terça-feira, 17 de novembro de 2015

coisas que gosto: Anita e o Shire, ou o meu lado anglófilo



Acho que é perfeitamente possível sentir a falta de algo que nunca se viveu.

Sou viciada em séries policiais, (ou de investigação, se preferirem esta denominação), britânicas. Desde Sherlock Holmes, a Poirot, a Miss Marple, e mais recentemente a Midsomer Murders, Vera e Lewis.

Para além de gostar do género, do argumento, dos actores, etc, agrada-me sobremaneira o cenário rural inglês em que muitos destes enredos acontecem.

Partilho com Tolkien o gosto por estes "shires" reais que o inspiraram.
Em miúda, muito antes de me tornar efectivamente uma estudante universitária ou de sequer ter a noção de qual seria a minha área de estudo, a presença destes mesmos cenários em produções televisivas e cinematográficas deram origem a uma fantasia em que me imaginava em Oxford ou Cambridge. Que se havia morada digna para albergar o alimento da mente e a placidez do espírito era ali!

Há um qualquer episódio de Lewis que inicia com um grande plano do horizonte de Oxford: cúpulas, torreões e pináculos a elevarem-se, majestosos, para além das copas das árvores. Muda o plano, e mostram-nos os claustros de uma das faculdades, que abraçam um pátio enorme com um relvado imaculado. Dois planos e um minuto que são, por si, suficientes para me recordar da minha velhinha fantasia.

Como lhes invejo o cenário!
Faço parte do grupo de pessoas a quem o velho dito "os olhos também comem" se aplica de uma forma enfática. Que aquilo que nos entra pela vista tem uma imensa influência na forma como pensamos, como sentimos, na inspiração, na sensibilidade, no comportamento, em tudo...

Acredito piamente que quando a Beleza nos rodeia os nossos modos elevam-se para lhe fazer justiça.
Daí o meu gosto pela Arquitectura, essa Arte Maior, que quando brilhantemente concretizada tem exactamente esse mesmo poder sobre nós.

Há sensibilidades que não encontram alimento em cenários urbanísticos suburbanos, com pouco verde, e nenhuma majestade. Mirra-se entre ruas apertadas, traços de alcatrão e linhas verticais de betão numa estética insípida.

Quando imagino o meu sítio perfeito, a ruralidade inglesa é uma das minhas inspirações: a imponência, história e longevidade de edifícios como a Universidade de Oxford, (que serviu de cenário nos Harry Potter), a sua estrutura em pedra, os claustros, os imensos relvados, os muitos e muitos hectares dedicados a parques e jardins botânicos...




... os pubs centenários com dois nomes como o "The Eagle and Child", lugar de reunião dos Inklings...





... e o conceito idílico, romântico e bucólico das "cottages" inglesas e seus jardins que tanto me agrada.




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