Mostrar mensagens com a etiqueta pele. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta pele. Mostrar todas as mensagens
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
coisas que recomendo: A loção corporal mais indulgente
Sabendo o quanto gosto de cremes, loções e aromas, uma das minhas pessoas ofereceu-me a loção corporal cintilante Mon Jasmin Noir L'Eau Exquise da Bvlgari.
Gostei tanto que é bem capaz de se ter tornado a minha favorita, embora não a use diariamente, precisamente por ser cintilante. Embora o efeito seja até subtil e realmente dê um toque de beleza à pele que me agrada sobremaneira, não casa com o dia-a-dia, pelo menos com o meu. Estão-me a imaginar a passear o cão, a ir às compras e noutras tarefas de dona de casa, em versão cintilante?
Que desperdício de bom creminho!
Mas para momentos mais indulgentes sim, use-se e abuse-se!
Até casa bem comigo, porque como não gosto de me maquilhar, ficando-me somente por um toque de cor nos lábios, a subtileza do toque dourado na pele chega para dar um toque diferente quando se pretende.
Adoro a textura, adoro o toque com que a pele fica e o aroma a jasmim.
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Falar de Saúde #2: A acne e a rosácea (conclusão)
Uma das consequências de ter passado toda a adolescência nessa rotina de consultas e cuidados dermatológicos é a apreensão de alguns hábitos, conselhos dos médicos especialistas que ficaram incutidos.
Um deles é preferir sempre, no contacto directo com a pele, roupa de algodão. Os tecidos sintéticos não fazem bem. Hidratar sempre a pele, mesmo que esta seja oleosa é fundamental. Ser gentil com a lavagem e secagem do corpo. O uso de força vai irritar a pele e aumentar a actividade das glândulas sebáceas. Evitar lavar a pele mais que duas vezes por dia pelos mesmos motivos e usar produtos pouco ou nada abrasivos para esse fim. Beber muita água. Usar rabo de cavalo para evitar o contacto constante dos cabelos com o rosto. Evitar o stress. Evitar exposições solares prolongadas e em horas de maior intensidade. Usar sempre protector solar.
Outro conselho que se tornou hábito é o facto de não usar maquilhagem. Lembro-me da dra. Marília me dizer que, quando e se começasse a usar maquilhagem, fosse bastante selecta na escolha dos produtos, que estes deveriam ser da melhor qualidade para causar o mínimo dano à pele.
A questão é que o uso de cosméticos mesmo os considerados de boa qualidade, especialmente numa pele como a minha, implica uma possível regressão no seu estado. Como é que algo a que nunca estive disposta, quando me apetece, prefiro jogar pelo seguro e ficar-me por um pouco de côr nos lábios e pálpebras.
O fim da adolescência marcou também o encerramento de toda esta rotina relacionada com consultas médicas, análises ao sangue, toma de antibióticos...
Estava bastante satisfeita com o resultado atingido. A situação estava controlada e a minha pele limpa, razoável, livre de inflamações, cistos e todas essas coisas. Fiquei com algumas cicatrizes, especialmente no tronco, mas nada que me incomode. A textura da minha pele nunca há-de ser perfeita, mas comparando o antes e o depois, existe um triunfo inegável.
Não precisei de voltar a entrar num consultório por questões dermatológicas até aos meus vinte e muitos anos.
Quando voltei foi porque notei o regresso de alguma inflamação e outros sintomas que lembravam o acne, como o reaparecimento de pequenos cistos. Também tinha episódios em que a minha pele parecia arder ou picar, mas convenci-me que tal era um efeito secundário da toma do Roacutan. Desde a toma deste que a minha pele ficou muito mais sensível e frágil e reagia à mais pequena coisa. Pensei que bastaria fazer um qualquer tratamento durante um par de meses, uma coisa rotineira, para tudo voltar ao normal.
Lembro-me que a paciente que saiu do consultório antes de mim era uma senhora idosa, já com mais de 80 anos. Lembro-me deste pormenor porque depois de relatar o meu caso à dra. Cristina, esta disse-me que eu tinha exactamente o mesmo problema que a senhora que havia acabado de sair, que não tinha cura, que era para toda a vida e que me iria receitar o mesmo tratamento. Tive uma espécie de sensação extracorpórea, custou-me a entender o que a médica me dizia à primeira, acho que ainda a corrigi: que não, que tinha tido acne e que só precisava de alguma "manutenção".
Ela manteve-se firme no seu diagnóstico: rosácea.
A rosácea não é acne, embora tenha, por vezes, sintomas similares. É uma doença dermatológica distinta, crónica, que tende a agravar com a idade. Tal como acontece com a acne, desconhecem-se ainda as suas causas, se o seu aparecimento se deve a uma questão genética, hormonal, ou qualquer outra. Logo, é impossível de prevenir e pode atingir qualquer pessoa. Até ao momento também não é conhecida nenhuma cura. O tratamento desta baseia-se somente na atenuação dos sintomas e através de um estilo de vida o mais saudável possível, mas fazê-lo é tremendamente importante porque é uma doença que, nos casos mais extremos, pode levar ao desfiguramento (rosácea fimatosa), que obriga a uma intervenção cirúrgica, e à cegueira (rosácea ocular).
Nesse dia saí do consultório com advertências em relação à exposição solar e uma receita para um antibiótico.
Algum tempo depois registei uma reacção bastante adversa à toma deste: após a depilação com cera apareciam-me muitas borbulhas nas pernas. Não aquela reacção normal que passa poucas horas depois da depilação, mas todo um enxame que me causava uma incessante comichão, cujo desconforto só era atenuado durante alguns minutos com a aplicação de creme hidratante e que demoraram meses a desaparecer.
Tomei a decisão de parar com o antibiótico. Decidi arriscar por esta reacção e também porque ao lembrar-me da tal senhora idosa ocorria-me um pensamento quase gritado sobre não querer passar o resto da minha vida a ingerir químicos e mais químicos.
Mesmo assim foi preciso passar mais de um ano para que a pele não reagisse de forma tão adversa à depilação, e ainda hoje não voltou à boa forma inicial, pois aparecem-me sempre umas poucas.
Tenho aprendido bastante sobre a rosácea em vários sites, como este aqui. O desconhecimento sobre a doença faz com que a informação partilhada pelos pacientes seja de grande valor, através de testemunhos tentam encontrar um padrão sobre os factores que despoletam o agravamento da condição, e que tratamentos têm dado mais resultado.
Já existem algumas certezas e estas têm a ver com a abordagem holística ao problema, a importância de adquirir certos hábitos que formam um estilo de vida mais adequado como não usar cosméticos, ter uma alimentação o mais livre possível de alimentos processados, evitar o consumo de álcool, café e tabaco, ter extremo cuidado com a exposição solar, não abusar do exercício físico, evitar temperaturas muito baixas ou elevadas, e fazer o possível por se manter num registo feliz, satisfeito e livre de stress.
Embora fume e beba café faço por seguir todas as restantes indicações. Em termos de produtos tenho usado somente um detergente e um tónico de limpeza à base de chá verde e uma loção hidratante de aloé vera e acho que tem funcionado muito bem no meu caso. Nos dias em que a minha pele está mais calma é praticamente impossível adivinhar que tenho rosácea, o que é muito bom e espero que se mantenha assim.
Estou tentada a procurar um qualquer creme ou gel à base de rosa mosqueta pelas suas propriedades cicatrizantes, regenerativas e hidratantes. Especialmente agora para a chegada do Inverno em que a pele se ressente do frio.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Falar de Saúde #1: A acne e a rosácea (parte 1)
Poderia vir aqui falar de qualquer coisa mas, hoje apetece-me iniciar uma nova categoria dedicada à saúde. Porque ao contrário do que o ditado diz, a ignorância raramente é uma benção, especialmente no que toca ao bem estar.
Pareceu-me ter mais valor iniciar esta nova categoria com dois males que conheço extremamente bem: a acne e a rosácea. Proliferam na internet informações sobre ambos os padecimentos. A nível científico há pouco ou nada que eu possa acrescentar, mas posso partilhar um pouco da minha história pessoal enquanto pessoa que tem tido contacto, ao longo de anos, com estas doenças, o que poderá ter algum significado para outros pacientes.
Se a memória não me falha estaria ainda na minha primeira década de vida quando me apareceram os primeiros sintomas de acne. A área afectada não se limitava à face, mas estendia-se ao tronco, (costas e peito). Sem grandes grafismos, o grande incómodo residia sobretudo no facto em que acordar com a camisola do pijama suja era rotina. A vermelhidão, por vezes bastante acentuada, na zona T do rosto, também era um sintoma muito pouco simpático e talvez o que mais contribuiu para um mal estar psicológico.
Embora a acne atinja cerca de um décimo da população mundial, tornando-se a oitava doença dermatológica mais comum, não é muito habitual que esta dê sinais tão agressivos antes da puberdade.
A primeira consulta a que os meus pais me acompanharam foi junto de um médico de clínica geral. Creio que este também ficou bastante confuso por alguém de tão tenra idade demonstrar tais sintomas.
Saímos do consultório com uma receita - um cocktail de alguns remédios, para ver no que a coisa dava. Hei-de sempre lembrar-me desse primeiro tratamento, de tão bizarro que era: todas as noites, antes de me deitar, a minha mãe passava-me nas costas e peito uma pomada com uma consistência espessa e peganhenta, com um cheiro horrível e enjoativo a banana e depois polvilhava as mesmas áreas com uma qualquer espécie de pó de talco que havia sido receitado. Era um ritual que pela sua estranheza nos sacava caretas, mas se o médico diz...
Se já era desconfortável dormir com todas aquelas borbulhas chatas que faziam do meu torso um tabuleiro de minesweeper, imaginem-se numa versão croquete de banana!
O tratamento "croquete" não fez milagres e não tardou muito que nos dirigíssemos ao consultório de uma médica especialista que me acompanhou durante praticamente toda a minha adolescência.
Uma das coisas que me lembro da minha primeira consulta é a médica ter-me dito que "iria piorar antes de surgirem melhoras", desta vez graças aos medicamentos. Que era essencial seguir o tratamento à risca. Lembro-me de ter pensado como seria possível ficar pior. Sobretudo de ficar assustada com essa ideia: "o que é que ela quer dizer com pior?!"
O meu caso de acne não era dos piores de sempre, mas suficientemente grave para recorrer a um tratamento agressivo com base na isotretinoína, um derivado da vitamina A, mais conhecido no meio como Roacutan. Trata-se de um antibiótico tão, mas tão agressivo, que a gravidez durante e algum tempo após a toma é uma contraindicação absoluta e deverá ser terminada, pois existe a certeza de malformações graves no feto. A lista de possíveis reacções, contraindicações e advertências quanto ao Roacutan é extensa e assustadora, podendo afectar negativamente praticamente todos os sistemas do organismo, por vezes de forma permanente.
Hoje, ao ler a bula deste medicamento pela primeira vez em muitos anos, com outra maturidade e sapiência, considero altamente provável que haja uma correlação directa entre outras questões de saúde de que já padeci e/ou padeço e a toma do Roacutan, embora já tenha cessado esta há muitos anos.
Enquanto adolescente e jovem adulta era vulgar a inclinação para me sentir deprimida. Dar de caras com estudos que indicam haver uma relação causal entre a isotretinoína e a depressão é um abre-olhos!
Obviamente, os pacientes de acne, particularmente os casos graves não serão propriamente as pessoas mais alegres, sociáveis e com mais alto astral que por aí andam, visto ser uma condição que abala a autoestima, mas não pode ser descartada a responsabilidade de um medicamento que inibe a produção de serotonina e que mexe com o sistema nervoso - já se fala no papel dos retinoides no desenvolvimento de Alzheimer e esquizofrenia.
Igualmente no meu caso creio que a toma prolongada deste medicamento possa ter contribuído para o aparecimento ou agravamento de alguns padecimentos a nível de pele, gastrointestinal, músculos, articulações e até visão.
Se valeu ou não a pena é uma questão complicada de responder. Já vi o Roacutan ser chamado de "veneno milagroso". É terrível, mas na verdade acaba por funcionar. E embora não tenha uma pele perfeita, as suas imperfeições neste momento são uma fracção do que tive nos piores momentos da minha condição.
Quando se inicia um tratamento "à séria", coordenado por um médico dermatologista, gasta-se uma pequena fortuna em consultas e em remédios vários que se compram em catadupa. A minha rotina mensal/ bimensal consistia em análises ao sangue, seguidas de mais uma consulta médica, e uma nova remessa trazida da farmácia. O armário dos medicamentos enchia-se de caixas de Roacutan, Dalacin-T, outros antibióticos e muitos cremes e produtos de limpeza caríssimos à base de água termal cujo papel era acalmar a pele e ajudar a diminuir os efeitos secundários da parte mais agressiva do tratamento como a vermelhidão, a escamação, etc, que embora fossem receitados para tratar de um problema de saúde não tinham direito a comparticipação.
Um desses efeitos era a hipersensibilidade à exposição solar logo sempre que saía de casa tinha que aplicar na face um protector solar, espesso como uma base, num tom cinza esverdeado que dava à minha tez um resultado pouco feliz. Talvez ao gosto dos góticos e amantes de estórias vampirescas.
A acne não é somente uma questão estética, é também fisicamente dolorosa. Nos meus piores surtos tive cistos subcutâneos cuja presença me causou desconforto ao nível de uma dor de dentes, das más. Isto para não abordar exaustivamente todos os 50 graus de desconforto e dor que as diversas manifestações da acne são capazes.
Quando a fase pior do tratamento passa e começamos a ver resultados no espelho, a sensação é indescritível. É como se finalmente nos estivéssemos a conhecer pela primeira vez, como se nunca na verdade tivéssemos visto o nosso próprio rosto pois este estava camuflado por toda uma camada de lesões e inflamações. Retirada finalmente essa máscara é possível prestar a devida atenção a todos os traços de que somos feitos: do zigomático ao maxilar, da mandíbula à glabela, e como é agradável, elegante e até distinto aquele reflexo!
(continua...)
Subscrever:
Mensagens (Atom)