segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Vida de cão #41: Se há que escolher uma resolução para o novo ano...



Na manhã de Natal levámos o Kiko à praia. Normalmente somos avessos a tradições, mas para esta abrimos uma excepção.

Não fomos os únicos a ter a mesma ideia.

Ora bem, sabemos que temos um cão muito inteligente, que o puto é esperto que nem um alho e sabe demonstrá-lo bem quando a recompensa lhe agrada. Em troca de um pedaço de frango até tocaria piano e falaria francês!

Ontem à noite tivemos um óptimo exemplo disso mesmo. Normalmente, enfiá-lo dentro da banheira requer alguma perseguição e algum suborno com brinquedos. Mas ontem, bastou o marido acenar-lhe com um pedacinho de frango e ele, para espanto nosso, saltou sozinho lá para dentro.
Portanto, ele sabe muito, opta é por fazer as coisas quando lhe apetece ou lhe interessa.

Costumam dizer que, se não nos pomos a pau são os cães que nos treinam e não ao contrário. E é bem verdade!

Mas também é verdade que é muito fácil deixar, por facilitismo, que algum desleixo se instale. Qualquer um de nós sabe o quão intrincadas são as rotinas diárias. Como é fácil sentirmo-nos enrolados na sua teia e acabar por dar menos atenção a uma coisa ou outra, por falta de tempo, energia e vontade.

Basicamente é isso que deixei acontecer com o treino do Kiko. Também é verdade que ele todos os dias aprende ou reforça comportamentos que consideramos essenciais, como o parar antes de atravessar uma estrada, como não entrar numa divisão sem permissão sem que tenhamos que ter a porta fechada, (útil para quando chega da rua com as patas sujas), e afins. Mas, aquilo que me havia prometido fazer, de replicar em casa algumas vezes por semana o que fazíamos na escola, há muito que ficou para trás.

A noção resoluta que tenho que o voltar a fazer, custe o que custar, à séria e com disciplina, atingiu-me com toda a força quando, na manhã de Natal, nos cruzámos com um lindo border collie e a sua dona no areal.
Conhecem aquela sensação enquanto pais que, em comparação com os miúdos do costume até sentem que estão a fazer um trabalho decente mas, na presença daquela criança extraordinariamente bem educada sentem-se embaraçados e com vontade de sacar de uma prova qualquer que o vosso filho não é um Neandertal e que até sabe comer à mesa com talheres? Pois, é isso mesmo.

 O extraordinário border collie sentado, de olhar fixo na dona, sem que houvesse um qualquer comando verbal, a ignorar totalmente o Kiko. O Kiko chato como a potassa, a ladrar-lhe como que a exigir-lhe atenção, num incentivo à brincadeira. Lá veio ter connosco ao terceiro ou quarto chamamento, o que por si já é uma melhoria, sinal que está a crescer e que, após algum tempo prefere vir ter connosco, mas longe daquele perfeito exemplo de obediência que ali estava a envergonhar todos os outros cães da praia.

Prepara-te Kiko, em 2016 vamos ficar nos trinques!

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