segunda-feira, 22 de setembro de 2014
cromices #43: Não tenho absolutamente motivo nenhum para correr
Há tempos atrás quando embarcámos na demanda de uma vida mais saudável, a corrida foi uma das actividades escolhidas pelo marido.
Adoro caminhar, mas correr não é para mim. Enquanto consigo ficar em razoavelmente bom estado depois de 4 horas a caminhar, suplico por uma morte rápida e misericordiosa antes do primeiro quilómetro a correr. Mesmo assim, não sei como fui persuadida a acompanhá-lo algumas vezes numas voltinhas aqui em redor do burgo.
Não há rigorosamente nada no acto de correr que me motive e dê prazer, tirando uma pequena excepção: uma descida acentuada marcava sempre o fim do percurso, e tinha piada dar tudo por tudo aí, aproveitar a embalagem e sentir que os pés mal tocavam no chão, sendo que parte dessa alegria residia no facto do martírio estar a terminar, que mais uns passos e já se vislumbrava a porta de casa.
Quando decidi mandar a corrida de vez às urtigas, disse que a única hipótese de o voltar a fazer, é caso estivesse numa savana e tivesse que dar uso às pernas para fugir de um leão, ou algo assim.
Depois vi num qualquer documentário sobre a vida animal, que nestas situações de vida ou morte, nunca devemos fugir dos grandes felinos, mas enfrentá-los, fazer muito barulho, tentar criar a ilusão que somos maiores.
(se por acaso estiverem curiosos sobre como reagir a um ataque de um leão, podem ler mais aqui )
E aí percebi quão enorme é o meu grau de embirração e desgosto para com a corrida, quando me pareceu preferível enfrentar o rei da selva e esperar por um milagre, do que correr.
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