segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Quando os homens falam de amor #60






Bucket list #6: os irmãos dos filhos únicos



Há um momento na vida de (quase) todas as crianças, em que quando os pais perguntam o que se quer como prenda de aniversário ou de natal, a resposta é um mano ou uma mana.

Também passei por isso. Mas, rapidamente mudei de ideias, e acabei por dizer à minha mãe "Olha, sabes aquilo do mano? Esquece lá isso. Fica sem efeito, está bem?! Afinal já não quero."

É que após o meu pedido, a minha mãe perguntou-me se eu tinha a certeza, e fez a questão de enumerar as responsabilidades de uma irmã mais velha.
Para mim, foi o quanto bastou para me fazer mudar de opinião. Nada daquela lista de afazeres e ufas-lufas casavam com o cenário fantasioso que havia construído mentalmente.
Sim, continuava a querer um irmão ou uma irmã, mas mais velhos que eu ou um gémeo, (sempre pensei que ter um gémeo haveria de ser do mais divertido que há!), o que era obviamente impossível.

Basicamente, acho que o queria era ter alguém, durante todo o ano, com quem pudesse viver o mesmo tipo de momentos que passava com os meus primos, quando a família se reunia.

Depois, a vida tratou de me dar tudo: irmãos e irmãs mais velhos, e até irmãs gémeas. Tudo na forma de amigos.

Um dia destes, não posso deixar de passar a oportunidade de dizer ao grupo imenso de amigos com quem cresci, cara a cara e olhos nos olhos, que fizeram sentir aquela miúda de 12 anos, tímida, insegura e cheia daquele angst próprio da idade do armário, a irmã mais nova de uma família enorme.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Quando os homens falam de amor #59






cromices #86: Cenas que acontecem a uma pessoa que não liga a futebol



Por estes dias, um amigo publicou no facebook algo como "hahaha Arouca".

Dei um "like".  Ora para mim, que não sigo futebol, a mensagem descodificava-se como "estou em Arouca e a divertir-me à brava!".

Ainda bem que não lhe perguntei como estavam a ser as férias.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Antropoformização involuntária #3: "Vá, Kiko, agradece ao senhor!"



Há algo de cão em mim: também eu gosto de me sentir recompensada após realizar algo.

Acredito que mesmo quando fazemos algo que faz parte da nossa "lista de obrigações" tal não significa que não mereçamos algum reconhecimento. Um elogio, um qualquer sinal de apreço cai sempre bem e motiva.
Há momentos em que essa pequena dose de motivação pode fazer uma grande diferença no nosso estado de espírito perante tarefas que são, muitas vezes, trabalhosas e repetitivas.

Atrevo-me até a dizer que esse gesto tem poderes mágicos. Quem, após uma palavra de reconhecimento pelo desempenho de algo, nunca sentiu parte do peso do cansaço, do stress, do possível aborrecimento desaparecer como por magia?

Comigo, por exemplo, ouvir o marido a elogiar os meus cozinhados funciona às mil maravilhas e compensa a rotina que se torna cozinhar quase todos os dias do ano.

Se há algo que a empatia permite é usar essa mesma lição, quando possível, no contacto com os outros. Por vezes, até eu me lembro de o fazer.

Hoje, num dos passeios, apercebemo-nos que era "dia de relva acabada de cortar". Os "dias de relva acabada de cortar" são especiais. Se eu com o meu nariz humano adoro aquele cheiro, o que dizer do Kiko com o seu apurado olfacto canino?!
O puto fica doido de felicidade, totalmente inebriado. Esfrega-se no relvado, mordisca folhinhas, pulula com se fosse um cabrito montês.

A meio caminho, foca a atenção num dos funcionários da empresa que dá manutenção aos espaços verdes. Quem conhece o Kiko sabe que quando se trata de pessoas e da sua vontade de as cumprimentar não há nada que o demova.

Fiz-lhe a vontade.

Abeirámo-nos do senhor:
- Bom dia. Acho que há alguém que lhe quer agradecer pela relva cortada, não é Kiko?

O senhor retribui o cumprimento e pergunta se ele gosta de relva cortada. E o puto, como se entendesse na perfeição a Língua Humana, responde à sua maneira, executando uma enérgica dança da alegria durante um par de minutos, numa coreografia onde entre saltinhos e corridas vai-se espojando na folhagem e desafiando-nos para a brincadeira.

Despedimo-nos a sorrir. O puto já não puxa pela trela. Olha-me nos olhos, com a língua de fora e aquele ar patusco, e eu não resisto a dizer-lhe: "É assim mesmo, puto!".


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

coisas que me irritam #18: "Tire só fotografias, deixe apenas pegadas"



Não sei dizer há quantos anos ouvi pela primeira vez este slogan ou uma qualquer variante do mesmo, criado com o intuito de desenvolver na público uma maior consciência ambiental, um maior civismo no usufruto dos espaços públicos, especialmente dos cenários naturais.
Acima de tudo sei dizer que é uma mensagem que ressoou em mim e tornou-se parte intrínseca da minha conduta.

Acho que só se vestissem a minha pele por momentos é que perceberiam com exactidão o quanto me deixa desagradada encontrar lixo por todo o lado.

Por querermos providenciar a melhor vida que nos for possível ao Kiko, levamo-lo com frequência a passear fora da nossa localidade. Porque os passeios à trela pelas ruas não são suficientes para que este gaste as suas energias, porque o seu ar de felicidade é tremendo quando lhe damos a oportunidade de correr solto, porque o lixo que as pessoas deixam pelas ruas tornam-nos prisioneiros, forçados a uma rotina nada prazenteira em que temos que ir híper alertas a tudo o que se encontra no pavimento, a dizer "não" quinhentas vezes, a desviarmo-nos, a considerar que certas ruas são intransitáveis de tão porcas. É insatisfatório tanto para nós como para o cão.

Antes de começar a época balnear corríamos algumas praias. A favorita do marido era a de Magoito, também pelo facto de não ser imediato o acesso ao estacionamento e à estrada o que se tornava mais seguro. Cheguei a deitar alguns anzóis no lixo que encontrei na areia. Pelo menos aqueles foram apanhados por mim e não por um animal ou uma criança. Não seria preciso muito mais para se magoarem.
No dia em que vimos uma seringa no areal agarrámos no Kiko e viemos embora. Eu danada.

Começámos a passar mais tempo no pinhal de Janas, perfeitamente satisfeitos com o cenário. Pelo menos, durante uns tempos. Havia algum lixo, especialmente junto de algumas rampas improvisadas para a prática de motocross, mas habituámo-nos a evitar esses pontos. O puto podia correr a seu bel-prazer, roer todos os paus que lhe desse na gana, e como raramente víamos lá vivalma, até eu começava a conseguir descontrair um pouco mais em cada visita.
Ainda por cima, numas das casas que existem por lá, vive uma pequena matilha de cães que se tornaram amigos do Kiko, o que fazia daquele passeio também uma oportunidade para a socialização e a brincadeira com outros da sua espécie.

Com a chegada do Verão este espaço começou a ser procurado para picnics e afins. Começaram a proliferar os restos de comida, as latas vazias, vidros de garrafas. Se os primeiros podem originar uma intoxicação a qualquer animal, inclusive à fauna local, os segundos podem dar origem a ferimentos e até incêndios.

Um dia, o Kiko que tem um olfacto super apurado, deu com um cheiro qualquer e enfiou-se para dentro do mato. Quase uma centena de metros à frente demos com ele a cheirar um saco de plástico transparente cheio de coisas sangrentas que não consegui identificar. Pelo facto de estar escondido no chão junto a uma árvore, debaixo da vegetação rasteira, não nos pareceu que fosse coisa boa. No momento ocorreu-me que pudesse ser parte de uma macumba, ou algo assim.
Enojados sentimo-nos gratos pelo facto do miúdo não ter furado o saco e entrado em contacto com o sangue. Garanto-vos que teria corrido para uma consulta veterinária de urgência se assim fosse, tal o nojo que aquilo que nos meteu.
Foi a última vez que lá metemos os pés.

Neste momento o local dos nossos passeios são as falésias que ligam duas praias, cuja localização não vou identificar enquanto este destino nos servir.
Só vos digo que até numa falésia se encontram cacos de garrafas de cerveja! Pardon my french mas, puta que os pariu a todos!

É tão difícil perceber que se têm mãozinhas para as levar para lá, o mais decente a fazer seria levá-las de lá?! Não deixar vestígio algum que não as pegadas!

Aos que ainda não perceberam esta noção, que é tão básica ao nível do senso comum, do civismo, da decência, e ao mesmo tempo tão essencial, desejo-vos que de cada vez que poluírem andem uma semana a cagar vidrinhos!


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Antropoformização involuntária #2



Sempre que metemos por uma rua específica, o Kiko puxa-me qual cão de trenó e tenta, com todas as suas forças, arrastar-me para dentro da clínica veterinária.

Os meus gatos odiavam ter que sair de casa, especialmente se fosse para ir a uma consulta veterinária. Recordarei para sempre o quanto era difícil força-los a entrar na transportadora. De como abriam as patas, tal como num cartoon, e as prendiam em redor da abertura da caixa. Ainda cheguei, algumas vezes, a ter que telefonar para reagendar o que quer que fosse que estivesse marcado, porque não havia maneira de os meter lá dentro.

Assim, foi com dupla, tripla ou até quádrupla estupefação que me deixei ser arrastada pelo Kiko até à clínica das primeiras vezes. Aquele cão adora mesmo lá ir. Fica delirante de tanta alegria, histérico mesmo, e não há pica ou termómetro no rabo que arrefeçam tamanho entusiasmo.

As pessoas com quem me cruzo por lá ficam igualmente incrédulas. Normalmente os seus animais fazem é birra para não ir.

"Ai que giro! Nunca vi! - dizem.

Ao que eu respondo: "Se calhar, quando for grande quer ser veterinário!".

Costumes portugueses que os turistas acham estranhos #2



A toponímia em Portugal, especialmente no que toca a ruas, pracetas, estradas, avenidas e que tais, recorre-se frequentemente dos nomes de alguns ilustres que passam a ser, em seu reconhecimento, nomes de lugar.

Até onde habito as ruas foram nomeadas em memória de poetas, pintores, dramaturgos...
Tudo muito bem, que é um hábito salutar fazer por manter presente na memória os que se evidenciaram por mérito ao longo da nossa História.

A coisa torna-se é confusa e contrária à primária função de dar nomes aos arruamentos e lugares, que há-de ser a da orientação, quando num pequeno raio geográfico os nomes se repetem.

Graças a isso já não é a primeira vez que me cruzo, durante os rotineiros passeios com o Kiko, com turistas estrangeiros que vindo à procura do Palácio de Seteais para fazer o check in, se deparam numa rua suburbana, tranquila, onde não há qualquer vestígio de um palácio.

Hoje foi um casal de meia-idade francês que me abordou perdido. E eu que não falava francês há cerca de vinte anos lá os enviei até meio caminho. Que parassem o carro e pedissem novamente informações. Ainda lhes fiz um croqui.

Quando cheguei a casa ainda telefonei para o Hotel. Avisei-os que se estiverem à espera de clientes com tais características que façam os possíveis por contactá-los, pois provavelmente andavam perdidos.
A recepcionista confirmou que era habitual enganarem-se e virem parar aqui, ao meu burgo.

E eu já estou à espera dos próximos turistas, fáceis de topar, pois estarão com um papel na mão, estupefactos ora a olhar para as moradias da rua ora para o tal papel, à procura de qualquer semelhança com o Palácio.

Continuarei a fazer o meu papel de boa samaritana. Talvez comece a andar com as coordenadas gps do Hotel. E ao décimo turista vou lá cobrar a comissão.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

coisas de pensar: Comissão para a Protecção de Idosos



Pensar sobre o envelhecimento causa-me uma sensação agridoce.
Se, por um lado tento manter bem presente a noção que envelhecer é um privilégio. Que verdadeiramente é uma bonança ter nascido em Portugal, país onde a esperança média de vida alcança os 80 anos, ao contrário por exemplo da Serra Leoa onde o mesmo indicador aponta para os 38 anos. Que triste mesmo é quando a vida é curta.
O reverso da situação faz-me pensar que mesmo não havendo comparação possível com as abomináveis realidades de outros pontos do globo, não deixa de ser algo assustador envelhecer por aqui. Parafraseando: "este país não é para velhos".
O que não deixa de ser irónico, pois com a baixa taxa de natalidade e uma população cada vez mais envelhecida, no espaço de um par de gerações este será, nada mais nada menos que, um país de velhos.

Devido à petição, subscrita por mais de 5000 cidadãos, debateu-se no Parlamento a criação de uma Comissão para a Protecção de Idosos. Infelizmente é algo que ficará, por enquanto, em banho-maria.

Grassam pelos media as notícias sobre o tema. Já deu para levantar levemente o véu sobre a triste condição de muitos dos nossos idosos. Da solidão, das carências, dos familiares mal formados e miseráveis que lhes faltam com o necessário, capazes no entanto de lhes ficar com as reformas.

E penso: que pena perdermos com o passar dos anos as capacidades do corpo e da mente, ver a saúde minada e ficarmos à mercê de quem não sabemos ser ou não fiável. Seria tão melhor se fosse possível manter as mesmas capacidades de um corpo de 30 ou 40 anos até ao último dia da nossa vida. Chegar lá com autonomia e saúde.

No futuro voltarei a este tema. Hoje, gosto de pensar que se deu um pequeno primeiro passo para a construção de uma realidade mais compassiva, digna, justa para os nossos idosos. Uma realidade que, se tivermos sorte, pois envelhecer é um privilégio, será também a nossa.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

cromices #85: Um novo recorde



Recorrendo ainda à analogia das pilhas, se o Kiko anda a Duracell, as minhas são daquelas muito rascas que se compram no chinês.

Ontem fui tratar da depilação. Fui recebida no gabinete, (este decorado num pacífico estilo zen), com uma musiquinha de fundo muito suave. Mal me deitei na marquesa e a senhora iniciou a sua tarefa, senti-me a apagar. Acho que ando mesmo exausta pois por maior que seja o jeitinho da técnica a depilação dói sempre um bocado.

Aí o cérebro lançou um alerta: "Iniciar conversa de circunstância ou organismo fará shutdown em 10...9...8..."

No entanto, acho que passei brevemente pelas brasas durante a massagem que marca o final da sessão.

Assim sendo fiquei com mais um local a acrescentar à minha lista de proezas de sono. Eu que já adormeci em transportes, praias, salas de aula (na primeira fila!), salas de espera, um banco de jardim, num bar, numa discoteca em plena festa de fim de ano, na casa de banho (nos tempos em que tinha que acordar às 5h da manhã para ir para as aulas), e ocupando o primeiro lugar da lista até ao momento, na cadeira do dentista durante a extração de um siso. Isto porque comecei a meditar para me abstrair da dor e do desconforto horríveis e a coisa funcionou tão bem que caí num sono profundo.





quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Vida de cao #27: Kiko e os manos Fukushima



Há pouco tempo mudou-se cá para o burgo um casal e os seus dois filhos pequenos.

Como primeira impressão eu diria que parecem muito simpáticos e acessíveis. É uma adição ao burgo que não passou despercebida a ninguém porque são especialmente barulhentos e os miúdos peculiarmente enérgicos.


Como é uma criança "peculiarmente enérgica"?

Só vos digo isto: O Kiko é um Jack Russel Terrier, como tal é dos cães mais activos e com mais energia. No contacto com outros cães, entre corridas e brincadeiras, raramente nos cruzámos com outro cão que tivesse pedalada para o Kiko. As brincadeiras terminam geralmente com o outro cão absolutamente exausto e o nosso fresco que nem uma alface.

Quando o Kiko e os miúdos se conheceram foi a primeira e única vez que vi o meu cão estarrecido pelo imenso nível de energia de alguém. Agora imaginem o quanto é necessário para deixar um Jack assim!

Se o meu cão anda a pilhas Duracell, aqueles miúdos são uma central nuclear. Daí parecer-me apropriado arranjar-lhes a alcunha de Fukushima.







quinta-feira, 6 de agosto de 2015

cromices #84: É por estas e por outras que hei-de ir para o inferno



Marido e Kiko foram dar uma volta.
Mesmo após alguma insistência, hoje preferi ficar por casa.

"Ficas em casa a fazer o quê?!" - pergunta-me ele.

Respondi-lhe que ficar em casa é uma actividade demasiado complexa para descrever.
Na realidade, isto era a única que me ocorria: Sozinha em casa! Yeah! Boa!

Eu sei: sou má como as cobras. Péssima! Péssima!



quarta-feira, 5 de agosto de 2015

cromices #83: Não há como fugir à genética



Quando vivia com os meus pais, não havia amiga, amigo ou colega que entrasse lá em casa que não fosse bombardeado com ofertas de comida e bebida:

- Não tenha vergonha! Faça de conta que está em sua casa! - gracejava o meu pai, enquanto insistia pela vigésima vez que a pessoa comesse qualquer coisinha - Tem a certeza que não quer nada?!

E a pessoa, normalmente encolhida e algo ruborizada, largava pela vigésima terceira vez algo como: "Estou bem, sr. A., não quero nada. Obrigada, a sério que não quero nada."

E eu revirava os olhos:

- Oh pai, Fulana já disse que não quer nada. Não insistas mais que já estás a ser chato!


Mas o karma é tramado. Mais tarde ou mais cedo acabamos por pagar por todas as vezes que cuspimos para o ar.

Numa das últimas vezes que tivemos por cá companhia para o jantar, exagerei tanto na comida que andei a almoçar sobras durante quase uma semana.

E lá estava eu, durante a refeição, a ser filha do meu pai, sua cópia fiel, chata como tudo a insistir que Fulanos e Sicranas comessem mais, que não tivessem vergonha, que fizessem de conta que estavam em sua casa.

E ri-me sozinha. Ninguém percebeu, mas não faz mal. Eram cá coisas entre mim e a minha genética.






Quando as mulheres falam de sexo #46






A melhor empresa do mundo #3: "Nevzat, o patrão que vendeu a empresa e deu €216 mil a cada funcionário"



Basta uma única pessoa para surgir uma ideia, desenhar um conceito. Mas depois, na prática, toda uma equipa é fundamental para o sucesso. Daí ser tão justo que os frutos do sucesso sejam repartidos.

É bom ter uma notícia para partilhar que fala disto mesmo:

"Nevzat Aydin decidiu vender a sua Yemeksepeti, uma empresa turca de encomendas online e entrega de refeições ao domicílio, a uma companhia alemã do mesmo ramo, a Delivery Hero.

Segundo a CNN, o negócio foi fechado por 530 milhões de euros. Mas a notícia não é esta, ainda que o negócio seja financeiramente relevante. O que tem feito de Aydin notícia é o facto de ter decidido distribuir 25 milhões por 114 trabalhadores.

Em média, cada empregado recebeu 216 mil euros. No entanto, este valor varia consoante a produtividade e o “futuro potencial na empresa” de cada um. Só os trabalhadores com mais de dois anos de contrato é que foram elegíveis para o bónus.

Para Nevzat Aydin, cofundador da empresa, o sucesso da Yemeksepeti “não aconteceu do dia para noite e muitas pessoas participaram nesta viagem com o seu trabalho e talento”. “Alguns choraram, outros gritaram e houve ainda quem escrevesse cartas de agradecimento. Houve muitas emoções, porque mudámos a vida das pessoas. As pessoas [agora] podem comprar casas, carros... Podem fazer imediatamente algo que nunca conseguiriam com um ordenado de 900 ou 1500 euros. Foi uma coisa boa. Gostaria de ter a capacidade de lhes dar mais”, contou Aydin.

A Yemeksepeti foi fundada há 15 anos e entrega mensalmente mais de três milhões de refeições e opera nos Emirados Árabes Arábia Saudita, Líbano, Omã, Qatar, Jordânia, Jordânia e, claro, na Turquia. O conceito da empresa passa pela encomenda de refeições online que depois são entregues no local e à hora escolhida pelo cliente.

Com a venda da Yemeksepeti, Nevzat Aydin mantém o cargo de diretor-executivo e passa também a ocupar uma cadeira no painel da administração da Delivery Hero."

in Expresso