terça-feira, 23 de abril de 2013
Para a memória futura...
Quando eu morrer deixem-me ser uma árvore. Qual, ainda não me decidi - talvez um sobreiro.
Não me tranquem numa caixa, numa qualquer roupa domingueira. Não me condenem à claustrofobia das lápides, nem à lugubridade dos cemitérios.
Quando eu morrer deixem-me ser uma árvore. Há algo de apaziguador na ideia de ser sombra, refúgio e todas as coisas que as árvores são e os Homens ficam aquém.
Não me dêem cortejos, nem missas, nem lutos. Não me tragam velas e flores cortadas como obrigação em dias de finados.
Quando eu morrer deixem-me ser uma árvore. Deixem que a seiva dê lugar ao sangue. Para que possa cumprir em silêncio tudo aquilo que nunca soube dizer.
(imagem de sobreiro - Quercus Suber - retirada do site da Associação Transumância e Natureza)
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