terça-feira, 18 de abril de 2017
coisas da casa: Cozinha americana ou tradicional?
Quando me imagino embarcar na aventura de remodelar a nossa casa, por vezes fico com a ideia que demolir parte da parede que divide a sala da cozinha, para criar um espaço aberto seria uma boa opção.
Assim à primeira vista as vantagens parecem-me ser imensas, para além de significativas.
- A circulação entre ambas as divisões seria facilitada, e é um factor importante quando se tomam as refeições na sala e isso implica quinhentas viagens por dia, para lá e para cá, para pôr e levantar a mesa.
- Unificar os dois espaços daria a sensação de uma casa com maior amplitude e luminosidade.
- Quem está na cozinha deixa de estar isolado, continuando a haver comunicação e socialização com quem está na sala.
Os chamados open spaces estão em voga. Esta solução comum nas casas norte-americanas, também especialmente pela repetida exposição do conceito em n programas televisivos de remodelações e decoração, tem conquistado adeptos por todo o lado.
Os modelos tradicionais também possuem as suas vantagens.
As cozinhas convencionais, fechadas entre paredes, permitem sobretudo proteger, em parte, as restantes divisões de cheiros de comida, vapores e ruídos.
Como em tudo, existem acérrimos defensores de ambos os modelos. Há quem diga que a vantagem de abrir a cozinha, de torná-la num espaço social, onde ninguém fica sozinho, preso às tarefas, ofusca todas as possíveis desvantagens. E há quem diga que se trata de uma boa opção se a pessoa não cozinhar nem sujar, mantendo-a com aquele aspecto novo e imaculado de revista de decoração. Caso contrário a desarrumação, os odores e vapores que se entranham um pouco por todo o lado, os ruídos, especialmente do extractor de fumos e cheiros, são terríveis de aguentar e motivam arrependimentos.
Eu é que ainda não me consigo decidir: se por um lado adoraria modernizar o nosso espaço, torná-lo mais amplo, por outro não me cativa lá muito a ideia de estar na sala e gramar com o ruído baixo mas constante do frigorífico, ou das máquinas a trabalhar.
Fosse o caso de estar a construir uma casa de raíz não hesitaria em optar por uma cozinha em plano aberto, com a condição de ter mais uma divisão - um misto de copa e despensa - adjacente mas fechada, onde se possam colocar todas as fontes de ruído, os grandes e pequenos electrodomésticos, do frigorífico à liquidificadora, e todas aquelas coisas que sendo essenciais ao funcionamento de uma cozinha não ajudam muito a manter o aspecto clean, bonitinho e super organizado que se quer no espaço aberto e sempre visível que é a cozinha americana.
A alternativa será optar pela colocação de um painel ou porta, num modelo que seja ao gosto do freguês. Esta para mim é de todas a melhor solução porque permite que abrir ou fechar a cozinha seja uma opção. E eu sempre prefiro opções a obrigações.
Vida de cão: a caminho dos 3 anos...
... e o Kiko ainda surpreende.
Em muitos aspectos, mas sobressai o quanto ele nos entende. Só vos digo que só falta um dia o puto começar a ladrar em português.
Todos os dias, após cada passeio, há um ritual de limpeza que é essencial sobretudo pelo facto de ele andar livremente por toda a casa, por cima dos sofás, da cama, etc.
Basicamente após cada ida à rua, salvo raras excepções, damos-lhe um pequeno duche com água morna. Não total, mas com a intenção de lhe lavar as patas, o rabiosque, a barriguita, os bigodes...
Depois, em especial nesta estação do ano em que toda a bicharada acorda para a vida, inclusive pulgas e carraças, examinamos-lhe o pêlo e as patas.
Não seria extraordinário se lhe fosse dado sempre o mesmo comando. Mas como eu sou mais freestyle, tenho a imperdível mania de simplesmente conversar com ele, e depois fico boquiaberta quando ele me entende à primeira.
Como há um par de dias em que andava eu no "blá blá blá, Kiko" e de repente solto um "filhote, agora temos que ver se tens carracita", e o puto salta para cima de sofá e coloca-se imediatamente de barriga para cima, que é a posição do costume para investigarmos as patas em pormenor.
terça-feira, 11 de abril de 2017
coisas que imagino: O plano 25
Se têm por hábito visitar este humilde estaminé saberão já, de certeza, o quão acérrima defensora sou da poupança.
Imagino que só esta primeira frase é capaz de fazer revirar uns quantos olhos, afinal é um tema que tem sido estereotipado como uma seca, que soa a obrigação logo é automaticamente catalogado como chato. E isso acorda o nosso mecanismo de defesa que nos ajuda a ignorar o mais possível as coisas que nos parecem chatas, especialmente se temos essa opção, certo?!
Se vos dissesse que o desenvolvimento de hábitos de poupança não tem que ser nem chato, nem doloroso, que a construção de um pé de meia pode ser uma das melhores coisas que podem fazer por vocês e por quem mais gostam, acreditariam em mim?
Poupar é como jogar. Se algumas vez tiveram pachorra para jogar um dos muitos jogos do género do Farmville, em que era necessária paciência e persistência para ir ver das colheitas de x em x horas, e lidar com aquela mecânica de jogo, então estão mais que capacitados.
Hoje venho falar da poupança, especificamente de pés de meia, como um dos maiores gestos de amor, um dos maiores presentes.
Chamo-lhe "plano 25", (até parece mais uma daquelas dietas desenhadas por nutricionistas!), porque consiste em colocar 25€ de parte todos os meses.
Tal como dizem os nutricionistas, não é uma dieta, é um estilo de vida. E daqueles que nos permitem continuar a comer de tudo, que o pessoal não gosta de grandes sacrifícios.
Porquê 25? Para que seja acessível à grande maioria das pessoas, independentemente do seu rendimento. Aliás, a poupança é benéfica para qualquer agregado, mais ainda mais para os de baixos rendimentos.
Porque é mais fácil incutir e desenvolver hábitos de poupança que perdurem se estes não forem demasiado exigentes.
Antes de mais, vamos lá esmiuçar o que são 25 euros: uma peça de roupa ou um par de sapatos, um ingresso para um jogo de futebol ou 2 cafés por dia, uma semana de pequenos almoços de galão e torrada, ou uma refeição para dois a preço médio numa Pizza Hut, cerca de 15 imperiais, 3 ou 4 bons cocktails, 4 bilhetes para o cinema, ou depilação a cera num centro de estética, 1 ou 2 livros, etc, etc, etc...
Dá para perceber a ideia.
Vamos lá então chegar ao meu ponto favorito desta exposição: que frutos dão esses 25 euros se semeados, e onde entra a ideia do amor nisto tudo.
Imaginem que no dia em que um(a) filho(a) vosso(a) nasce, assumem de forma inabalável que seguirão o "Plano 25" à risca. Que não deixarão de cumprir o compromisso de colocar de parte os tais 25 euros por mês, que não haverão desculpas para o incumprimento, nem cederão a tentações, mesmo que surjam imprevistos.
Ao fim de 18 anos terão amealhado 5400 euros. Não é nenhuma grande fortuna, mas se usados com cabeça poderão significar uma grande ajuda numa tão significativa etapa da vida.
Por exemplo, ( e é isto que acho especialmente maravilhoso!), este pé de meia especialmente para as famílias que vivem com um orçamento apertado, e para quem seria muito complicado e até impossível pagar as propinas de uma faculdade, significa que o factor económico já não será um obstáculo.
Fosse segundo as tabelas deste ano da Universidade de Lisboa, as propinas referentes a uma licenciatura (3 anos) ficariam por 3190,41 euros.
E ainda sobram cerca de 2200 euros. Que dariam para algumas despesas de curso, ou para tirar a carta de condução e comprar um carro em segunda mão.
Não é fixe haver uma forma em que todos os pais, independentemente do seu salário, possam oferecer tudo isto a um filho?!
Há um bom tempo atrás, numa conversa com uma amiga, esta defendia que se não fosse o pequeno crédito, e os pagamentos a prestações, muitas pessoas não conseguiriam comprar uma montanha de coisas, tipo famosos robots de cozinha, aspiradores "mágicos" caríssimos e afins. Eu hei-de sempre defender a poupança à mesma. A poupança é como o pagamento a prestações dos jogadores de xadrez: como estes, a pessoa prevê e adianta-se, com a vantagem de se poder pagar a pronto e sem juros.
Se os avós tiverem vontade e possibilidade de participar neste "Plano 25", estamos a falar de mais 10800 euros. E se houver tios que se juntem estaremos a falar de 16200, 21600...
Para os jovens que planeiam com antecedência pode significar ter já de parte o valor para dar como entrada na aquisição de habitação própria. Para os mais empreendedores, o valor necessário para dar origem a um negócio. Para os mais independentes, a possibilidade de ir explorar a vida noutras paragens, ou de serem trabalhadores estudantes, numa casa alugada, com a segurança de terem uma almofada que os ajude nas despesas, especialmente nos momentos maus.
Tantas, tantas possibilidades, e tão significativas para qualquer jovem adulto, possíveis quando, por amor, pessoas da sua rede familiar decidem abdicar de 1 café por dia durante 18 anos.
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quinta-feira, 6 de abril de 2017
caixa de ressonância
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