segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

coisas de ver: "The Bletchley Circle"


The Bletchley Circle


Esta série, composta por duas temporadas no total de sete episódios, gira em torno de um grupo de mulheres que, durante a II Guerra Mundial, trabalhavam secretamente para o governo britânico decifrando códigos alemães.

"Criada por Guy Burt (The Borgias), a história gira em torno de um grupo de mulheres que, durante a 2ª Guerra, trabalhava para o governo decifrando códigos.

Susan (Anna Maxwell Martin de Bleak House e South Riding), especialista em matemática, Millie (Stirling, de Women in Love), capaz de compreender quatorze idiomas, Lucy (Sophie Rundle, de Titanic), com memória para se lembrar de números e datas, e Jean (Julie Graham, de Survivors), mulher metódica com acesso a documentos importantes, são funcionárias selecionadas pelo governo com a missão de decifrar os códigos alemães. Nove anos mais tarde, elas voltam a se reunir para desvendar crimes. A segunda temporada marca a despedida de Susan, que é substituída por Alice (Hattie Morahan), outra mulher que fez parte do grupo durante a 2ª Guerra."

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Vila d'Ana #2



Se viajassem de comboio, em Vila d'Ana haveria uma estação à antiga para vos receber.

De preferência uma das muitas que estão um pouco por todo o lado, desactivadas, à espera de uma segunda vida.

Pois bem, lá estaria ela, com o seu traçado arquitectónico de finais do séc. XIX, os seus beirais, forrada a tradicionais painéis de azulejo, envaidecida dos trabalhados pormenores em ferro forjado, vidraças, cantarias em pedra, gessos decorativos, e do seu enorme e fidedigno relógio.
Embora não fosse o único a pautar a pontualidade das composições, imagino o maior dos relógios da nossa estação alojado numa torre, casa partilhada com um ninho de cegonhas.





Não se deixem enganar pelo valor histórico e beleza vintage das suas instalações: a estação de Vila d'Ana teria ao dispor todos os sistemas modernos de telecomunicações, segurança e sinalização.

Contudo, ao contrário do que a modernidade significou em muitos outros locais, na nossa Vila isso não significaria a extinção de postos de trabalho como chefe da estação, guarda, ou funcionários das bilheteiras. Porque não há máquina alguma que substitua ou apague a importância da interacção humana, especialmente quando estamos no papel de utentes e precisamos que nos forneçam informações ou nos prestem algum tipo de apoio.

A estação ferroviária seria, sem dúvida, um dos ex-libris da Vila, não só pelo valor estético, mas sobretudo por reunir uma série de serviços, essenciais tanto a habitantes como a visitantes, cujo facto de estarem reunidos no mesmo espaço se torna uma mais-valia em si, beneficiando até o utente que simplesmente espera pelo comboio.

Falo da presença de um Posto de Polícia, (cuja presença tem vantagens que dispensam qualquer explicação), ao Posto de Turismo, zona de cacifos onde se pode guardar a bagagem, Padaria aberta 24 horas por dia, acesso a uma unidade hoteleira, e por fim, aos túneis que dão ligação a vários pontos da Vila, e onde ao longo destes se podem encontrar mais ofertas a nível de comércio e serviços.




quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Vila d'Ana #1


Vila d'Ana é o meu lugar imaginado, portanto não só leva o meu nome - por falta de melhor inspiração no momento, embora até nem soe mal, como tudo neste tem exclusivamente a ver com o meu gosto e as minhas convicções.
É um lugar abstracto, o compêndio de todas as ideias, e cadinhos que fui apanhando aqui e ali, cuja soma forma a ideia de um lugar que gostaria que fosse real, e onde penso que gostaria de viver.

A melhor maneira de chegar a Vila d'Ana seria de comboio. De preferência a bordo de uma das novas composições não poluentes, com motores movidos a hidrogénio, como os Coradia iLint, de fabrico alemão que transitam na Baixa Saxónia desde este ano.

A grande, imensa vantagem destes novos comboios é que emitem apenas vapor de água para a atmosfera, o que significa zero poluição e, ainda são mais silenciosos que os comboios convencionais.

Houvesse forma de unir esta tecnologia amiga do ambiente a um comboio réplica do Hogwarts Express, (cuja designação no "mundo real" é "The Jacobite"), e seria ouro sobre azul.






Haveria melhor forma de começar ou terminar o dia, do que partir ou regressar a Vila d'Ana a bordo de algo assim, enquanto se toma um café, chá ou chocolate quente e se desfruta do cenário?!


terça-feira, 9 de outubro de 2018

Coisas que diria a uma criança #2



Não dediques à televisão e às redes sociais mais que uma pequena fracção do tempo que dedicas à leitura.

Não vivas através das lentes e dos gadgets. Vivencia as experiências com os sentidos: observa, cheira, toca, saboreia, ouve. Assimila o que estes te dizem.  Só assim se desfruta, se vive e se criam memórias. Depois, e só depois, tira uma foto ou duas.

Canta, dança, desenha, pinta, escreve, etc, mesmo que aches que não o saibas fazer muito bem. A arte não existe para ser perfeita, mas para ser uma forma de expressão criativa e uma fonte de alegria e bem estar para todas as pessoas. Para além disso, é um dos poucos cenários na vida em que não precisas preocupar-te minimamente com o resultado final.



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

coisas de pensar: Óbidos e a Eurodisney




Ontem, quando fazíamos um zapping entre os programas noticiosos na esperança de encontrar mais notícias sobre o incêndio na serra de Sintra, ao invés de alguém a falar de "bola", (que é coisa que cá por casa não suscita interesse, e honestamente, a meu ver, houvesse bom senso e não teria lugar nos programas noticiosos, mas sim naqueles dedicados ao desporto), demos de caras com a simpática figura de uma habitante da vila de Óbidos, maravilhosa pérola do nosso Portugal, que desabafava que hoje em dia não se encontra na vila quem satisfaça as necessidades básicas de quem lá habita, visto que é tudo virado para o Turismo.

Ora bem, o Turismo quando vivido com sustentabilidade, com "conta, peso e medida", é uma prática maravilhosa que resulta numa série de benefícios, tanto para quem visita como para quem é visitado.

Aliás, é uma prática que só tem cabimento se se converter numa melhoria da qualidade de vida de quem já habitava aquele lugar. Porque quando os nativos de um qualquer lugar passam para segundo plano em detrimento dos turistas, quando as decisões tomadas tornam a vida do quotidiano mais complicada, se não impossível, estamos a transformar aldeias, vilas e cidades em parques temáticos, em atrações turísticas como a Eurodisney e outros tantos, lugares feitos para se visitar mas nunca para serem habitados, onde quem lá resiste não é mais que um figurante.





sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Da era da estupidez #2



Na clínica cada departamento tem a sua salinha de espera. O departamento de imagiologia não é excepção. De um corredor assoma, de vez em quando, uma figura de bata branca que chama duas ou três pessoas.
É deste espaço que se acede aos gabinetes médicos e salas de exame.
Também funciona como uma segunda sala de espera, embora muito menor que a primeira. Em nome da eficiente gestão de tempo, a figura de bata branca vai avisando cada uma das pessoas: "Espere aqui um momento. Quando vir alguém sair da salinha número X, entre e …- (preencher com as indicações para cada pessoa e tipo de exame) - que quando chegar a sua vez, abro-lhe a porta do outro lado."

A Imagiologia, para quem desconhece, é a especialidade médica responsável pelas ecografias, radiografias, ultrassons, ressonâncias, etc. Enfim, todas as imagens obtidas através de diversos métodos para fins de diagnóstico e terapêutica.

À entrada desse mesmo corredor existe um cartaz, bem visível para todos os que se encontram na primeira sala de espera, que avisa que a partir daquele ponto a utilização de telemóveis é estritamente proibida. Nas paredes da própria galeria contei pelo menos mais um par deles que reforça esse aviso, e que explicam que é para não haver interferência com os equipamentos médicos.

E que vi eu mais ao longo desse corredor? Pessoas agarradas aos telemóveis. Não para o desligarem, mas para efectuarem chamadas e enviarem mensagens.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

coisas de ver: "A descoberta das bruxas"



Já se disse várias vezes cá por casa, em uníssono, que a pachorra tinha acabado para com filmes, séries, ou qualquer outra coisa que metesse vampiros ao barulho. O uso deste tipo de personagens já se tornou tão, mas tão batida, (e tão mal utilizada muitas das vezes), que já dava náuseas.
Mas como pela boca morre o peixe, eis que aparece esta nova série...


"A discovery of witches" aka "a descoberta das bruxas"


sábado, 15 de setembro de 2018

Da era da estupidez #1


"Ate os atacadores"
"Leve as crianças sempre pela mão"
"Não coloque os pés nas laterais"
"Não bloqueie a saída"
"Não se sente nos degraus"
"Segure-se ao corrimão"

As escadas rolantes foram inventadas há mais de um século. As primeiras foram instaladas em Coney Island, no Old Iron Pier, em Nova Iorque, em 16 de Janeiro de 1893. Por lá ficaram durante duas semanas antes de serem transferidas para a ponte de Brooklyn. Estima-se que durante esse curto período cerca de 75 mil pessoas tenham experimentado a nova maravilha tecnológica.

Hoje em dia estão longe de serem uma novidade, e são visões mais que comuns, especialmente em estações de comboio, metro e centros comerciais.

A partir da década de 80 surgem os centros comerciais e são considerados os arquétipos desejáveis do novo comércio. Na década seguinte começam a proliferar como cogumelos por todos os centros urbanos, tornando-se a norma, e com eles, as escadas rolantes.
Por isso, não há propriamente desculpa para alguns comportamentos de risco, a não ser a estupidez, o embrutecimento que marca a nossa era, que se tornou o triste timbre da nossa contemporaneidade.

Actualmente não tenho por hábito passar mais tempo em shoppings do aquele que é estritamente necessário. Ontem numa ida a um dos shoppings aqui da zona, enquanto subia uma escada rolante que já subi inúmeras vezes, reparei em algo de novo: as laterais estavam pejadas de avisos: os mesmos que estão ali no topo.

Sinais dos tempos, marcas que comprovam que esta é mesmo a "era da estupidez".


sexta-feira, 7 de setembro de 2018

coisas de pensar: Da Lógica #4


Perdi a conta ao número de anos e de pessoas que, sabendo ou tendo notado que não temos filhos, pareciam imbuídos de uma espécie de missão divina, a tentarem-nos convencer que procriar é que é.
Não estou aqui para me espraiar sobre o quanto isso chegou a ser chato, irritante, e até inapropriado, mas sim para abordar este ponto na perspectiva da lógica.


Consideremos o seguinte:
Só em caso da espécie humana estar em perigo de extinção é que existiria validade em pressionar  casais a terem filhos, porque de resto não consigo simplesmente visualizar uma consequência que advenha da decisão de não procriar que seja tão negativa que mereça ou justifique uma intervenção.

Já o contrário não é bem assim… Infelizmente o mundo está repleto de crianças nas mais variadas situações de risco, e de adultos que carregam consigo uma tremenda bagagem emocional (e não só), que comprovam que embarcar na viagem da parentalidade sem o mínimo de noção, vocação, perfil e ferramentas adequadas pode dar merda da grossa.

Em nome do raciocínio lógico vamos aceitar a premissa que as pessoas que abordam terceiros sobre as suas decisões reprodutivas, o fazem porque gostam tanto de crianças que se deixam levar pelo entusiasmo. 
Não teria muito mais lógica que as pessoas que abordam os casais sem filhos, e não conseguem nada com isso a não ser tornarem-se eventualmente um aborrecimento, investissem toda essa energia nas pessoas que querem ser pais, provocando-lhes a reflexão sobre as múltiplas facetas dessa realidade?



O intuito não é amedrontar ou fazer desistir de ter filhos, mas ter a noção que se todos embarcassem na parentalidade plenamente conscientes de tudo o que isso significa, o mundo seria um lugar bem melhor.
E que nada de bom resulta se continuar a haver meio mundo a tentar vender ao outro meio a fantasia que a parentalidade, para além de ser a melhor coisa do mundo, é a coisa mais natural e fácil, onde só habitam unicórnios, mercaditos cutxi-cutxi, fotos adoráveis e altamente instagramáveis de barrigões pintados e bebés sorridentes, e onde a maior dificuldade será a escolha dos temas para a decoração das festas de anos.

O meu lado racional sempre se sentiu incomodado com este facto, com o porquê dos alvos serem os casais sem filhos, o que para mim é tremendamente ilógico.
Gostam assim tanto de crianças ao ponto de vos parecer totalmente lícito e normal abordar pessoas não íntimas e meter o bedelho na vida reprodutiva alheia? Então ide, mas fazei algo de útil em nome desse amor. Se com a vossa intervenção conseguirem que haja menos uma criança a nascer num contexto de miséria, (seja esta material, psicológica, afectiva, emocional), então já valerá a pena.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Quando os homens falam de amor #98



coisas de comer: "comida de passarinho"



E se eu vos disser que, por vezes, nada me sabe tão bem como uma refeição leve à base de iogurte grego misturado com sementes de chia, algumas bagas goji e muesli, seguido de uma salada de frutas?

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

coisas de pensar: Da Lógica #3



Se a missão prioritária das escolas é transmitir aos alunos competências para a vida, pergunto-me porque é que quando se desenvolveu um currículo para a disciplina de Educação Física, a escolha não recaiu sobre a natação.

Não é retirar primor a qualquer outro desporto, mas a verdade é que nunca passei por um único momento na minha vida em que tenha pensado "Ufa, ainda bem que tive umas quantas aulas a atirar bolas de basquetebol ao cesto. Nem sei o que teria sido de mim agora se não soubesse driblar! Salvou-me mesmo o dia!".

Embora todos os desportos nos tragam benefícios, nem que seja o combate óbvio do sedentarismo, a natação como "competência para a vida" bate-os a todos, porque para além de ser um dos exercícios mais completos e benéficos para o organismo, dá-nos uma ferramenta de sobrevivência que é inquestionavelmente útil em todos os estágios da vida.

A prática de exercício físico é fundamental desde a mais tenra idade porque todas as crianças precisam que lhes sejam providenciadas as ferramentas para entenderem o seu próprio corpo, e desenvolverem as suas capacidades motoras. A prática de exercício é ainda uma excelente aliada do processo cognitivo, ajudando a assimilação e compreensão das disciplinas teóricas.
A natação, especificamente, é um desporto que por não envolver grande desgaste ósseo pode ser praticado em todas as idades; fortalece o sistema cardiovascular e as articulações, melhora o sistema respiratório.

A outra miríade de desportos teriam lugar naquilo que chamam Desporto Escolar, e aí sim, poderia haver todo o tipo de experiências só pelo benefício e gozo da própria experiência em si.

Se o ano lectivo tem a duração de 180 dias (?), o que dá cerca de 26 semanas por ano, com duas aulas de por semana desde o primeiro ano do ensino básico, todos os alunos chegariam ao final do 9º ano com 468 aulas de natação. Mais que suficiente para que, mesmo quem opte por abandonar os estudos somente com o ensino obrigatório, saia da escola como um nadador bastante razoável, e porque não até o certificado de curso de primeiros socorros, e o curso de nadador-salvador?

sábado, 18 de agosto de 2018

coisas de pensar: Da Lógica #2



Faz-me muita confusão que em 2018 ainda não seja obrigatório, especialmente para as novas construções, a colocação de um sistema de microgeração de energia, através da colocação de painéis solares fotovoltaicos, com vista ao autoconsumo e à venda da energia excedente.

Outra coisa que deveria ser obrigatória: as casas terem "de origem" uma solução de aquecimento o mais ecológica, económica e eficiente possível, tipo salamandra a pellets ou algo análogo. Isso e janelas eficientes.

Ganhava o ambiente, o bem estar das famílias e a economia tanto destas como do país.

O mercado imobiliário não pode girar somente em redor da especulação e do dinheiro, não é? Digo eu.


terça-feira, 14 de agosto de 2018

coisas de pensar: Da Lógica #1, ou coisas que com certeza fazem o pobre Aristóteles rebolar na tumba


Na minha aldeia não faltam passadeiras. No entanto a presença de passadeiras nunca foi por aqui sinónimo de segurança para os peões. Tanto que até já contamos com histórias infelizes de atropelamentos mortais.

Talvez com a melhor das intenções, rotundas e semáforos foram sendo acrescentados à paisagem, já que estes obrigam os condutores a circular de forma mais lenta.

Arrisco dizer que teria resultado numa maior segurança dos peões, não fosse o facto, (coisa pequenina!), de quem organizou a geringonça achar por bem que o sinal ficasse verde simultaneamente para carros e peões.


Do registo onírico #5: Quando se sonha com gelados.



Aqui há um par de dias sonhei que estava a passar férias no Brasil. E enquanto o grupo se dedicava a outras actividades, decidi explorar o local.
Eis que me apetece comer um gelado, e após passar por algumas gelatarias, decido entrar numa cuja fachada apresentava fotos apetecíveis de banana split's e outras composições coloridas.

Estava com fome e calor portanto aquele gelado parecia mais e mais apetecível a cada minuto. No entanto o empregado que me atendeu ao invés de preparar o meu pedido, falava. Falava que se desunhava, e estava tão absorto no próprio monólogo que ignorava as tentativas de lhe interromper o discurso.

A minha irritação com o empregado falador parecia tão real, que acho que foi um dos factores que me levaram a acordar. E sem ter conseguido comer o tal gelado!






sexta-feira, 6 de julho de 2018

coisas de pensar: Do bater com a cabeça, ou como às vezes penso em Henrique VIII


Henrique VIII é uma figura que fez por merecer o seu lugar na História por todos os epítetos menos simpáticos que se possam lembrar. Afinal Henrique sempre foi, entre muitas outras coisas, o grande decapitador de esposas.
Desconfio até que, Lewis Carroll, o autor de "Alice no País das Maravilhas", se tenha inspirado no mesmo aquando do desenvolvimento da Rainha de Copas. Quem mais serviria de inspiração para uma personagem que, por tudo e por nada, era "off with their heads"?!

Embora sem provas que o comprovem de forma indubitável, existe a crença que uma das melodias mais perfeitas de sempre - "Greensleeves" - é da autoria de Henrique, deste mesmo Henrique - o decapitador de esposas. Tal não me deveria surpreender, afinal a história do mundo está repleto de beleza que nasceu da mente e das mãos de humanos verdadeiramente escroques e repugnantes. O verdadeiro enigma residirá, com certeza, na nossa dualidade. Mas isso fica para outras núpcias.
Mesmo assim, ficou sempre instalada a "minhoquinha".

Há semanas vi um documentário sobre Hampton Court - uma das muitas residências reais inglesas, e uma das favoritas deste monarca a da sua extensa corte.
Se é a qualidade da arquitectura e localização que dá a qualquer lugar a sua beleza, são as histórias das gentes que por lá passaram que lhe conferem acrescido interesse.

Sendo a mesma pessoa, é justo dizer que existiram dois Henriques a habitar Hampton Court, que não poderiam ser mais distintos entre si.
O jovem rei, embora tivesse um real feitio de merda, e por tal todos sabiam que a primeira regra de conduta era não despertar a ira real, causava verdadeiro espanto a todos os que rodeavam, independentemente da sua classe: era anormalmente alto e bem constituído, formoso e bonito, (e pelos vistos à séria, por incrível que pareça nada daqueles traços que denunciam que as criaturas são fruto de procriação num círculo demasiado fechado há gerações, como costumavam fazer com os humanos de raça para manter o pedigree),  atlético, artístico, bon vivant, e incrivelmente afável e sério na preocupação em desempenhar um bom papel.
Era tão bom quanto os melhores em muitos dos seus interesses: houve quem dissesse que não havia nada mais belo no mundo do que ver o rei jogar ténis. Vivia uma história de amor digna de um conto de fadas com a sua primeira mulher, Catarina.

O jovem, como muitos dos jovens de hoje e de qualquer época, gostava de praticar desportos radicais. Naquela época creio que não haveria nada mais radical que as justas. E embora Henrique tivesse bastante jeito e experiência, um dia a coisa correu verdadeiramente mal: uma lança perfurou-lhe a perna e caiu do cavalo, batendo violentamente com a cabeça. Catarina, que assistia, passou mal e teve um aborto espontâneo.
O rei ficou acamado, entre a vida e a morte. O Henrique que sobreviveu a este acidente não mais seria o jovem e galante rei, mas o déspota, obeso mórbido, sem cuidados de higiene pessoal, cruel e boçal figura que adorna os livros de História. Há quem diga hoje em dia que a pancada na cabeça foi tão brutal que seria mais que suficiente para levar a uma alteração de personalidade, na hipótese de ter sido na zona do lobo frontal, região que também gere a nossa personalidade. Junte-se o ferimento na perna, causado pela lança: uma ferida infectada, purulenta, de cheiro nauseabundo, que lhe toldaria os movimentos e lhe causaria dores alucinantes para o resto da vida.

A história de Henrique lembra-me que embora seja um verdadeiro cliché aproveitarmos todas as ocasiões possíveis para desejarmos "muita saúde" a tudo e todos, a nós e a quem queremos bem, ao colocarmos o "haja saúde" como o primeiro estandarte de todas as listas de prioridades e desejos, não o faz menos importante, meritório, verdadeiro e até profundo.
É que não há nada tão transformador na vida de alguém quanto os episódios relacionados com saúde, seja sobre a sua perda ou recuperação. Seja lá quem formos, acredito que qualquer um de nós quando acometido por algo suficientemente invasivo, está a um passo de se tornar uma personificação do mal que o atormenta. Tal como Henrique. Tal como as histórias de leões comedores de homens que afinal padeciam de uma dor de dentes.

Portanto, haja saúde, pelo bem de todas as cabeças.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

coisas de casa: Plantas em casa


O número de plantas que existem cá por casa tem vindo a aumentar. A sua presença já não se restringe à varanda, mas foi lá que tudo começou.

Após algumas experiências falhadas encontrámos, finalmente, uma planta que não só sobrevivia mas que se dava extremamente bem naquele canto: a Pelargonium Graveolens ou gerânio rosa. Descobrimo-la em 2016, e como é uma planta que pega muito bem por estaca, (ou seja, basta cortar um ramo, colocar num vaso com terra, regar e pimbas, temos outra planta), agora a nossa varanda é um recanto que, embora pequeno, usufruímos com gosto, por estarmos rodeados de verde, o que nos dá alguma privacidade, interesse visual ao espaço, para além da quantidade de vida que atrai, de pássaros a abelhas que vêm colher o pólen.
Na varanda também habita uma citronela, que nunca está no seu melhor porque o Kiko adora roer-lhe as folhas, e algumas outras experiências em curso, como algumas aromáticas.

Na sala habita uma Pachira, que está quase da minha altura, e que eu torço para que continue a crescer e que um dia chegue ao tecto. Só porque sim. Porque me daria imenso gozo ter uma árvore enorme em casa.

Na cozinha, se quiser colocar lá mais vasos, terei que organizar todo um sistema para tal. O parapeito da janela está lotado, com sete espécies: hortelã, manjericão, salvia ananás, alecrim, stevia, coentros e salsa. Sem contar com a rúcula e a espada de S. Jorge em cima da bancada.

Adoro cozinhar com ervas e preparar infusões, e como não há nada que bata o uso de ervas frescas acabadas de colher para tal, acredito que a coleção destas na cozinha esteja longe de se ficar por aqui.

As adições mais recentes foram mais uma espada de S. Jorge, por ser uma planta que purifica o ar, e uma kalanchoe, (uma suculenta cheia de pequenas flores), que coloquei no quarto.
Passei toda uma vida com a crença que era prejudicial ter plantas no quarto. Agora acredito no oposto: que a presença de plantas também é benéfica nesta divisão, especialmente se for como a espada de S. Jorge, que para além de purificar o ar, liberta oxigénio durante a noite e por esses motivos acaba até por contribuir para o aumento da qualidade do sono.
A única preocupação em relação a esta planta em particular é que não pode estar acessível a animais de estimação por ser tóxica para estes.




quarta-feira, 30 de maio de 2018

Gostaria de tomar um café com... #11


Iliza Shlesinger

Iliza é uma comediante norte-americana cujo trabalho conheci muito recentemente, através do Netflix. Bastou-me assistir a um dos seus especiais gravados para esta plataforma para ficar viciada no seu tipo de humor.
Como a sua carreira é muito mais do que um par de espectáculos no Netflix, (embora os recomende vivamente), deixo aqui alguns exemplos.







coisas de ver: Under the Tuscan Sun


Under the Tuscan Sun, ou Sob o Sol da Toscânia





segunda-feira, 21 de maio de 2018

coisas de ver: Jerry before Seinfeld


Jerry Seinfeld dispensa apresentações. É "apenas" um dos comediantes mais reconhecidos globalmente. Em grande parte devido ao mega sucesso que foi a série de televisão "Seinfeld".
No especial de comédia gravado para a Netflix - "Jerry before Seinfeld", o comediante regressa ao Comic Strip, um clube nova-iorquino onde começou a sua carreira, conta a sua história e inclusive partilha com o público algumas das piadas que ajudaram a fazer de Jerry, o único e reconhecível Seinfeld.

Recomendo.





Quando as mulheres falam de sexo #74






Lições: Dar e receber, ou o episódio da miúda possuída.


Quando era miúda, naquelas idades em que parecemos passar por um surto de crescimento a cada estação do ano, a minha mãe tinha o hábito de dar às vizinhas, amigas, colegas e amigas das amigas a roupa que já não me servia.
A minha mãe levava este hábito muito a sério: nada saía das suas mãos sem estar impecavelmente lavado, engomado, e em óptimas condições de conservação.
Qualquer peça que não satisfizesse o seu critério e merecesse o seu "selo de aprovação" tinha o destino traçado como "roupa de andar por casa" ou acabaria transformada em trapos para limpeza.

Confesso que sempre achei que a minha mãe era mais maçadora, repressiva e exigente que qualquer outra mãe que conhecesse, e que era tremendamente injusto que no meio de um mundo de gente só eu é que tinha que aturar constantes "não te sujes, não estragues, não te sentes aí, não te encostes à parede que...".
Por mais que me dessem cabo dos nervos fui aguentando as suas manias, porque creio que já em criança tinha a maturidade, a empatia e o sentido de observação aguçados o suficiente para entender por mim, que tendo os meus pais crescido numa época e num contexto em que não havia fartura, em que o desperdício e a futilidade eram impensáveis e nem faziam parte do léxico do quotidiano, a reacção desenvolvida havia sido um respeito acrescido pelas coisas, e pelo esforço, tempo e energia que são necessários para as obter.
Que estragar por estragar, dar mau uso, é uma desvalorização de tudo isso, e um sinal de desrespeito. Que fazer chegar a terceiros as coisas que já não nos servem mas que soubemos estimar, é um sinal de grande consideração, pelo próprio objecto pois estamos a prolongar-lhe a vida, e pela pessoa, que assim não precisa de gastar dos seus recursos para o comprar.
E porque hoje vivemos na maior era de futilidade e desperdício de sempre, posso acrescentar que a forma de pensar da minha mãe era também muito à frente ambientalmente.

A tudo isto junte-se que o dinheiro não nasce nas árvores, custa a ganhar, e portanto só vale a pena gastar em roupas de boa qualidade, como eram as da Cenoura para as crianças na minha época, se estas forem educadas a não transformar as vestimentas em trapos irreparáveis após meia dúzia de usos.

Voltemos ao hábito da minha mãe de dar roupa, e à única vez que me passei dos carretos por causa disso.

Todos os armários são iguais. Acho que não há ninguém neste mundo, mesmo as crianças, que não tenha a roupa dividida em categorias. Há a roupa usada para brincar e sujar de óleo de bicicleta e relva, a roupa para ir à escola, e uma categoria "vip", para traparia realmente importante e boa, aquela usada em idas ao fotógrafo, reuniões familiares formais, festas de Natal no emprego dos pais e ocasiões especiais de toda a espécie.
Um dos meus conjuntos favoritos era a determinada altura uma saia e camisola encarnadas, com pequenas flores bordadas na gola. Para tristeza minha era um dos conjuntos para ocasiões especiais, que não podia usar sempre que me desse na gana, e quando deixou de me servir estava praticamente novo.
Uma tarde chego da escola e à entrada do prédio está a miúda da porta ao lado com um conjunto, - epá, que grande coincidência! - igualzinho ao meu.
Solto um olá e digo-lhe que tenho uma roupa igual. Recordo-me de estranhar o seu comportamento atípico. A raça da miúda parecia possuída pelo demo: sentava-se na soleira do prédio e arrastava o rabo de um lado para o outro como se se estivesse a sujar de propósito, levantava-se e esfregava-se nas paredes do prédio. Sempre a olhar para mim e a sorrir como uma daquelas crianças arrepiantes dos filmes de terror.
"Vais estragar a tua roupa! A tua mãe não se zanga contigo por te sujares assim?! Olha que se fosse a minha..."

E o ar de prazer aumentava, o que me fez finalmente perceber: a estúpida da miúda estava contente pelo simples motivo que a roupa que ela estava a estragar era a minha!
Tornou-se claro para mim: há pessoas que têm uma inveja aos filhos únicos, que nos guardam um rancor, uma dor de corno inacreditável, porque na sua mente criaram a irreal fantasia que a ausência de irmãos significa a ausência de todos os problemas e a satisfação de todos os desejos. Que de cada vez que os seus pais lhes negam algo, há uma parte daquelas cabecinhas que se focam nos filhos únicos que conhecem e embora não façam mínima ideia de como é a realidade, (e honestamente nem me parece que queiram saber, afinal tem de haver alguém que sirva como alvo para toda a sua frustração), pensam algo como "Fulano e Sicrana têm sempre tudo o que querem. Eu tenho que partilhar e nunca tenho tudo o que quero. Odeio-os."


Disfarcei o meu desagrado e fui para casa. Corri para o armário e confirmei que aquela roupa era realmente a minha.
Fui discutir com a minha mãe. Estava furiosa: de que valia a pena todos os cuidados, todas as restrições, a enorme lista de "não faças, não estragues" se é para as minhas coisas irem parar a pessoas assim? Que nunca lhes desse mais nada que fosse meu. Quando precisasse de se desfazer de coisas minhas, que as vendesse ou transformasse em trapos, que as deixasse numa qualquer organização para pessoas carenciadas, que é melhor destino que irem parar às mãos de quem não sabe dar valor às coisas e ao gesto. Não merecem mais que um balde de merda!

Disse a asneira e tudo! Estava furibunda! Sentia-me desrespeitada.

A minha mãe também não gostou. A minha memória é péssima, mas acho que a sua rede de pessoas com quem partilhava coisas ficou mais curta desde esse dia.

A miúda da porta do lado hoje é tão miúda quanto eu, e muito provavelmente não se lembrará da figura que fez. Já eu considero que o episódio foi uma excelente lição sobre natureza humana: que o acto de dar nem sempre é uma obrigação inegável, assim como receber não é um direito inalienável - é um merecimento.







segunda-feira, 14 de maio de 2018

terça-feira, 3 de abril de 2018

coisas de opinar: A revisão do PDM de Sintra, a história da pequena ermida e o futuro da aldeia pt.1



Há um par de semanas, mais coisa menos coisa, através de partilhas nas redes sociais, o tema Plano Director Municipal de Sintra e a sua revisão voltou a entrar no meu radar.
Pensar no PDM é, talvez mais que qualquer outra coisa, reflectir sobre a localidade onde habito, e a estratégia urbanística que gostaria de ver implementada. Tenho uma opinião forte sobretudo em relação aos erros que encontro em outras localidades do concelho e que gostaria que fossem evitados por aqui.

Não é que por aqui não existam "erros" urbanísticos. Aliás, a meu ver, a história desta pequena localidade tão próxima da sede de concelho assenta num erro crasso, ou numa sucessão destes.

Perante a premissa que todos os pedacinhos de terra têm a sua história, e alimentada pela natural curiosidade sobre a povoação que escolhemos habitar, iniciei há anos uma pesquisa.
O maior fruto que colhi da mesma é da autoria da Mestre em História de Arte, Maria Teresa Caetano, e intitula-se "A Ermida de São Romão de Lourel e a proposta de Norte Júnior".

Usarei alguns excertos da mesma para melhor descrição:

"À saída de Lourel, depois de se calcorrear serpenteante caminho submerso num imenso oceano de verdes e castanhos vivos' avista-se' finalmente, no alto de um outeiro, a ermida de São Romão (...).
Silenciosas, as velhas pedras guardam mistérios passados e 'na sua simplicidade de pequenino templo rural' evocam uma vivência há muito desaparecida. (...)
A ermida de São Romão vem já referenciada no Treslado do Lemitte (...) de 1253, (...) e a sua fundação remontará aos alvores da nacionalidade. (...) aproveitando materiais romanos anteriores ali subsistentes (...) - cumpriu primorosamente a função evangélica, cristianizando um antigo local fúnebre de culto pagão. (...)
Assim, para a edificação deste templo, orientado de nascente para poente, reutilizaram-se, (...) alguns monólitos de uma necrópole romana que ali existira, de entre os quais se destacam dois epigrafados, (datados dos séculos I e II dc) (...).
Junto à ermida terá funcionado uma necrópole medieval, (...) datando dessa mesma época a instituição de uma confraria e de uma albergaria. (...)

Em 1541, contudo, tanto a confraria como a albergaria se haviam desmembrado, pelo que: "a ermida de são Romão que he da dicta igreja de são Martinho tem huas terras de pam as quaes terras no tempo pasado eram de hua albergaria e confraria e os cônfrades eram dellas admynistradores e despendiam as Rendas das dictas terras segundo compromisso e ordenança sua a qual confraria he desfeita e nom há hay confrades pella quall rezão ficaram as ditas terras da dita ermida pera coffegimento della a saber as rendas segundo pello prelladi ffoy mandado emquanto nõ se Reformar outra veez a dicta confraria".

Desconhece-se, no entanto, se a confraria e albergaria de São Romão alguma vez chegaram a ser reformadas. Mais tarde, nas Memórias Paroquiais, de 1758, o prior António de Souza Sexas, pároco da freguesia de São pedro de penaferrim, aludiu ao lugar e à ermida de São Romão nos seguintes termos: "O Lugar de S. Romaó, que se compoem de 6 fogos em que habitaó 15 pessoas: Tem este lugar huma ermida da invocaçaó de S. Romaó, a qual está já no lemite da freguezía de S. Maria, deste arabalde de Cintra, e tem hum Eremitaó (sic), que he freguez desta minha freguezia de S. Pedro; e he administrada a Ermida, e aprezentado o ermitaó pella Collegiada de S. Martinho da Villa de Cintra".

A data de 1768 que Alves Pereira viu gravada na base do cruzeiro, de moldura simples, assinalava a vitalidade com que então se celebrava o santo. (...)
A voragem do tempo, porém, consumiu a devoção no "Santo Romano" e conduziu ao completo abandono da ermidinha que desamparada de fé e de gentes se foi arruinando, e, nos finais do século XIX, a festa que, no primeiro Domingo de Março, costumava celebrar o santo padroeiro deixou de se fazer.

O velho templo e o seu triste abandono pairava ainda na memória dos povos das redondezas, aqueles que nutriam maior devoção pelo santo patrono e, neste sentido, em 1941, Gonçalves afirmara a propósito " a reconstrução, (...) impossível, a não ser que algum benemérito pretenda restaurá-la radicalmente".
Poucos anos depois, Artur Soares Ribeiro - proprietário do casal de São Romão e de muitos dos terrenos envolventes - costumava ali reunir-se com alguns amigos, (...). Este grupo começou a interessar-se pela arruinada capela de São Romão, (...) e pensaram na sua restauração 'tendo, para tal fim, formado uma comissão ad hoc, (...)

Assim, em 1950, o Jornal de Sintra publicava, com destaque na sua primeira página, uma notícia sobre a reconstrução do templo (...)
O vogal Norte Júnior - (...) tomou a seu cargo o projecto de reedificação do edifício e, (...) a Comissão tratou de desenvolver as diligências necessárias junto das autoridades competentes."

Esta história não termina bem: o Arquitecto Norte Júnior quando contacta a Câmara Municipal de Sintra para apresentação e aprovação do projecto, aproveita para pedir, tendo em visto a natureza do mesmo, a isenção de taxas camarárias e licenças. A Câmara Municipal aprova eventualmente o projecto de recuperação do património mas insiste no pagamento das taxas, o que se torna um obstáculo, quiçá até aquele que enguiçou toda a campanha e a fadou ao insucesso.
Angariam-se mais de 10 mil escudos, (uma quantia bastante expressiva naqueles tempos), que mesmo assim não são suficientes para se erguer a que seria a Capela de São Romão. Deixam então de haver notícias sobre a Comissão e o projecto.
Ficam as plantas minuciosas do Arquitecto como testemunho do que poderia ter sido o fruto deste empreendimento.

"(...) o projecto concebido por Norte Júnior materializou - ainda que "temperado' pela sua própria época - uma moldagem muito próxima da original. Para isso, ter-se-á inspirado na arte românica, (...)
 Saliente-se, por outro lado, que, apesar de ter praticamente refeito a ermidinha, parece ter havido total respeito pela estrutura pré-existente, (...) até porque as "raízes" da ermida de São Romão que aquele arquitecto tão incessantemente procurou, não se compadeceria, jamais, com a manutenção de uma estrutura "recente".

Décadas depois, nos anos 90, foi criada uma nova Comissão para a edificação de uma igreja em Lourel, visto que durante 20 anos as reuniões religiosas tinham lugar na escola básica por falta de lugar apropriado.

A que poderia ter sido uma renovada oportunidade para concretizar o projecto do reputado Arquitecto Norte Júnior, de preservar património incontavelmente mais antigo que os icónicos palácios e castelo de Sintra, e que seria uma mais-valia para a localidade e os seus habitantes, de então, de agora e de amanhã, pois poderia ser um espaço comum com aquele charme e beleza que são apanágio único das aldeias e da região, (quem não gosta do encanto de uma praça com a sua capelinha, com espaço para as pessoas se reunirem e, quem sabe até um coreto à moda antiga?!), de recuperar as festividades de São Romão que são património imaterial, peça de cultura e identidade da população, a escolha recaiu sobre a construção de uma igreja moderna, em cinzento betão, ainda inacabada, (creio eu), à beira de uma estrada movimentada com passeios quase inexistentes, onde é impossível estacionar, parar e até é perigoso para peões.

O motivo, (segundo apurei há anos numa conversa com alguém que habita na aldeia há muito tempo), não foi mais que as pessoas preferirem algo mais próximo às habitações. Ganhou a mobilidade, o comodismo, a preguiça, (que a distância não é assim tanta), e a incapacidade de valorizar o património e de planear a longo prazo.

Perdemos todos.

Se o trabalho da autoria da Mestre Maria Teresa Caetano nos dá conta que no passado distante a pequena ermida já se encontrava em ruínas, votada ao abandono, passar pela mesma em 2018 é desolador.







  



terça-feira, 20 de março de 2018

coisas de comer: Quinoa


Se eu escrevesse um livro de receitas, (coisa que não acontecerá), seria algo para preguiçosos como eu, com pratos nutritivos e saborosos, mas que gastem o mínimo de louça, tempo e esforço a serem confecionados. Tipo "vapt-vupt", e já está.
Sou especialmente preguiçosa quando se trata de cozinhar só para mim, como acontece ao almoço. Portanto procuro sempre algo que nunca demore mais que a preparação do frango ou peixe cozido com legumes do Kiko.
É que não estou mesmo para alimentar aquela sensação que passo a vida colada ao fogão e à pia, a lavar louça!

Ao mesmo tempo, cozinhar só para mim é algo de libertador, criativo e satisfatório, já que não tenho que pensar no que os outros comensais gostam ou deixam de gostar.
O que vale é que a boa comida pode ser rápida de executar, tudo depende de bons ingredientes.

No outro dia cozi quinoa vermelha, (deve ser sempre cozida, cerca de 15-20 minutos e a quantidade de água deve sempre ser o dobro da quinoa). Numa frigideira antiaderente coloquei cogumelos frescos fatiados, azeite, tomates cherry em metades, coentros frescos, sal, pimenta. Quando os cogumelos ficaram prontos, adicionei a quinoa e uma dose generosa de queijo ralado.

Hoje apeteceu-me quinoa com espinafres.


Quinoa, oriunda da região andina, significa na Língua Quechua, algo como "grão materno", e foi durante milénios a base da alimentação dos povos daquela região.
Embora seja apelidada de "supergrão" e incluída na categoria dos superalimentos, como a espirulina, a batata-doce, o açaí, as bagas de goji, o abacate, a chia, etc, a quinoa é a semente da Chenopodium Quinoa, planta da família da acelga e dos espinafres.

Basta fazer uma simples pesquisa pela internet para dar com incontáveis artigos sobre os inúmeros benefícios da Quinoa, portanto não vou enumera-los a todos.

Como pequeno resumo das suas propriedades bastará dizer que é a maior fonte vegetal de proteína; possui todos os aminoácidos considerados essenciais ao nosso organismo, (uma raridade!), portanto é um alimento essencial e importante para todos aqueles que não consomem proteína animal; não contém glutén; reduz o colesterol e o risco de doenças cardiovasculares; tem um baixo índice glicémico portanto é ideal para diabéticos e para combater a obesidade; antioxidante - possui flavonoides com acção anti-inflamatória, antiviral, anticancerígena, e antidepressiva.

Para as mulheres: ajuda também com a síndrome pré-menstrual e menopausa.

Pode ser encontrada em grão, flocos ou farinha. Pode ser consumida como um acompanhamento, (tal qual o arroz), risotto, em saladas, em sumos, em tartes, bolos, pães, pudins, papas... Ou seja, tudo e mais alguma coisa pode levar quinoa.

terça-feira, 13 de março de 2018

coisas da casa: Mais verde, por favor, ou dá Deus nozes...



Agora com o Iqos, a maquineta fumante milagrosa sem cinza, fumos e cheiros quase inexistentes, escolho quase sempre fumar à janela do escritório de paredes "laranja budista". São momentos de contemplação.
Não me canso daquela vista, composta por vários planos e camadas, que começam em telhados e beirais de várias alturas, recreio de todo o tipo de aves; aqui e ali espalham-se buxos, canteiros floridos, árvores de folhagem caduca e perene. Um quadro que termina com uma vista desafogada da verde serra, do seu palácio e castelo, que ora se apresentam nítidos, ora desaparecem totalmente sob um manto de neblina.

Faço-o quer seja dia ou noite. À noite os monumentos iluminam-se e é realmente bonito de ver. Para além que me habituei a elevar o olhar e a certificar-me que as constelações que habitam por cima de nós não foram a lado nenhum, ao contrário da lua, que tem bichos carpinteiros e vai pululando pelo manto celeste, senhora da sua vontade.

Esta vista, este enquadramento digno de postal, é uma das coisas que mais gosto na nossa casa. Gosto tanto, que passados todos estes anos ainda não me fartei, nem acredito que tal aconteça tão cedo.
É este cenário que me alimenta pelos olhos, que eu sou pessoa para morrer de inanição se só me entrar betão e alcatrão pelas vistas adentro.

Embora pareça que nos tenhamos esquecido, o ser humano precisa de contacto frequente com a natureza, por mil motivos mas também em nome da sua saúde, tanto física quanto mental. Não há nada tão eficaz para reduzir a pressão arterial, melhorar a circulação, regular o relógio biológico, diminuir o stress, a ansiedade, a depressão, reduzir o risco de doenças cardíacas, avc e diabetes, reforçar o sistema imunológico e garantir uma sensação quase imediata de felicidade e tranquilidade que estar em contacto com a natureza, apanhar sol, mexer na terra.
Dizem que 30 minutos de jardinagem, longe de aparelhos tecnológicos, fazem autênticos milagres. Mais até que qualquer outra actividade de lazer.

Eu bem sei e sinto o bem que nos faz a presença de plantas cá por casa, a meia dúzia de vasos floridos na nossa pequena varanda, e esta vista que vos descrevi. Melhor mesmo só um jardim.

Por falar em jardins...
Sabem quando vão de carro, numa qualquer estrada, param devido a um semáforo e ao vosso lado está, sei lá, um ferrari ou um qualquer bólide do género, e quando o sinal abre, ao invés de um ronronar possante chega-vos aos ouvidos a estridência de uma caixa de mudanças a ser brutalmente massacrada, e a imediata reacção é aspirar o ar pela boca, que ao passar pelos dentes cerrados provoca um particular sibilo, uma expressão de quase dor?

Esta é a minha reacção para com muitas das casas que vejo à venda.

Alguns prédios centenários testemunham que outrora, mesmo no centro das grandes urbes, não se abdicava de se manter algum contacto com a terra. Cada proprietário tinha um talhão: muitos seriam utilizados como hortas urbanas, outros como jardins ornamentais.
Infelizmente trata-se de um traço arquitectónico que se foi perdendo e, com este a noção do quanto é especialmente importante a existência destes oásis nos desertos de betão, muito para além de se ir podendo colher uns limões ou umas alfaces, o que por si só valeria a pena. O seu impacto é profundo na qualidade de vida das pessoas, dos animais e até do ar que todos respiramos.

Uma árvore adulta e saudável consegue absorver, no espaço de um ano, 22kg de dióxido de carbono, entre 55 e 109 kg de gases nocivos como o óxido nitroso oriundo dos escapes - zonas urbanas arborizadas possuem menos 60% de partículas poluentes; produz oxigénio suficiente para dois adultos e ainda ajudam a refrescar o ambiente: a sua sombra ajuda a diminuir a temperatura do asfalto em 2ºC e do interior dos carros até 8ºC, e o efeito de uma árvore é comparável a 10 aparelhos de ar condicionado ligados 20 horas por dia. Isto só para citar alguns dos seus benefícios.

Uma casa com área exterior suficiente para um jardim tornou-se um privilégio. Tal tornou-se atributo somente das moradias, e mesmo assim a grande maioria são geminadas e para maximizar o lucro, o tamanho dos lotes onde se inserem são mínimos, logo há logradouro para o estacionamento de uma viatura ou duas, espaço para um estendal, uma churrasqueira e olaré. Jardins nem vê-los. O verde foi remetido para um mísero canteiro ou totalmente retirado da equação.

Portanto, o meu momento "maçarico ao volante de um ferrari", a minha "dor por situação alheia", dá-se quando encontro casas que tendo espaço para um jardim, ainda que pequeno, a opção das pessoas recai em usá-lo para colecionar anexos, acrescentos, barracões e barraquinhas.
Onde poderia haver um solário (sundeck) com mobiliário de jardim confortável, um espaço para refeições "al fresco", e a puta da loucura, quem sabe até um jacuzzi, com vista para um verde e privado refúgio de inspiração mediterrânea, romântica, tropical ou até oriental, dependendo das espécies de plantas escolhidas, alguém optou - e é o que me mete muita confusão, o ser uma escolha - por ter marquises que são utilizadas para armazenar coisas, com vista para um pátio onde existem cubículos que servem presumivelmente para armazenar mais coisas, numa ode ao betão, ao alumínio e ao zinco.

Não há um relvado onde andar descalço, onde brincar ou fazer exercício, onde estender uma manta para fazer um piquenique, uma sesta, ler um livro ou observar as estrelas em noites de céu limpo; uma árvore sequer onde pendurar uma casa de pássaros, onde aproveitar a sua sombra, onde esticar uma cama de rede; uma sebe viva que encha as vistas ao mesmo tempo que protege dos olhares curiosos da vizinhança. Saberão as pessoas que as sebes vivas também nos protegem do vento, do frio e do ruído e ajudam a evitar a erosão do solo?
Não há meia dúzia de metros quadrados pensados para uma pequena horta urbana. Soubessem as pessoas o quanto se pode plantar em meia dúzia de metros, e sem pesticidas!
Não há arcos nem pérgolas enfeitados por plantas trepadeiras, fragantes roseiras inglesas ou jasmins, que recebessem quem lá entrasse com o seu perfume, e debaixo das quais se poderia sentar à mesa.
Mas há betão, mais que o suficiente para engordar pelos olhos quem o prefere, e que pelos vistos, são mais que as mães.











Quando as mulheres falam de sexo #65






Quando os homens falam de amor #87






terça-feira, 6 de março de 2018

coisas de comer: Espinafres, espinafres, espinafres!


O espinafre é um superalimento e como tal o seu consumo tem inúmeros benefícios para a saúde.

Não só nos fazem fortes como o Popeye, como ajudam a manter o cabelo e a pele saudáveis, fortalecem os músculos, ajudam a controlar a diabetes, a prevenir o cancro e a asma, ajudam a manter os ossos saudáveis e a reduzir a pressão arterial, contribuem para um sistema digestivo salutar e um intestino sem episódios de obstipação, e por fim ainda contribuem para a saúde ocular.

A única atenção é que, como qualquer outra substância e/ou alimento, não devem ser consumidos em excesso, sobretudo por pessoas com tendência para criar pedras nos rins. Isto porque possuem na sua composição um teor elevado de oxalatos como muitos outros vegetais, cacau, chocolate, nozes, sementes, etc, o que pode diminuir a absorção de cálcio por parte do organismo, e ajudam à formação de cálculos renais.

Eu adoro espinafres, o seu sabor, a sua textura.

Uso-os com bastante frequência nas sopas, inteiros ou passados em cremes de legumes.
São óptimos em quiches, pizzas, lasanhas, sejam elas vegetarianas ou não. Em saladas, e até em bolos. Como acompanhamento, em esparregado, ou simplesmente salteados. Em sumos naturais, com maçã e gengibre, por exemplo.

Hoje o meu almoço foi penne salteado na frigideira com azeite, orégãos, uma generosa quantidade de espinafres e mini tomates de cacho.

Para o jantar, daqui a menos de nada estarão prontos cogumelos recheados com uma mistura de cebola picada e refogada com os pés dos cogumelos, também picados, a que foi adicionada uma boa dose de folhas de espinafres, sal, pimenta, ervas aromáticas a gosto e um toque de mostarda. Após arrefecer, tudo isto foi misturado com um requeijão, e dividido pelos vários cogumelos, que por fim vão ao forno.



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Vida de cão: a farmácia caseira do cão.


Não haverá casa alguma que não tenha uma mini farmácia, um arsenal de medicamentos e produtos de higiene e bem estar a pensar num sem número de indisposições e maleitas, desde a aspirina, o ibuprofeno, o paracetamol, o antidiarreico, a pomada para queimaduras e feridas, a água oxigenada, o álcool, etc, etc, etc.

Se a família conta com membros de quatro patas então nada mais natural que ter à disposição alguns produtos especialmente a pensar neles. De preferência totalmente separados dos nossos, porque o que é permitido e benéfico para os humanos é geralmente tóxico e até mortal para os animais.

Dou-vos alguns exemplos dos itens que pertencem à "farmácia caseira" do Kiko:

- Compressas de gaze esterilizada e unidoses de soro fisiológico, usualmente utilizadas para lhe limpar os olhos e qualquer ferida.

- Pomada Omnimatrix, que é uma pomada que promove a regeneração e a cicatrização da pele de qualquer animal. Utilizamos nas patas quando notamos que a pele destas está rija, seca, menos macia. Temos que nos lembrar que as patas dos animais andam em contacto directo com todo o tipo de solo - de relva, areia, terra, calçada e alcatrão, e há que ter especial atenção a esta parte do corpo antes que se criem lesões.
Decerto há vários produtos similares no mercado, mas esta marca foi-me receitada pela veterinária e desde aí é esta que usamos.

- Pasta de dentes e hidrogel. Lembro que todos os produtos utilizados para a higiene oral canina são especificamente concebidos para eles. Os nossos produtos não lhes são adequados.

- Betadine, o clássico desinfectante e antisséptico.

- Pente próprio para apanhar pulgas, e pinça para carraças. Para o caso de alguma escapar ao efeito do comprimido.





quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

coisas de opinar: Os meus dois tostões sobre isto da Supernanny



Quem defende o programa fá-lo utilizando o argumento de "conteúdo pedagógico".
A questão é que a pedagogia não pode existir de mãos dadas com a psicopatologia que é o voyeurismo, que é definido como a curiosidade mórbida sobre aspectos privados ou íntimos da vida de alguém.

É de valor que se abordem os temas da pedagogia, até porque todas as famílias são disfuncionais à sua maneira, não há tarefa mais complicada que a educação e não há pais que não precisem de ajuda, tanto aqueles que pensam que sabem tudo como os que se demonstram já desesperados, prontos a atirar a toalha ao chão.

É de valor que um canal de televisão demonstre vontade de colocar à disposição do grande público um programa que tenha a intenção de ser uma ferramenta positiva para aqueles que participam do programa, como para aqueles que o assistem. Mas a intenção em si não chega: os meios, os métodos, os resultados têm de honrar a mesma.

E este formato não o faz.

Poderia se se limpasse o formato das componentes invasivas e desrespeitosas que alimentam o voyeurismo de quem assiste. Como? Utilizando o método de encenação que já conhecemos de outros programas, ao invés de apresentar ao mundo e expor na primeira pessoa a família real.

A presença da família real não é, de forma alguma, imprescindível. Nem sequer necessária. A não ser, claro, que a intenção não seja tão pedagógica, bonita e fofinha como nos querem fazer crer, e não passe da conquista de audiências através da exploração da curiosidade mórbida que temos sobre a vida alheia.

No dia em que se quiser fazer um programa para realmente auxiliar as famílias, (lá está, as que participam e as que assistem), enviam uma equipa de técnicos bem formados e competentes para trabalhar com estas em privado, e contratam actores para encenar e mostrar ao público as situações enquanto os tais profissionais vão esmiuçando a situação, explicando o contexto com que se depararam, o seu diagnóstico, a metodologia que escolheram para solucionar o problema e porquê, e os resultados que obtiveram ou não.

Lembro que no programa "E se fosse consigo?" do mesmo canal, onde são abordadas todo o tipo de temas como o racismo, o bullying, a violência doméstica, os maus tratos a idosos, o consumo excessivo de álcool, entre outros, todas as situações são encenadas. Em nenhum episódio houve, felizmente, a peregrina ideia de ir buscar intervenientes que não fossem actores.

E se as pessoas ficariam chocadas se neste contexto se utilizassem verdadeiras vítimas de violência doméstica, de assédio, etc, que isso seria uma imensa violação da sua privacidade, do seu direito de imagem, e um transtorno para a vida toda passar a ser conhecida por milhares e milhares de estranhos, para além dos colegas de trabalho, os vizinhos, os familiares, os amigos, os inimigos, e todo o cão, gato e periquito como a pessoa que passou ou passa por X, porque há quem insista que não há problema algum em fazer exactamente o mesmo a uma criança?


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

coisas de opinar: O meu cânone de beleza feminina



Quando era miúda, um qualquer canal fez uma reposição da série "os vingadores" - (não sou tão velha que tenha assistido à estreia da mesma no pequeno ecrã).
Achei que nunca tinha visto ninguém com tanto estilo e carisma como a Mrs. Peel.
Mais de duas décadas depois, continuo a achar o mesmo.



coisas que gosto: Depois de 2/3 semanas a dar no IQOS...


... e visto que ainda temos por casa "tabaco normal" que mais ninguém lhe pegou desde que a milagrosa maquineta nos chegou às mãos, fui pegar num Marlboro só para ver qual era a sensação.

Fumei-o, nas custou-me. Soube tão mal, para além que senti a minha pele a repuxar toda e tive a certeza que estaria, a cada bafo, a fazer caretas horríveis.
No fim, fui lavar os dentes, (duas vezes!), e as mãos até deixar de sentir o cheiro.

Portanto é sinal que aquela coisa do IQOS ter menos 90% dos químicos vulgarmente associados ao tabaco comum é capaz de ser bem real, para além de não haver combustão. Nota-se no sabor, no cheiro, em tudo.

Para quem não sabe do que raio estou a falar, fica o link: IQOS.



coisas de jogar: Northgard


Northgard