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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Dúvidas que me atormentam #3



Um dos meus rituais matinais é dar uma voltinha pelos blogues da vizinhança. Dei com a opinião do caríssimo Gajo sobre as "nossas" tradições carnavalescas, e não pude deixar de sorrir por encontrar alguém com uma opinião semelhante.

Pelos vistos, o que conhecemos hoje como Carnaval teve origem na Grécia Antiga através de um festival onde se agradecia aos deuses pela abundância e fertilidade.
Quase mil anos depois este costume foi adoptado pela Igreja Católica e inserido no calendário cristão para que acontecesse antes da Quaresma, que é de certa forma uma antítese do Carnaval, visto ser um período de jejum e abstinência, enquanto este é dedicado aos prazeres da carne, uma despedida desta através da via do excesso.

Dizem que foi o Carnaval de Paris que inspirou todas as outras festas carnavalescas, incluindo a brasileira, que acabou por suplantar todas as outras e tornar-se a referência mundial desta celebração.
No entanto, o Carnaval de Paris havia morrido, e só recomeçou a ser celebrado há 13 anos.

Segundo o Guiness não há maior Carnaval no mundo que o brasileiro. Talvez seja esse o factor que leve outros países a importar este modelo, no quais se incluí Portugal.

A dúvida que me atormenta volta a remeter-me ao post do Gajo: se por cá, (sabe-se lá porquê, quando, como e quem), se decidiu adoptar o carnaval brasileiro, porque é que não se soube adaptar este à nossa realidade?

Diz um dos muitos apps de prognósticos meteorológicos que, por exemplo, na terça-feira dia 16, estarão 12º em Lisboa e 25º no Rio de Janeiro, sendo que por aqui é Inverno e no hemisfério sul é Verão.
No Rio até deve saber bem andar com pouca roupa especialmente com tanto exercício que o samba implica, por cá há que tirar o chapéu às sambistas que dão tudo por tudo, que não seria eu a sair à rua naqueles preparos com este frio, e que inevitavelmente passam o desfile a tiritar.

Pois em Veneza é que são espertos!
Diz que terça-feira estarão por lá 11º, num cenário climatérico semelhante ao nosso, e por lá não há maluquinhos de bikini e fio dental. Lá saem totalmente cobertos e agasalhados, e mesmo assim, vai-se lá ver, conseguiram criar um Carnaval que é considerado único e um dos mais belos do mundo.




sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Dúvidas que me atormentam #2



Quando falamos de mobilidade há muito meio de transporte por onde escolher, desde o automóvel, à bicicleta, à moto, etc.

Mas antes de sermos automobilistas, ciclistas ou motards, somos peões e seremos sempre peões independentemente dos outros meios de transporte que utilizemos.

Alguns de nós nunca serão ciclistas, nem motards e talvez nem automobilistas. Mas, sublinho que todos somos e seremos peões. Esse é o denominador comum que nos une a todos. E por tal, entender as necessidades dos peões não deveria ser um exercício muito complicado e abstracto de empatia, bom senso e lógica, visto que é algo que também nos toca a nós, e não só ao vizinho do lado para quem normalmente nos estamos a marimbar. Logo, neste caso, ser daquelas pessoas que só sabem olhar para o seu umbigo não é desculpa.

Aposto que mesmo aqueles que passam a maior do tempo em deslocações sobre rodas já experimentaram o quão difícil é andar a pé. Decerto já encontraram passeios ocupados por veículos estacionados, passeios em mau estado, ou até já tiveram que fazer um qualquer percurso onde ao invés de passeio existia uma valeta ou nem isso, fazendo-vos olhar para os carros que passam como um perigo bem real, que sair dali ileso é coisa próxima de um milagre. Já para nem falar dos muitos automobilistas, motards e ciclistas que passam a toda a brida pelas passadeiras, desrespeitando lei e peões, exemplos da tal falta de empatia e civismo.

Ontem, dei conta da fantástica notícia sobre a construção de uma ciclovia a ligar Ouressa à Portela de Sintra. É realmente uma notícia fantástica, e é um primeiro passo no meu sonho de ver as localidades do meu concelho ligadas entre si através de pedovias e ciclovias. Desejo que este primeiro projecto seja um tremendo sucesso para que veja chegar a mesma inovação à minha localidade.

Sendo a notícia sobre a construção de uma ciclovia, houve quem, (e na minha singela opinião, muito bem), questionasse sobre se a obra incluiria uma pedovia, porque os passeios existentes estão longe de ter as condições mínimas para se caminhar com segurança e saúde.
Na minha opinião era coisa para se fazer já, ciclovia e pedovia lado a lado, que fazê-lo mais tarde apenas levará mais tempo e dinheiro.

Na mesma caixa de comentários um ciclista queixava-se já que os peões serão pouco cívicos e acabarão por utilizar esta ciclovia, da mesma forma que o fazem com outras, que para quem caminha existem os passeios.
Acho que este ciclista enfurecido teria toda a razão se existissem boas condições para quem anda a pé. Aí fazer uso de uma ciclovia seria expressão da falta de civismo pura e dura, ao invés de uma transgressão por falta de alternativas.

A dúvida que me atormenta é, se somos todos peões, porque é que são estes os que ficam sempre para último lugar, esquecidos, seja quando se implementa algo a nível urbanístico seja na atitude das pessoas quando se deslocam sobre rodas?!