terça-feira, 15 de dezembro de 2015

cromices #96: Diz que são uma espécie de comandos


Na escolinha o Kiko aprendeu comandos como junto, fica, senta, deita, olha, anda, não...

Ao longo dos tempos fomos, com alguma liberdade e criatividade, ao sabor do que a necessidade ia ditando, criando a nossa própria "linha de comunicação" com o Kiko.

Um "onde está o pai?", (ou a mãe), faz com que ele ande à nossa procura.

No meu stress costumeiro de o ver sem trela nas caminhadas surgiu-me um "segue o paizinho", que por resultar passou a integrar a lista de comandos.

"Onde está o carro?" ou "Onde é casa?" também faz com que o puto vá direito à coisa. Isto se não surgir entretanto uma grande distracção. O que me parece um grande feito, especialmente a do carro, visto que hoje em dia todos os carros são iguais.

Outro clássico é o "Kiko, tens cócó?". Podem não acreditar, mas este comando tem tido um grande sucesso. Não acontece todas as vezes, que estas coisas da natureza não acontecem com o carregar de um botão. Mas, com muito mais frequência do que estava à espera, (honestamente, nem estava à espera que o Kiko me compreendesse, e só esse facto deixa-me siderada!), um minutinho ou dois depois do comando lá começa ele a fazer a "dança do cócó".

É claro que existem outras versões.  Por exemplo a versão de "manhã cedo ou noite escura, com mau tempo e uma vontade absurda de voltar para casa, e o raio do puto não se despacha" soa muito mais como "Oh pel'amor da santa, tu fazes o favor de largar o pastel?!".  Se ainda for demasiado cedo, como não sou pessoa de muitas palavras e tenho mau acordar, saem comandos como "caga, porra!" ou "despacha lá isso!"
A cena fica extraordinariamente bipolar porque quando ele acaba de fazer leva muitos elogios e às vezes até palminhas. (Ele gosta muito que lhe batam palmas como recompensa!)

O "nham nham" é sinónimo de comida e já conhece tão bem esta expressão que fica imediatamente em sentido.

"Peek-a-boo" é sinónimo de brincadeira e correria cá por casa.

Quando digo que alguém é "amigo" estou-lhe a dar permissão para se aproximar, a incentivá-lo a perder o medo ou a desconfiança com determinada pessoa, ou animal.

"Em frente" é para continuar a andar, direitinho que nem um fuso, sem desvios. É um comando que complemento com "ignora" quando passamos por outros cães, casas com cães ao portão, ou até qualquer pessoa ou objecto que façam parte de um contexto que queira evitar.

O "pára e avança" são usados muitas vezes ao dia. Por exemplo em todas as vezes que atravessamos uma estrada.

"Quem é?" coloca-o em posição de sentido, à procura de alguém que lhe seja familiar.



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