terça-feira, 28 de janeiro de 2014
A necessária distância do passado...
Controvérsias à parte, (as mesmas não interessam agora), aceitemos cegamente que existem cerca de 196 países no Mundo, e que a História da Humanidade, no que toca à existência dos seres humanos modernos conta com 150 mil anos.
É uma História rica em feitos, invenções, descobertas, evolução. Igualmente abundante em guerras, catástrofes, atrocidades. Complexa e dual.
Acho correcto afirmar que ao longo do tempo, não existe povo algum que não tenha ocupado o lugar de agressor e vítima.
Sabemos que um dos papéis da História, enquanto disciplina, é lembrar o passado para que os erros cometidos outrora não se repitam.
Actualmente este papel, muito nobre é claro, descambou para um calendário de efemérides.
Todo o dia é dia de qualquer coisa - de um santo, do nascimento de uns, da morte de outros, de invenções, e sim, de relembrar atrocidades. Todos os dias.
Não me falta empatia, pelo contrário até. Comovo-me e lamento a capacidade da nossa espécie para o mal.
Mas marco uma linha.
Prefiro viver o presente a deambular neste calendário de emoções agendadas.
Faço uma prece sentida por todos aqueles que alguma vez sofreram. As vezes que sentir necessárias, mas não quero revisitar o mesmo estado de espírito todos os anos, todos os dias.
Não é por maldade. É que não tenho tempo nem vida para isso. Nenhum de nós tem. E nada tem a ver com o quanto podemos ser pessoas ocupadas no dia-a-dia.
Façamos as contas:
196 países no mundo. Só para relembrar cada país, tanto no seu papel de vítima, como o que causaram por sua vez, enquanto agressor, precisariamos de 392 dias num ano.
E tempo para nós? Para nos conhecermos, para nos conectarmos ao próximo, para perceber que a História tem um papel importante desde que não nos leve a crer na treta que "somos os pecados dos pais", para olharmos para o que nos rodeia "com olhos de ver", tempo para a evolução, porque há muito para fazer hoje...
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