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terça-feira, 11 de abril de 2017
coisas que imagino: O plano 25
Se têm por hábito visitar este humilde estaminé saberão já, de certeza, o quão acérrima defensora sou da poupança.
Imagino que só esta primeira frase é capaz de fazer revirar uns quantos olhos, afinal é um tema que tem sido estereotipado como uma seca, que soa a obrigação logo é automaticamente catalogado como chato. E isso acorda o nosso mecanismo de defesa que nos ajuda a ignorar o mais possível as coisas que nos parecem chatas, especialmente se temos essa opção, certo?!
Se vos dissesse que o desenvolvimento de hábitos de poupança não tem que ser nem chato, nem doloroso, que a construção de um pé de meia pode ser uma das melhores coisas que podem fazer por vocês e por quem mais gostam, acreditariam em mim?
Poupar é como jogar. Se algumas vez tiveram pachorra para jogar um dos muitos jogos do género do Farmville, em que era necessária paciência e persistência para ir ver das colheitas de x em x horas, e lidar com aquela mecânica de jogo, então estão mais que capacitados.
Hoje venho falar da poupança, especificamente de pés de meia, como um dos maiores gestos de amor, um dos maiores presentes.
Chamo-lhe "plano 25", (até parece mais uma daquelas dietas desenhadas por nutricionistas!), porque consiste em colocar 25€ de parte todos os meses.
Tal como dizem os nutricionistas, não é uma dieta, é um estilo de vida. E daqueles que nos permitem continuar a comer de tudo, que o pessoal não gosta de grandes sacrifícios.
Porquê 25? Para que seja acessível à grande maioria das pessoas, independentemente do seu rendimento. Aliás, a poupança é benéfica para qualquer agregado, mais ainda mais para os de baixos rendimentos.
Porque é mais fácil incutir e desenvolver hábitos de poupança que perdurem se estes não forem demasiado exigentes.
Antes de mais, vamos lá esmiuçar o que são 25 euros: uma peça de roupa ou um par de sapatos, um ingresso para um jogo de futebol ou 2 cafés por dia, uma semana de pequenos almoços de galão e torrada, ou uma refeição para dois a preço médio numa Pizza Hut, cerca de 15 imperiais, 3 ou 4 bons cocktails, 4 bilhetes para o cinema, ou depilação a cera num centro de estética, 1 ou 2 livros, etc, etc, etc...
Dá para perceber a ideia.
Vamos lá então chegar ao meu ponto favorito desta exposição: que frutos dão esses 25 euros se semeados, e onde entra a ideia do amor nisto tudo.
Imaginem que no dia em que um(a) filho(a) vosso(a) nasce, assumem de forma inabalável que seguirão o "Plano 25" à risca. Que não deixarão de cumprir o compromisso de colocar de parte os tais 25 euros por mês, que não haverão desculpas para o incumprimento, nem cederão a tentações, mesmo que surjam imprevistos.
Ao fim de 18 anos terão amealhado 5400 euros. Não é nenhuma grande fortuna, mas se usados com cabeça poderão significar uma grande ajuda numa tão significativa etapa da vida.
Por exemplo, ( e é isto que acho especialmente maravilhoso!), este pé de meia especialmente para as famílias que vivem com um orçamento apertado, e para quem seria muito complicado e até impossível pagar as propinas de uma faculdade, significa que o factor económico já não será um obstáculo.
Fosse segundo as tabelas deste ano da Universidade de Lisboa, as propinas referentes a uma licenciatura (3 anos) ficariam por 3190,41 euros.
E ainda sobram cerca de 2200 euros. Que dariam para algumas despesas de curso, ou para tirar a carta de condução e comprar um carro em segunda mão.
Não é fixe haver uma forma em que todos os pais, independentemente do seu salário, possam oferecer tudo isto a um filho?!
Há um bom tempo atrás, numa conversa com uma amiga, esta defendia que se não fosse o pequeno crédito, e os pagamentos a prestações, muitas pessoas não conseguiriam comprar uma montanha de coisas, tipo famosos robots de cozinha, aspiradores "mágicos" caríssimos e afins. Eu hei-de sempre defender a poupança à mesma. A poupança é como o pagamento a prestações dos jogadores de xadrez: como estes, a pessoa prevê e adianta-se, com a vantagem de se poder pagar a pronto e sem juros.
Se os avós tiverem vontade e possibilidade de participar neste "Plano 25", estamos a falar de mais 10800 euros. E se houver tios que se juntem estaremos a falar de 16200, 21600...
Para os jovens que planeiam com antecedência pode significar ter já de parte o valor para dar como entrada na aquisição de habitação própria. Para os mais empreendedores, o valor necessário para dar origem a um negócio. Para os mais independentes, a possibilidade de ir explorar a vida noutras paragens, ou de serem trabalhadores estudantes, numa casa alugada, com a segurança de terem uma almofada que os ajude nas despesas, especialmente nos momentos maus.
Tantas, tantas possibilidades, e tão significativas para qualquer jovem adulto, possíveis quando, por amor, pessoas da sua rede familiar decidem abdicar de 1 café por dia durante 18 anos.
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sexta-feira, 11 de novembro de 2016
coisas que gosto: Bons ventos sopram de Espanha, ou "dar vida à idade"
Gostava tanto que encarássemos a terceira idade como se fossem umas férias por tempo indeterminado, em que todos os dias fossem vividos ao máximo, numa personificação do carpe diem, enquanto a saúde e a vida o permitir.
O conceito é de uma tremenda simplicidade: porque não aproveitar da melhor forma a liberdade que representa o fim das obrigações familiares e compromissos profissionais?
Felizmente começam a proliferar notícias sobre pessoas que decidem tomar as rédeas da própria vida, e tomam decisões sobre como querem viver na velhice. Decisões que têm por base o desejo de independência e felicidade e desembocam em projectos inspiradores, como o relatado nesta notícia que nos chega de Cuenca, Espanha.
Motivados em grande parte pelo desejo de não querer passar a última fase da vida rodeados de estranhos ou "ser uma carga para os filhos", dois casais de amigos que se conheceram anos atrás numa excursão, decidiram viver juntos numa república autogerida em Cuenca - Convivir. A sua decisão entusiasmou e incentivou muitos mais a juntarem-se ao projecto.
Convivir é um condomínio, uma residência com todos os atributos específicos das residências para idosos, desde os serviços a pormenores arquitectónicos específicos para a terceira idade como as casas de banho, botões de emergência, etc.
No entanto, Convivir não é um lar de idosos mas um projecto de coshousing: projectado por arquitectos com a ajuda e intervenção directa dos sócios da cooperativa.
Elogia-se o ambiente juvenil, a forma como se mantém activos através da partilha de tarefas, de workshops diversos organizados pelos próprios como forma de partilhar o conhecimento de cada um, que no caso de Convivir pode significar tanto uma aula de risoterapia como de macramé. Sentem-se bem, felizes, e independentes. Guiam-se pelo lema "dar vida à idade". E isso é o mais importante.
Existem alguns projectos similares por todo o mundo. Também em Portugal existem residências onde o objectivo é uma maior qualidade de vida. Os preços que podem rondar, para além do investimento na residência, uma mensalidade de mais de 2000 euros por casal, faz com que seja impossível todos terem acesso a este estilo de vida.
O importante é que cada vez mais pessoas se mostram interessadas neste tipo de soluções, querem decidir de forma activa como viverão as suas vidas até ao último momento. Será esse interesse que vai alimentar mais e melhores conceitos, novas ideias, e por isso, acredito que quando for a nossa altura de tomar as rédeas da nossa velhice, não faltarão opções, até mais económicas, que permitam a todos os cidadãos viver a terceira idade com um espírito de férias, focando na felicidade e no que nos faz bem.
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terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Ideias de negócio #1
Em menina as histórias, fábulas e fantasias começavam por "era uma vez...". Como mulher, as fantasias são outras e muitas iniciam-se com "Se eu tivesse dinheiro para...".
Pego nos conceitos "produção local", "comunidade" e "ecologia". Coloco-os na misturadora e, este é um dos resultados possíveis:
Imagino uma quinta. Onde se cultiva um pouco de tudo, de acordo com as leis da Natureza e das estações do ano, onde se pratica Agricultura Biológica sem recursos a pesticidas e com respeito pelo meio ambiente e pela saúde, tanto de quem trabalha a terra como de quem irá consumir os produtos. Onde o resultado são produtos viçosos, fresquinhos e saudáveis.
As portas da Quinta estariam sempre abertas: com frequência seriam ministrados workshops para ensinar a arte de cultivar a todos os que quisessem aprender.
Parte da Quinta seria dividida em pequenos lotes, que seriam utilizados por várias pessoas e famílias para cultivarem o seus alimentos em troca de um pagamento em dinheiro ou trabalho, ou ambos. Como uma horta comunitária. É de espantar a quantidade e diversidade de alimentos que se podem obter em escassos 10 metros quadrados!
Também as portas da Quinta estariam abertas aos consumidores. Imaginem-se a passear com a família num espaço verde, e a regressar a casa com uma cesta carregada de vegetais e frutos acabados de colher!
À entrada da Quinta, existiria o Restaurante da Quinta, onde a ementa iria variando conforme as estações do ano, as colheitas, utilizando somente produtos da época, da própria quinta e de outros produtores locais. Imaginem: produtos sempre frescos, de origem conhecida, amigos do ambiente e da saúde!
Também neste espaço seriam ministrados diversos workshops com as mais variadas temáticas, desde cozinha vegetariana, a como fazer pão, uso de ervas medicinais, doçaria conventual, entre tantos outros.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015
A melhor empresa do mundo #3: "Nevzat, o patrão que vendeu a empresa e deu €216 mil a cada funcionário"
Basta uma única pessoa para surgir uma ideia, desenhar um conceito. Mas depois, na prática, toda uma equipa é fundamental para o sucesso. Daí ser tão justo que os frutos do sucesso sejam repartidos.
É bom ter uma notícia para partilhar que fala disto mesmo:
"Nevzat Aydin decidiu vender a sua Yemeksepeti, uma empresa turca de encomendas online e entrega de refeições ao domicílio, a uma companhia alemã do mesmo ramo, a Delivery Hero.
Segundo a CNN, o negócio foi fechado por 530 milhões de euros. Mas a notícia não é esta, ainda que o negócio seja financeiramente relevante. O que tem feito de Aydin notícia é o facto de ter decidido distribuir 25 milhões por 114 trabalhadores.
Em média, cada empregado recebeu 216 mil euros. No entanto, este valor varia consoante a produtividade e o “futuro potencial na empresa” de cada um. Só os trabalhadores com mais de dois anos de contrato é que foram elegíveis para o bónus.
Para Nevzat Aydin, cofundador da empresa, o sucesso da Yemeksepeti “não aconteceu do dia para noite e muitas pessoas participaram nesta viagem com o seu trabalho e talento”. “Alguns choraram, outros gritaram e houve ainda quem escrevesse cartas de agradecimento. Houve muitas emoções, porque mudámos a vida das pessoas. As pessoas [agora] podem comprar casas, carros... Podem fazer imediatamente algo que nunca conseguiriam com um ordenado de 900 ou 1500 euros. Foi uma coisa boa. Gostaria de ter a capacidade de lhes dar mais”, contou Aydin.
A Yemeksepeti foi fundada há 15 anos e entrega mensalmente mais de três milhões de refeições e opera nos Emirados Árabes Arábia Saudita, Líbano, Omã, Qatar, Jordânia, Jordânia e, claro, na Turquia. O conceito da empresa passa pela encomenda de refeições online que depois são entregues no local e à hora escolhida pelo cliente.
Com a venda da Yemeksepeti, Nevzat Aydin mantém o cargo de diretor-executivo e passa também a ocupar uma cadeira no painel da administração da Delivery Hero."
in Expresso
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terça-feira, 9 de dezembro de 2014
A melhor empresa do mundo #3: Apoio à Parentalidade
No que toca à taxa de Natalidade, Portugal é uma referência. Adiantam os meios de comunicação, que temos a segunda mais baixa taxa de fecundidade do Mundo, (aqui), apenas ultrapassados pela Bósnia-Herzegovina; e que tivemos a taxa mais baixa de toda a Europa em 2013, (aqui).
A leitura que me atrevo a retirar das estatísticas é que, claramente a parentalidade não é fácil em Portugal.
E porquê?
- Acredito que seja em primeiro lugar por questões financeiras.
Em Portugal os salários são baixos, dos menores praticados a nível europeu. Dizem que o salário médio mensal de Portugal foi metade da média europeia em 2013, (aqui). Estamos a falar de um número que ronda os 984 euros.
Ora bem, se tivermos um casal em que ambos aufiram este valor, líquido, a coisa faz-se à boa maneira portuguesa - com "cabeça", corta daqui, corta dali, sem espaço de manobra para luxos, - e consegue-se criar um núcleo familiar de classe média com uma criança, quiçá duas.
Não nos esqueçamos é que, ano após ano, engrossam a olhos vistos as fileiras de pessoas que auferem o salário mínimo, assim como as que se encontram em situação de trabalho precário e as desempregadas. E que a média, enquanto indicador estatístico apenas nos diz o meio caminho entre o salário mais baixo e o mais alto.
Já ouvi da boca de pessoas idosas, que neste "tempos modernos" se complicam muito as coisas. Que no tempo delas os filhos criavam-se à mesma, quantas vezes em situações de verdadeira dificuldade. Que "quem alimenta uma boca, alimenta duas".
Vejo que a noção de parentalidade modificou-se radicalmente em poucas gerações. Enquanto membros da sociedade já não aceitamos que criança alguma ande aí ao deus dará, descalça, ranhosa e mal-nutrida, como era usual nesses outros tempos.
Hoje em dia esperam-se dos pais coisas tremendas. Dizem que os filhos não chegam acompanhados de manual, mas as expectativas, os tais "o que fazer" dão para encher enciclopédias, com capítulos sobre tudo, desde os brinquedos, à alimentação, saúde, educação, tudo. Não há pormenor demasiado pequeno ou insignificante que não seja explorado até à exaustão. Até porque tudo isto movimenta um mercado de muitos milhares de milhões de euros.
(Verdadeiramente horrível é que, hoje em dia, estejamos a perder a batalha contra a pobreza infantil. aqui)
Já não se trata somente de esticar o pão para alimentar mais uma boca. São as fraldas, os leites de farmácia e as papas, os mil e quinhentos acessórios, cadeirinhas e carrinhos, roupas, as consultas no pediatra, as actividades de lazer, e a mensalidade do infantário que, se for um filho, leva uma imensa talhada do salário, se forem mais, torna-se geralmente impossível e faz com que compense que um dos cônjugues fique em casa a olhar pelos miúdos.
Sortudos dos que podem contar com os avós para isso!
Depois penso na licença de maternidade, do quanto esta é curta, das amigas que são mães, do aperto que sentiram em terem que voltar ao trabalho, separando-se de um bébé tão novo, tão pequenino, tão indefeso, tão dependente delas.
De como as empresas se habituaram ao mau vício de maltratar as pessoas até na questão da parentalidade. Com que à vontade é que se vai contra a lei, impunemente, e se questiona durante uma entrevista de emprego se a pessoa pensa ter filhos, de a preterir se o confirma. E de isto ser a ponta do iceberg!
- Que faria eu, na melhor empresa do mundo?
Um dia estava a ver um episódio da série "Bones/Ossos" e fez-se luz. A personagem Ossos e a sua melhor amiga Angela tinham sido ambas mães, e embora tivessem que lidar com o regresso ao trabalho e tudo o que isso implica, os bébés estavam a metros de distância, num infantário dentro do próprio Jeffersonian.
Por isso, a melhor empresa do mundo teria um infantário.
Mais uma vez, seria uma infraestrutura aberta a outras empresas em redor, com a intenção de diminuir os custos. Não seria um benefício cedido gratuitamente, mas sem dúvida que a mensalidade seria muito mais baixa do que os preços normalmente praticados, pois o objectivo não seria nunca gerar uma grande margem de lucro, mas sim cobrir os custos e conseguir algum excedente para continuamente investir na manutenção e melhoria das instalações e serviços prestados.
Para além de ser uma ajuda às famílias a nível financeiro, também teria um grande valor emocional, visto que pais e crianças não teriam que passar por uma grande separação.
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segunda-feira, 13 de outubro de 2014
A melhor empresa do mundo #2: O transporte de e para a empresa
A quantidade de automóveis que circulam diariamente são um problema.
Segundo dados de 2006, o número total de veículos a circular no nosso país são cerca de 5,6 milhões. Diz-se, igualmente, que Portugal é dos países da Europa com mais automóveis por habitante.
Lisboa e Sintra são os dois municípios com maior densidade populacional do país. O primeiro com cerca de 519 mil habitantes, e o segundo com cerca de 419 mil, (dados de 2005).
Não será então de estranhar que a IC 19 seja das vias com maior tráfego. Aliás, até já foi considerada das mais congestionadas da Europa, para além de ser apelidada igualmente a "mais perigosa" a nível nacional.
Outras vias, como a A5 não são excepção.
Qualquer pessoa que já tenha experimentado qualquer um dos trajectos saberá bem a frustração de estar parado no trânsito a caminho do emprego, por exemplo.
Esta situação é um problema que se reflecte:
- No bem estar do indivíduo. O stress que resulta de vivenciar o trânsito regularmente tem custos para a saúde. Na óptica de interesses das próprias empresas, esse stress afecta perniciosamente o desempenho do trabalhador, como é natural. Outra manifestação são os possíveis acidentes, e as suas consequências.
- No meio ambiente. Pela poluição gerada pela quantidade de gases libertados para a atmosfera. Pelo gasto de recursos finitos como o combustível fóssil.
- Na economia. Cada veículo significa um pacote de custos para o seu proprietário, que engloba desde os custos de aquisição, manutenção, seguro, combustível. Um imenso desperdício quando verificamos que, a bordo de cada automóvel, vai geralmente uma só pessoa.
- No tempo. É um despedício infeliz de vida, (porque tempo é vida), o tempo que cada pessoa passa no trajecto casa-trabalho / trabalho-casa. Chegam a ser horas diariamente.
1 - Não serão os transportes públicos a solução?
Infelizmente, (ainda) não.
Em muitos casos, a nossa rede de transportes públicos entende-se mais propriamente como parte do problema do que da solução.
Há pessoas que não podem abdicar da viatura própria porque não existe transporte público que sirva aquele trajecto, ou porque não há compatibilidade com os horários praticados, ou ainda porque a viagem entre os pontos A e B implicam uma série surreal de transbordos que resultam numa perda inacreditável de tempo.
Quem não tem outra hipótese, conhece esta realidade, para além dos atrasos, greves e afins.
Hoje em dia, os preços dos transportes são também tão elevados que, este torna-se um bom argumento para não abdicar do conforto do próprio automóvel.
Embora sejam muito bons quando comparados com o que existe noutros países, ainda não se tornou possível desenvolver um modelo de transportes públicos suficientemente rápido, dinâmico, eficiente, confortável, de modo a ser visto como uma excelente alternativa ao carro para a maioria da população.
2 - A bicicleta
Nos últimos tempos houve um "boom" em relação ao interesse para com a bicicleta. Indo mais além da prática desportiva, há quem a use como meio de transporte, e nota-se o interesse de mais pessoas em querer usá-la para esse fim.
A bicicleta é o meio de transporte mais barato. Por 500 ou 600 euros adquire-se um modelo bastante decente. Quantia que significa apenas alguns meses de passe dos transportes públicos.
É também o mais saudável, e não polui.
Se não aumenta já de forma exponencial o uso da bicicleta para este fim é porque as empresas não possuem condições para tal.
A melhor empresa do mundo teria um estacionamento para bicicletas.
Onde estariam abrigadas das condições climatéricas, e em segurança.
A melhor empresa do mundo teria balneários completos.
Estes estariam equipados com zona de cacifos, duches, e sanitários.
3 - Mas decerto que nem todas pessoas pensam locomover-se em bicicleta. E as outras?
A melhor empresa do mundo possui um serviço de transporte colectivo para os seus funcionários.
Um autocarro de dois andares transporta simultaneamente cerca de 90 pessoas. Isso significa menos 90 viaturas na estrada, ou tornar disponíveis, para outros utentes e em determinado momento, 90 lugares nos transportes públicos.
Um autocarro de dois andares tem a mesma pegada ecológica que um autocarro de um só piso, que transporta cerca de 40 pessoas. Portanto é uma solução amiga do ambiente.
Significa uma solução económica, porque mesmo que cada trabalhador pagasse somente 50 euros pelo passe combinado dos transportes públicos, (que os há bem mais caros), uma empresa não gastaria 4500 euros por mês neste serviço.
Isto fazendo a conta a 50 euros por apenas 90 trabalhadores. Quanto mais pessoas a utilizarem o mesmo autocarro, maior a poupança.
Significa igualmente menos stress na vida dos funcionários. Como não vão a conduzir podem aproveitar a viagem para relaxar, ouvir música, ler, dormir.
Para os que teriam que andar de transportes, significa o fim das esperas ao sol, chuva e frio, dos atrasos, do perder os transbordos por um par de minutos.
4 - Como gerir os custos destes benefícios?
Reduzir custos é fundamental.
O primeiro passo, em relação aos autocarros do serviço de transporte colectivo de funcionários, é diagnosticar se é mais vantajoso para a empresa a aquisição dos mesmos, ou o aluguer.
Depois, a melhor estratégia para reduzir custos é rentabilizar esses benefícios.
Como?
Vendendo esses benefícios como serviço a outras empresas próximas geograficamente.
No caso do autocarro, significaria colocar à disposição das mesmas, o serviço de transporte colectivo dos seus trabalhadores, mediante pagamento. Praticando um preço per capita competitivo, mas que ainda assim, ajudaria a diminuir os custos com os benefícios que apresentamos aos nossos funcionários. Quem sabe até mitigá-los por completo, e gerar lucro.
Imaginem se todas empresas aderissem a este sistema. Autocarro a autocarro, viagem a viagem, estariamos a retirar centenas, milhares de veículos automóveis das estradas.
Que acham? Gostam da ideia? Gostariam de a ver implementada na vossa empresa?
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sexta-feira, 10 de outubro de 2014
A melhor empresa do mundo #1: O horário de trabalho e a produtividade
Aqui há tempos falei-vos que um dos meus sonhos, (coisa improvável de suceder), que era ter o capital, (grana, pilim, carcanhol), necessário para abrir uma empresa, onde pudesse implementar as teorias que venho desenvolvendo ao longo dos anos sobre as mudanças que acho necessárias para a evolução da sociedade.
Como um estudo científico em ambiente controlado, numa espécie de placa de Petri, que, em caso de sucesso, poderia significar uma inspiração para um novo modelo vigente, quiçá global.
Podem ler o post aqui.
Serve esta nova rubrica para vos apresentar esses conceitos com mais detalhe.
- Na "melhor empresa do mundo", seria instaurado o horário semanal de 30 horas.
-Porquê? Qual a motivação?
Porque nada existe isoladamente no Universo. Todas as acções implicam obrigatoriamente reacções que vão para além de si. As repercussões das mudanças no ambiente laboral ecoam em todos os outros ambientes da vida humana. Deduzo logicamente que, se implementarmos mudanças positivas no universo do trabalho, colheremos frutos positivos nas restantes áreas.
A missão deste conjunto de medidas no ambiente laboral, é a longo prazo, construir um mundo melhor. Começar a fazê-lo em pequenos passos, porque não há que subestimar o efeito borboleta.
- Porquê as 30 horas?
Numa visão mais utópica, talvez possível daqui a 500 ou mil anos, eu defendo um horário de 20 horas semanais. 30 parece-me um meio termo fazível entre o que imagino como ideal, e o que seria possível implementar na nossa realidade.
Na minha visão, uma sociedade verdadeiramente avançada e produtiva, é aquela em que existe um elevado índice de auto-sustentabilidade, em que ninguém está totalmente dependente do salário como hoje em dia.
Para mim, as 20 horas estão longe de significar uma sociedade de gente dedicada ao dolce far niente. Pelo contrário, significa antes trabalhar 4 horas por dia numa qualquer empresa, e ter outras 4 horas diárias para dedicar à produção dos próprios alimentos na horta do agregado familiar, fazer a lida doméstica, participar activamente na educação dos filhos, e apoiar os idosos da família, e ainda poder seguir a sua vocação como segunda ocupação. Imaginem por exemplo, um mecânico de carreira, pintor de vocação; ou um designer cantor, um enfermeiro tecelão.
- Como seria implementado?
No momento da sua contratação, cada trabalhador teria a liberdade de escolher entre três modalidades de horário:
1) Ou trabalha 5 dias por semana, 6 horas por dia.
2 ) Ou, passa a ter 3 folgas semanais. Trabalhando 4 dias por semana, 7,5 horas por dia.
3) Ou ainda existe a opção de intercalar, entre semanas, a modalidade 1 e 2.
- Quais os benefícios para o trabalhador desta prática?
Em primeiro lugar, a liberdade de escolher a própria modalidade de horário de trabalho resulta numa maior harmonia entre o trabalho e as restantes faces da vida da pessoa.
Há que sublinhar que a estipulação das 40 horas semanais e das duas folgas foi um tremendo avanço civilizacional, e uma vitória. Hei-de vos trazer em breve mais sobre este tema, como era a vida antes das 40 horas, o enquadramento histórico, tudo isso.
As 40 horas permitem tripartir o dia em parcelas iguais para o trabalho, o descanso e actividades várias, inclusive de lazer.
Actualmente o ser humano é mais complexo, numa sociedade que também o é.
Como exemplo, se olharmos para os desafios da parentalidade, o passado e o tempo presente apresentam realidades muito distintas. Hoje em dia "cama, mesa e roupa lavada" fica muito aquém do que é exigido aos pais. Espera-se da parte destes uma participação extremamente activa na vida dos filhos, como nunca antes na história da nossa espécie, em casa, na escola, nas actividades extra-curriculares, etc.
E isso requer sobretudo tempo e disponibilidade, que se tornaria uma missão menos difícil com uma diminuição das horas dispendidas a trabalhar.
Em resumo, menor horário de trabalho significa mais tempo para a família, aumentando a qualidade das relações com os filhos, com a cara metade, significando também mais disponibilidade para os pais, para quem essa atenção será tão significativa no seu envelhecimento.
Tempo para si próprio em actividades de auto-realização sejam hobbies, prática desportiva, etc. Mais tempo para a gestão da casa e todas as burocracias da vida moderna.
Tempo para aprender, continuando a sua formação, o que resultará também num benefício para a própria empresa.
- Quais os benefícios para a empresa? Esta não veria a sua produtividade ameaçada?
"Produtividade é produzir mais em menos tempo, com menor custo e maior eficiência."
Estar presente não significa ser produtivo. O mesmo se pode dizer em relação às horas de trabalho: mais não significa melhor.
Felizmente já começam a existir empresas, também por cá, que o percebem.
Que proibem a presença dos empregados após o horário laboral.
Que em vez de aplaudirem aqueles que ficam até tarde, (o que tantas vezes significa dar graxa às chefias ao invés de produtividade, ou uma empresa esclavagista que conta com poucos para fazer o trabalho de muitos), entendem que tal significa que há um potencial problema que necessita de ser diagnosticado e resolvido o quanto antes. Que se interrogam em tal análise porque pessoa X não conseguiu cumprir os objectivos diários nas horas devidas. Objectivos demasiado ambiciosos? Falta de condições na empresa? Falta de know how ou motivação?
Assim se comportam as empresas da nova guarda!
Quando se fala em produtividade são factores como as boas condições de trabalho, a capacidade de motivar os trabalhadores, a existência de comunicação, o limitar a burocracia a um mínimo, a existência de infraestruturas e ferramentas adequadas, formação e know how, salutar ambiente de trabalho e a boa organização e gestão que contam.
Como empreendedora, consideraria o horário de 30 horas, um excelente investimento que me traria como retorno trabalhadores felizes, motivados, e dispostos a dar o seu melhor.
Que acham?
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terça-feira, 15 de abril de 2014
Um projecto musical imaginário #3
Influências.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Um projecto musical imaginário #2
Influências.
domingo, 13 de abril de 2014
Um projecto musical imaginário #1
Influências.
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