quarta-feira, 9 de março de 2016

Vida de cão: Qual de nós o mais teimoso?!


Dizem os especialistas em raças e coiso e tal que os Jack são dos cães mais obstinados e teimosos. Por esse mesmo motivo, desaconselhado a leigos.

Eu, que não sou especialista, nem nunca tive outro cão sequer, não vos posso confirmar que os cães desta raça são mais teimosos que os outros, ou qual o nível de teimosia do próprio Kiko quando comparado com indivíduos da mesma raça. Posso é afiançar que o miúdo é teimoso. Bastante. Ponto.

Por aqui o lema é uma no cravo, outra na ferradura. Tratamo-lo como um ser consciente, ao mesmo nível de uma criança pequena. Se por um lado o mimamos e até lhe damos uma dose q.b. de liberdade, por outro sabemos que existem momentos cruciais em que a disciplina e a nossa vontade devem ser impostas, por mais que desagrade ao menino.

Mais uma vez há uma similaridade incrível com as crianças. Nunca trouxe bem nenhum ao mundo educar uma criança fazendo-lhe todas as vontadinhas, a não ser que o objectivo seja criar um(a) déspota. Com um cão é igual. Aliás, há uma razão de ser no facto do "não" ser dos primeiros comandos que se ensinam.

De vez em quando o Kiko faz birra. Eu quero ir por determinado caminho e ele puxa-me na direcção oposta.
Sim, existem ocasiões em que o deixamos escolher o itinerário, mas não pode ser sempre. Aliás, é um privilégio que abunda ou escasseia conforme o seu comportamento. Que quem se porta mal não merece cá privilégios!

Se por vezes a birra se resolve rapidamente com um par de puxões na trela e uma advertência verbal, outras há em que ele, especialmente obstinado, choraminga, manda vir, abocanha a trela e tenta-me puxar, e parece totalmente decidido em levar a sua avante.

Pois é exactamente nestes momentos em que devemos fincar pé, ser mais autoritários que nunca, e recusar-nos a fazer-lhe a vontadinha.
A solução requer paciência e tempo, mas é tremendamente simples: basta ser mais teimosa que ele.

Ontem foi um bom exemplo. Disse-lhe, (sim, que eu sou daquelas maluquinhas que falam com os cães): "Temos o dia todo! Aqui, quem manda sou eu! Enquanto não o perceberes não saímos do mesmo sítio."

Durante um bom bocado, (mas muito menos do que estava espera, pois estava decidida a ficar horas se necessário), uns quinze minutos ou mais, ficámos parados. Quanto mais ele me puxava mais eu lhe encurtava a trela. Sentava-se. Ficava quieto. Mordia uns paus. Tentava novamente e eu voltava a encurtar-lhe a trela, mas sem lhe passar cavaco. Lançava-lhe o comando para ele prosseguir na direcção desejada e ele nada. E mantinha-me imóvel e resoluta.

Por fim decidiu, sem comando algum, obedecer-me. O que não era mais que o desfecho desejado e previsível, pois a pior coisa que se pode fazer na educação de um cão é sairmos derrotados de um destes "braços de ferro". Se começamos uma coisa destas, temos que sair vitoriosos, sempre. Ou sujeitamo-nos a uma regressão no comportamento do animal.

Lancei um novo comando que foi prontamente obedecido. Aí, dei-lhe uma mão cheia de treats e levou muitos elogios ao longo do caminho, coisa que ele adora e se nota bem pelo sorriso e cauda a abanar.

O seu comportamento foi exemplar o resto do passeio.

Portanto, quando a teimosia é o problema, uma dose maior da mesma é a solução.








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