Há muitos anos vi um documentário sobre Hong Kong. Há coisas que se vêem e que nos marcam. Ficou-me a imagem, creio que chocante para qualquer um de nós, dos espaços exíguos em que muitas das pessoas habitam, naquela mega metrópole.
O maior choque são, com toda a certeza, as condições sub-humanas em que vive a camada mais desprotegida da população, devido ao altíssimo custo de vida.
Acontece que Hong Kong é das cidades mais caras do mundo. Em média, o custo por m2 ultrapassa os cerca de 10500€!
Com uma área de 1,104 km² e uma população de sete milhões de pessoas, Hong Kong é também uma das áreas mais densamente povoadas do planeta.
Por lá, em média, uma família de quatro pessoas habita numa casa que não ultrapassa os 30m2.
Em Portugal, é comum que um T2 não seja menor do que 60m2, e um destas dimensões é considerado pequeno, pois existem exemplos de habitações com a mesma tipologia com o triplo ou ainda o quádruplo da área.
Esta realidade não se restringe a Hong Kong. Em todas as grandes cidades, onde há uma grande aglomeração de pessoas, vive-se o conceito das micro habitações. E não é um fenómeno somente da Ásia.
Não foi para falar especificamente de Hong Kong que serve este post. Serviu sim, para contextualizar o problema, antes de dar a conhecer a solução.
Este fenómeno fez nascer novos conceitos de optimização do espaço.
Existem cada vez mais exemplos de como dotar micro espaços de um elevado grau de habitabilidade e conforto, fruto de ideias engenhosas de arquitectos e designers em redor do mundo. Ideias também nascidas da experiência e imaginação de um número cada vez maior de pessoas que optam por este estilo de vida.
A popularidade crescente deste tipo de habitações tem em cada pessoa, a sua justificação. Há quem o faça porque prefere viver com menos espaço do que desperdiçar uma parte do dia em transportes do, e para, o centro da cidade.
Outros, porque é uma opção mais económica, e entretanto descobriram de como é possível ter qualidade de vida com menos bens, até porque o espaço sendo limitado é impraticável acumular muita coisa.
Outros ainda defendem que é uma opção mais ecológica e sustentável.
O apartamento mais pequeno que encontrei na minha pesquisa é em Nova Iorque e, tem uma área pouco maior do que 7m2.
Não se trata do melhor exemplo em termos de design, mas ilustra o quão pouco necessitamos para viver.
Passemos então a alguns exemplos brilhantes:
E por fim, uma casa no Japão, que ocupa o que foi outrora o lugar de estacionamento de um carro:
Estes exemplos inspiram-me e é por isso que os partilho convosco.
- Porque algumas das ideias utilizadas para poupar espaço são realmente geniais, e podem ser uma grande mais valia, mesmo sendo aplicadas nas nossas casas.
- Porque realmente não precisamos de tanta coisa.
- Porque é um conceito que acredito que venha a inspirar o futuro de uma forma positiva: na minha mente será um grande passo em frente, quando trocarmos os complexos urbanísticos de hoje, em que tudo é betão, por casas um pouco menores mas duplamente eficientes, de forma a que uma percentagem de cada lote seja um espaço verde, uma horta para aquela família.
(Mais tenho a dizer sobre este tema, mas fica para próximos posts).
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