terça-feira, 26 de abril de 2016

cromices #127: Afinal não era a Emília...



Estava a fazer zapping. Parei num qualquer canal nacional. Senti-me atraída pelo penteado e maquilhagem da rapariga que enchia o ecrã.

"Tão gira!" - Pensei eu. Convencida que a rapariga estava mascarada de boneca Emília do "Sítio do Pica-pau Amarelo".

Afinal não. Pelo discurso sobre tendências e afins, a coisa era sobre moda. Ainda bem que existem comentadores e entendidos destas coisas. Porque o que para eles é moda, para mim é uma excelente máscara de carnaval, ou vá, caracterização para peça de teatro ou festa infantil.



Quando falo de Amor: Einstein tinha razão



A nossa sobrinha nasceu.

Pegar num recém-nascido é, sem dúvida, uma das ocasiões que serve para comprovar que o tempo é relativo.

Como este corre, sem darmos conta, quando estamos entretidos a conhecer as feições, a decorar os traços, a rir de prazer com os trejeitos e maravilhados com o quão pequena e perfeita é aquela nova vida.



terça-feira, 19 de abril de 2016

coisas de pensar: Crise de fé ou momento de claridade?


Cresci a celebrar o 25 de Abril.
Fui uma miúda idealista, sonhadora, com uma noção romântica das revoluções.
Cresci uma mulher pragmática, ciente das suas fraquezas e defeitos, mas com um sentido de justiça e princípios éticos e morais que considero acima da média.
Uns dias mais que outros, tentei agarrar o romantismo de outrora. Talvez mais pela nostalgia e apego a quem fui do que propriamente por fé na humanidade. Quando mo permito pensar e sentir, sinto uma saudade tremenda daquela miúda!

Olho para as consequências da Primavera Árabe, para o Brasil hoje, e quedo-me resignada.
Talvez a evolução não esteja ainda ao nosso alcance. A minha fé murcha perante o facto que o mundo em que vivemos não é mais que o reflexo do que somos. O mundo é um inferno. Faltou-nos alma para mais.
É pena. Momentos houve em que achei, com todo o coração, que merecíamos e seríamos capazes de mais e melhor do que andar com merda e iniquidade pelos joelhos.
Para espécie que se julga tão avançada seria de esperar que soubéssemos ser mais que uns macaquinhos que atiram fezes uns aos outros.

E agora, com a vossa licença, vou só ali limpar a réstia de romantismo que me escorre pelos dedos.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

coisas de pensar: Começo a ter medo das boas intenções...



Tanta, mas tanta coisa que nasce do que parece ser uma boa intenção e acaba sendo uma cagada magistral.


cromices #126: Nós em modo wedding-planners...


Quando nos casámos optámos pela forma mais simples e prática de o fazer. Fomos os dois assinar papéis ao Registo Civil, e pimbas, feito. Passados alguns dias estávamos a embarcar com destino à lua da mel. Só quando voltámos é que fizemos um almoço, bem disposto, com a família mais próxima. Organizámos dois pequenos álbuns de fotografias que oferecemos aos nossos pais e assunto arrumado.

Foi nossa opção abdicar de tudo: alianças, flores, vestido, igreja, copo de água, lista de convidados...

Fizemo-lo não por falta de respeito a outras pessoas, mas como profundo sinal de respeito por nós mesmos. Une-nos também uma fervorosa crença que a vida é demasiado curta, e por vezes exageradamente complicada, para que se abdique da nossa vontade, da liberdade já tão rara de se fazer o que se quer, só para agradar a terceiros.

Chatices? Nenhumas. Zero. Foi, sem qualquer dúvida, um dia feliz, não só pela ocasião, mas também por termos abdicado de um casamento mais convencional, cuja organização está repleta de afazeres, pormenores e formalidades que nos stressam e enfadam até ao tutano, e que na realidade não condizem propriamente com as nossas personalidades.

Pena, pena só tivemos de não ter calhado em ano bissexto. Que tinha sido mesmo giro escolher o 29 de Fevereiro.

Quem gostou, gostou. Quem não gostou faça à sua vontade com a sua própria vida. E sejam felizes, caramba!

No entanto, tal não impede que já tenhamos, em conversa, imaginado como teríamos organizado uma festa de casamento ao nosso gosto. Isto se quiséssemos ter tido o trabalho.
Daria uma coisa assim:

Em resumo, seria uma espécie de luau havaiano numa praia.
A ementa: churrasco, muita fruta esculpida, opções vegetarianas. Cocktails coloridos, com muitas opções não alcoólicas.
Muita animação. Tendas de chill out com bean bags a pensar nas pausas. Espreguiçadeiras, zonas de sombra.

Totalmente casual, com zero formalidades, a começar pelo traje. Traje formal seria completamente proibido.
O marido acha que é um desperdício estúpido de dinheiro e tempo o quanto os convidados de um casamento gastam em roupa, sapatos, cabelo e todos os pormenores, e eu concordo. Que trouxessem fato de banho, roupa de praia, chinelos, o que acharem melhor.
Outra regra seria não dar prendas aos noivos. Quanto muito escolheríamos uma causa, uma qualquer associação, e seriam pedidos aos convidados donativos para esta.
Quanto ao vestido de noiva, nem pensar! Para mim, teria optado por um dos milhentos vestidos da secção beachwear. Para ele, no máximo, uma camisa havaiana. E de pézinho descalço na areia.

A gracinha, o toquezinho, o recuerdo para os convidados, seria alguém recebê-los com a oferta de um lei, (colar de flores havaiano) para usarem ao pescoço que depois levariam consigo.


cromices #125: 4 dedinhos de estupidez...


Se me desse na cabeça elaborar uma lista com as coisas que mais contribuíram para a estupidificação das massas nos últimos tempos, segundo a minha opinião é claro, confesso que me veria às aranhas para me ficar por um "top 10".

Em menos de nada ocorrem-me os "reality shows", (pelo menos aqueles onde realmente não aprende nada); o chamado "Internetês" que é a linguagem usada nos chats e sms, cuja característica é o amplo uso de abreviaturas, siglas e a omnipresença do "k", (o problema surge quando miúdos e graúdos se tornam incapazes de recordar e utilizar as grafias correctas, mesmo em cenários mais formais, e sai tudo corrido a "k" - komo, kem, kasa...); as selfies (deixam de ser engraçadas quando temos meio mundo que já não sabe aparecer numa foto com cara de gente normal, sempre a fazer beicinho, mas o pior são aquelas situações em que as pessoas se colocam a si e a outros em situações de risco para conseguirem o raio de uma foto, onde proliferam pelo mundo cenários onde drogam e maltratam animais só para o imbecil do turista tirar a puta da selfie); e claro, (tambores a rufar!), senhoras e senhores, o Acordo Ortográfico!

Se há coisa, longe de ser inócua, responsável pela morte de um par de neurónios em todas as cabeças, inclusive muitas pertencentes a gente boa e sensata foi esta coisa. Quase todos nós regredimos uns vinte pontinhos no Q.I. desde a sua implementação.

E não, nunca me irei habituar a esta atrocidade. Aliás, como posso, se me basta digitar algo como "humidade" no Google e este, armado aos cágados, quer-me corrigir para "umidade"!!!!
Se tivesse forma física tinha levado um par de tabefes, juro!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Vida de cão: dias sem "acidentes" = zero.


Por acidentes entenda-se amoks.

Faz-me lembrar uma qualquer cena dos Simpsons, em que o Homer faz uma das suas na central nuclear, e alguém com um ar resignado apaga o registo de "dias sem acidentes" no quadro de ardósia para dar início a uma nova contagem.

Há manhãs em que acordar com as galinhas custa horrores. Hoje parecia que as pálpebras estavam coladas com super cola 3.
Para pessoa para quem o ritmo madrugador é contranatura, verdade seja dita, nunca esperei vivenciar tantas vezes o extraordinário milagre que é acordar cedo com energia q.b. e uma disposição menos tenebrosa.
Mas, tal não seria considerado milagre se não existissem manhãs ruins, não é?!

Hoje foi uma espécie de tempestade perfeita: má disposição, coordenação motora e verbal abaixo do mínimo, muito sono e cansaço, o ter que andar a correr atrás do cão pela casa para lhe enfiar o casaco e o peitoral e para lhe prender a trela, o ser um pouco mais tarde que o costume, e o S. Pedro e o Murphy a ajudarem à festa.

Se o passeio tivesse corrido como esperado, 15/ 20 minutos teriam sido mais que suficientes para cheirar todos os canteiros do percurso, fazer muito chichis, largar o #2 e ainda dar uma corridinha, com a calma habitual das manhãs, para chegar a casa, lavar-lhe as patas e tomarmos o pequeno-almoço em família.
Durante o resto do dia há mais tempo e oportunidades para caminhadas mais longas.

Só que não.
Como costumo sair mais cedo de casa já não me lembrava que, quanto mais o ponteiro se aproxima das 8 da matina, maior o movimento nas ruas, inclusive mais donos e cães.
E se até se pode considerar salutar a interacção com a primeira meia dúzia, tudo e todos que aparecem em diante são um estorvo, especialmente quando a janela temporal é limitada, e o meu puto fica demasiado excitado e muito mais interessado em farejar o rasto de todos os canídeos ao invés de fazer as necessidades.

Respiro fundo e penso que só mais cinco minutinhos para o puto acalmar, e retomar a concentração no passeio e no que tem que fazer. E pimbas, mais um cão, e outro, e outro ainda.
Muita excitação, nada de cócós.
E eu a entrar em modo Hulk, a vociferar asneiras em catadupa, a sentir a paciência a abandonar-me como se tivesse uma artéria aberta. A maldizer o facto de ter saído de casa mais tarde. A mandar vir com o Kiko para ver se ele atina.

Aqueles minutos extra na cama não valem o preço.



quinta-feira, 14 de abril de 2016

cromices #124: Vou conhecer o Mundo inteiro...



... conhecer todas as nações, pisar todos os meridianos, alinhar em (quase) todas as experiências gastronómicas e tudo e tudo. Basta que ponham portais a funcionar tipo stargate, que eu cá enjoo até de ferry, fiquei mais de um mês surda de um ouvido após um vôo, e não tenho paciência para esperar, (mesmo!).





terça-feira, 12 de abril de 2016

coisas de pensar: A estranha no espelho



São raros os momentos em que me olho ao espelho com olhos de ver. O habitual é fazê-lo de uma forma automática. Exercer todos aqueles gestos quotidianos com um nível de observação que quase roça a cegueira.

Sabendo obviamente que a superfície espelhada me devolve o meu reflexo, questionei-me se aquela que ali se apresenta, vendo-se sem vendas pela primeira vez há nem sei quanto tempo, seria realmente eu. Ou melhor dizendo, quão diferente seria qualquer um de nós despidos das marcas de influências externas.
Que rosto, que corpo, que psique, que alma observaríamos se nos conseguíssemos despir de todas as marcas não inatas, de todos os vestígios de maleitas passadas e presentes incluindo dogmas, demagogias, todos os trejeitos, manias e modos que se colaram a nós mas que não são realmente nossos.

Quando presto a mesma rara atenção sobre quem sou, surgem as mesmas dúvidas. No universo de pormenores que supostamente me definem, desde a forma como me movo, como reajo, à forma como falo, penso, escrevo, ajo, do que gosto, do que não gosto, do que temo... Em quantos destes momentos sobressaiu o meu eu real ao invés do produto de um condicionamento?

Tão antiga e tão válida a questão "Quem sou? De onde vim? Para onde vou?".
Talvez o mais significativo legado dos sábios da História seja a própria interrogação. Não há conhecimento sem curiosidade, respostas sem perguntas, nem há demanda como a busca por si próprio.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

coisas de opinar: Construa-se uma estátua


Se há quem mereça uma homenagem em forma de estátua, colossal, ímpar, não é nenhum atleta, nem artista, nem político, muito menos um qualquer empresário que adoça a boca da plebe com promoções em hipermercados mas que depois vai pagar os impostos à Holanda do dinheiro auferido em Portugal. Não.

Quem merece um monumento gigantesco e excepcional é o conjunto de cidadãos, que nem sabendo os sociólogos como os definir, diria que são parte classe trabalhadora, parte classe média. São aqueles que trabalhando por conta de outrem ou por conta própria, conseguem com mais ou menos ginástica remediar-se com o que auferem. Com mais ou menos educação, com mais ou menos acesso a cultura e alguns prazeres.
Sobretudo são aqueles que não fogem à esperada contribuição financeira para a máquina fiscal. Talvez o únicos. São uma classe "ensanduichada" entre pobres e ricos. Entre os que não podem contribuir e até precisam de todo o tipo de apoios para se manterem à tona, e os que podendo optam por não o fazer, alinhado em esquemas elaborados de evasão fiscal.
Porque rico que é rico até manda o dinheiro passar férias em destinos como o Luxemburgo, Suíça, Ilhas Virgens, Panamá e tantos outros.

São estes a verdadeira e única espinha dorsal das nações, inclusive da nossa. Os heróis que mantêm isto a flutuar com tanto peso morto a dificultar a coisa.

Que seja enorme essa estátua, um figurão de costas bem largas. Porque são necessárias costas largas para carregar com todos os chicos espertos que andam por aqui a lixar quem é honesto.
Que sirva a enorme estátua para nos pôr a pensar sobre o rácio cidadão honesto, trabalhador e bom pagador vs chico esperto que foge ao fisco, quer seja uma sardinha ou um tubarão.
Que sirva sobretudo para inspirar vergonha. Será que ainda há disso?!

Que o maior dignatário venha ao palanque avisar petingas e baleias do chico-espertismo que existe tempo para redenção. Para corrigir os maus feitos. Para fazer voltar a casa os dinheiros que foram em férias para offshores. Para que as empresas que auferem em Portugal não tenham outro domicílio fiscal. Que se acabaram os biscates sem factura, os pagamentos por baixo da mesa. Que passado esse prazo da boa-vontade e da redenção as empresas em situação irregular deixarão de poder funcionar, que se verão destituídos dos seus bens, especialmente dos fundos espalhados pelo mundo. Tudo será pertença do Estado que ousaram defraudar.

O dia da inauguração da estátua será de festa para a classe que nenhum sociólogo sabe definir: deixarão de, em nome do funcionamento de uma nação, ter que pagar por todos os outros que se escusam a fazê-lo.
O dia da derrota do chico-espertismo será o dia da implementação da verdadeira Democracia.






sábado, 9 de abril de 2016

sabedoria dos intas em 10 segundos #41



Hoje, houve o feliz acaso de darmos com um breve documentário sobre KOI. Os KOI são os Kepler Object of Interest, sendo o Kepler um telescópio que enviámos para o espaço.

Sendo um dos maiores objectivos da sonda espacial a busca de planetas semelhantes ao nosso, a apoteose do breve documentário foi a apresentação do KOI705.02.

Achei esta uma das notícias mais importantes para a Humanidade nos últimos tempos.
Obviamente também pelo facto de haver motivos para suspeitar da existência de outros planetas que possam, pelas similaridades com a nossa Terra, albergar vida. Mas, para mim, o aspecto mais fulcral desta notícia é o facto de KOI705.02 ficar a milhões de anos de distância.
O nosso 3º calhau a contar do Sol é um milagre, coisa rara, e sabê-lo deveria incentivar-nos enquanto espécie a respeitar aquele que nos acolhe, e nos permite existir.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Quando os homens falam de amor #67






coisas de opinar: Um par de ideias para Marcelo...


... ou a primeira pequena lista de coisas que gostaria que o nosso Presidente pudesse concretizar:

1 - Iguais condições de trabalho nos sectores público e privado. As diferenças existentes, para além de serem injustas servem unicamente para alimentar desarmonias e cisões entre a população.

2 - Maior justiça salarial. Aproximação dos salários mínimos e máximos, através do aumento substancial do primeiro e criação de um tecto máximo salarial, especialmente para os casos em que o erário público é utilizado para o pagamento dos mesmos.

3 - Corte de salários e benefícios de ministros, deputados e gestores públicos.

4 - Expulsão da carreira pública e vida política todo aquele que seja ou tenha sido alvo de suspeita de falta de idoneidade, ou alvo de uma qualquer investigação ou acusação.




Vida de cão: o dia em que o Kiko engoliu uma meia



Anteontem o Kiko engoliu uma meia.

A maior sorte é que demos conta quase imediatamente, portanto teriam passado cerca de 10/15 minutos quando liguei para a Clínica Veterinária a perguntar o que deveria fazer.
Na verdade não existia a certeza absoluta que ele a tivesse engolido, mas pelo sim, pelo não...
Mea culpa, mas pronto, uma pessoa não é infalível.

Já me tinham informado numa das nossas primeiras consultas que caso ele engolisse algo deveria dar-lhe água oxigenada para forçar o vómito. Mas naquele momento só me vinham dúvidas à cabeça: "Era uma colher de chá ou de sopa?", "Diluída ou pura?", "Quanto tempo após a ingestão se pode fazer isso?", "Se não resultar, dou-lhe mais?", "Se sim, quanto mais?"...

Em menos de nada decidi ligar-lhes. Porque como diz o velho adágio "quem não sabe, pergunta".

Mesmo estando a um par de minutos da hora de encerramento, a querida A. diz-me que, visto que ele tinha engolido a meia havia minutos, que o levasse lá que elas lhe administrariam a água oxigenada.
Esta disponibilidade e atenção são um dos muitos motivos porque considero a equipa da Clínica Veterinária uma espécie de família alargada. Relação que dura há 13 anos, desde o momento em que trouxemos o Ulisses cá para casa.

E lá fui, metade do caminho a correr com o Kiko ao colo, metade a correr puxada pelo meu pequeno pónei.

A sala de espera cheia. Mesmo assim, em menos de nada levaram-no para tomar a primeira dose de água oxigenada.

Nesta altura já o "paizinho" também esperava pela criatura. A A. trouxe o Kiko e disse-nos para darmos uma voltinha de dez minutos. Supostamente seria o tempo que demoraria a ficar indisposto e vomitar.
Mas é nestas coisas que um Jack Russell se revela como tal, e o Kiko é simplesmente o Kiko.
Qual indisposição, qual quê! Andava feliz da vida a passear, excitado por ver outros cães, por sentir os cheiros na rua, na relva, a marcar território. Enfim, a ser o Kiko em modo normal.

Segunda dose. Agora é que é! Mas também não foi. Um frio de rachar e nós para trás e para a frente, sem qualquer indício de indisposição.

Por fim, uma terceira e última dose. Resultado: um arroto. Excitação ainda no pique.

Ficámos lá uma hora e meia até que decidimos todos que o melhor a fazer seria trazê-lo para casa, afastá-lo de tudo o que o excita. Levei a recomendação da Dra. I. que, se passado um bom bocado ele não vomitasse lhe deveria dar uma cápsula para proteger o estômago, por causa da água oxigenada.
Que depois dissesse qualquer coisa sobre o estado do Kiko.

Em casa, passados uns minutos lá vomitou um bocadinho do jantar. Sempre bem disposto.

Ontem às 6h da manhã vomitou e afinal tinha mesmo engolido uma meia. Saiu inteirinha, felizmente.
Podia ter sido tão pior. Podia ter acabado em cirurgia.

O momento pós-vómito foi hilariante: um cão feliz por estar a ser muito elogiado, e cada um de nós com o seu telemóvel a fotografar a meia regurgitada.

Já me flagelei mentalmente uma mão cheia de vezes. A partir de agora atenção e cuidados redobrados.

Ontem não resisti a entregar a notícia pessoalmente lá na Clínica sobre como o "caso da meia" estava resolvido, com sucesso.






segunda-feira, 4 de abril de 2016

Gostaria de tomar um café com... #7



Henry Rollins

Para mim, um grande pensador da nossa era. Aprecio a sua criatividade, ética, humildade, claridade de raciocínio e poder de argumentação. Revejo-me nos seus pontos de vista e considero-o um dos modelos de valor neste mundo.

















domingo, 3 de abril de 2016

Vida de cão: Mantra canino



O Kiko ainda se assusta quando alguns veículos passam por nós. Não simpatiza muito com autocarros, nem camiões, nem com o ocasional cromo do tunning ou com o motard que não resistem a uma recta para se exibirem.

É aí que o saquinho que levo sempre à cintura com pedacinhos de ração entra em acção.

O instinto dele é fugir, coitadinho, mas aos poucos conseguimos contrariar essa tendência.

Saco de um croquete, olho-o nos olhos e começo a debitar a minha lengalenga, num tom suave:

"Tu és lindo. Tu és bravo. Tu és destemido. Tu és corajoso." E toma lá croquete.


Foge cada vez menos. Começa a preferir sentar-se ao meu lado, olhando-me nos olhos enquanto entoo o nosso mantra. Depois prosseguimos caminho, ele com a cauda bem erecta, sinal que o medo também passou.