segundos #33



Sobre as fragilidades do coração, atentai no seguinte:


Um coração partido será, a seu tempo, um coração de ouro.














Quando os homens falam de amor #37












cromices #38: Planos para hoje





Mal acabe as tarefas domésticas do dia, realizadas em modo turbo, vou vegetar no sofá, fazer zapping até encontrar um bom documentário narrado numa qualquer voz radiofónica e deixar-me embalar.


Depois de ouvir os planos do marido para o fim de semana cheira-me que vou precisar de uma montanha de energia. É melhor começar já a recarregar as baterias.







caixa de ressonância












quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Hoje é dia de navegar





Estes dias são dias introspectivos, em que me sinto recolher na minha conchinha.


Estou a dias do meu 35º aniversário e ainda tenho que pensar sobre isso. "Isso" é toda uma amálgama de coisas, muito mais do que um número. São sentimentos, é o passado, o presente e o futuro, é a vida que já se viveu e a que ainda nos resta, é parar para olhar para a bússola ou para as estrelas e saber em que ponto do mapa estou.




Há dias em que me apercebo melhor do que é isto de ser apenas um entre muitos, de ter uma ligação com tudo o que existe.
E dou por mim a inspirar devagarinho, suavemente, para não abanar muito o barco. Sou ínfima num oceano imenso, e é avassaladora a dimensão de tudo o que me rodeia.
Em dias assim, (que não são maus, nem tristes sequer, apenas tremendos), sinto-me especialmente grata por haver na minha vida quem seja farol e porto de abrigo.









caixa de ressonância












quarta-feira, 3 de setembro de 2014

coisas que me irritam #12: O caso da "velha maluca"



O mote foi lançado no FB, num meme onde se lê "Odeio quando me ligam e perguntam com quem estão a falar antes de se identificarem".


E eu revi-me na cena. Eu e mais uns quantos milhares de pessoas.


Odiar é uma palavra demasiado forte. Irritar ou tirar do sério serão expressões mais adequadas, até porque os maus sentimentos passam rápido e dão origem à risota, pelo sentido inusitado e até hilário destes episódios.


Tenho uma tia-avó, uma senhora de idade já bastante avançada e que sempre teve uma certa aura de excentricidade.
Sempre que ela ligava lá para casa, (isto nos tempos pré-históricos antes do telemóvel), era um fartote.
A senhora tem a mania, (que pelos vistos ainda dura), de ficar caladinha do outro lado da linha se não é a minha mãe a atender. Como não reconhece a voz deve ficar baralhada, (sei lá como justificar isto!), ou algo que o valha.


A primeira vez, há muitos anos, que me calhou atender uma chamada da tia foi inesquecível.


Como não reconheceu a minha voz, nem eu a dela para ser franca, começa tipo disco riscado a perguntar quem é. Eu fazia o meu papel:
 "Não. Não funciona assim. Quem liga é que tem que se identificar. Quem é pergunto eu. E com quem quer falar?"


E caímos num impasse, num "nem ata nem desata", em que a velhota intercalava períodos de silêncio com o fatídico "quem é?".


Até que desisti:

"Oh mãeeeeeee, está uma velha maluca ao telefone. Deve ser para ti."











Quando os homens falam de amor #36












Quando as mulheres falam de sexo #33












coisas de aprender: 10 peças fundamentais num guarda roupa feminino



Tim Gunn tornou-se conhecido do grande público através de Project Runway.


Trago-vos a sobejamente conhecida visão deste guru do estilo sobre os 10 itens fundamentais num guarda roupa feminino, por considerar relevante.


Gosto da visão de Tim, de como por trás da sua noção de estilo estão conceitos fundamentais como a versatilidade, praticidade e boa gestão.