quarta-feira, 3 de setembro de 2014
coisas que me irritam #12: O caso da "velha maluca"
O mote foi lançado no FB, num meme onde se lê "Odeio quando me ligam e perguntam com quem estão a falar antes de se identificarem".
E eu revi-me na cena. Eu e mais uns quantos milhares de pessoas.
Odiar é uma palavra demasiado forte. Irritar ou tirar do sério serão expressões mais adequadas, até porque os maus sentimentos passam rápido e dão origem à risota, pelo sentido inusitado e até hilário destes episódios.
Tenho uma tia-avó, uma senhora de idade já bastante avançada e que sempre teve uma certa aura de excentricidade.
Sempre que ela ligava lá para casa, (isto nos tempos pré-históricos antes do telemóvel), era um fartote.
A senhora tem a mania, (que pelos vistos ainda dura), de ficar caladinha do outro lado da linha se não é a minha mãe a atender. Como não reconhece a voz deve ficar baralhada, (sei lá como justificar isto!), ou algo que o valha.
A primeira vez, há muitos anos, que me calhou atender uma chamada da tia foi inesquecível.
Como não reconheceu a minha voz, nem eu a dela para ser franca, começa tipo disco riscado a perguntar quem é. Eu fazia o meu papel:
"Não. Não funciona assim. Quem liga é que tem que se identificar. Quem é pergunto eu. E com quem quer falar?"
E caímos num impasse, num "nem ata nem desata", em que a velhota intercalava períodos de silêncio com o fatídico "quem é?".
Até que desisti:
"Oh mãeeeeeee, está uma velha maluca ao telefone. Deve ser para ti."
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