quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Eu sobrevivi ao bullying
Há quem não sobreviva.
Sempre que puxo por este tema, é por eles, por quem não sobreviveu. Por quem acha que não vai sobreviver.
Mesmo assim, vou ser breve.
Eu sobrevivi. O que não nos mata torna-nos mais fortes.
E eu sou das pessoas mais fortes que conheço.
De todos os caminhos possíveis optei por aquele que fez de mim alguém com uma capacidade de amar, viver e rir do tamanho, não do quase metro e setenta de gente que vês, mas do colosso que sou.
E foda-se, eu sou gigante!
Cresci um palmo por cada vez que renunciei ao ódio, à violência, ao lado obscuro. Dois palmos por cada vez que me recusei ficar refém da nostalgia dos momentos tristes e dolorosos. Uma montanha por todas as vezes em que genuinamente me senti capaz de perdoar.
Porque não há qualquer alegria ou sensação de vitória em saber que os bullies de outrora são hoje homens e mulheres quebrados. Chamem-lhe karma. Eu acho que toda a infelicidade e miséria é uma perda de tempo e de vida.
Foda-se, sou um gigante!
De certa forma, devo parte disso a esse capítulo.
Sou alguém que não se cala, não se acobarda nem se verga.
Que interfere quando algo não está bem.
Sou aquela que carregou contra um gangue de putos, amedontrador de velhos, de chapéu de chuva em riste, até o partir nos seus costados.
Sou aquela que desconta a fúria no capot do carro de alta cilindrada que não respeita passadeiras, perante o olhar embasbacado do condutor.
Sou aquela que se indigna, que verbaliza, que exige, que enfrenta.
Que acredita que a felicidade alheia é essencial, e que os bullies merecem também a nossa compaixão, porque um bully nunca terá o espírito de um gigante.
Portanto putos, acima de tudo, sobrevivam caralho!
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