terça-feira, 18 de agosto de 2015
Costumes portugueses que os turistas acham estranhos #2
A toponímia em Portugal, especialmente no que toca a ruas, pracetas, estradas, avenidas e que tais, recorre-se frequentemente dos nomes de alguns ilustres que passam a ser, em seu reconhecimento, nomes de lugar.
Até onde habito as ruas foram nomeadas em memória de poetas, pintores, dramaturgos...
Tudo muito bem, que é um hábito salutar fazer por manter presente na memória os que se evidenciaram por mérito ao longo da nossa História.
A coisa torna-se é confusa e contrária à primária função de dar nomes aos arruamentos e lugares, que há-de ser a da orientação, quando num pequeno raio geográfico os nomes se repetem.
Graças a isso já não é a primeira vez que me cruzo, durante os rotineiros passeios com o Kiko, com turistas estrangeiros que vindo à procura do Palácio de Seteais para fazer o check in, se deparam numa rua suburbana, tranquila, onde não há qualquer vestígio de um palácio.
Hoje foi um casal de meia-idade francês que me abordou perdido. E eu que não falava francês há cerca de vinte anos lá os enviei até meio caminho. Que parassem o carro e pedissem novamente informações. Ainda lhes fiz um croqui.
Quando cheguei a casa ainda telefonei para o Hotel. Avisei-os que se estiverem à espera de clientes com tais características que façam os possíveis por contactá-los, pois provavelmente andavam perdidos.
A recepcionista confirmou que era habitual enganarem-se e virem parar aqui, ao meu burgo.
E eu já estou à espera dos próximos turistas, fáceis de topar, pois estarão com um papel na mão, estupefactos ora a olhar para as moradias da rua ora para o tal papel, à procura de qualquer semelhança com o Palácio.
Continuarei a fazer o meu papel de boa samaritana. Talvez comece a andar com as coordenadas gps do Hotel. E ao décimo turista vou lá cobrar a comissão.
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