quarta-feira, 31 de maio de 2017

coisas da Língua #2


Quando vi ou li pela primeira vez a expressão "talharia" confesso que ainda demorei um par extra de segundos para perceber que estava diante do descendente hipster do talho, vulgo estabelecimento que vende carne.

Durante esse lapso pensei que tinha surgido um qualquer novo restaurante especializado em receitas com talharim, a massa alimentícia com a forma de tiras finas. Afinal se há locais onde só se serve risoto, outros pregos, outros ainda camarão, (as opções quando nos dedicamos à exploração de um nicho de mercado são quase ilimitadas), porque não uma talharia dedicada ao talharim?
É que na minha cabeça isto continua a fazer muito mais sentido que modificar um vocábulo por uma questão de moda. Digo eu.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Coisas da Língua #1


Gosto de palavras. Mais de umas que outras, por um qualquer motivo: se numas penso encontrar um qualquer simbolismo, um enigma, outras despertam quadros, cenários, despertam os sentidos, são musicais, ou simplesmente boas de saborear, de enrolar na língua. Tudo, como de costume, ao sabor da vontade, onde a geografia e o sentido não servem para limitar.

Para iniciar mais um ramo desta árvore de deambulações, apetece-me trazer-vos os vocábulos "caregiver" e "caretaker".
Ambos significam "cuidador" em aquele que cuida de alguém ou alguma coisa. No entanto, são as pequenas diferenças que encontramos ao dissecar estas expressões que as tornam, para mim, irresistíveis.
Há anos li num livro de fantasia, se não me engano numa das obras de Úrsula Le Guin, que saber o verdadeiro nome das coisas é uma magia poderosa, que nos permite um tremendo poder sobre estas.
Ficou-me.

A grande diferença entre ambos os termos reside no facto que "caretaker" é acima de tudo aquele que cuida de algo material, de um imóvel, de um terreno, de uma coisa. Pode ser ou não da família do dono da coisa que requer cuidados, e é uma situação temporária.
"Caregiver" é aquele que cuida de alguém, do seu bem estar físico e/ou emocional.

É fantástico o que aprendemos quando olhamos com atenção para o nome das coisas. Este exemplo encerra em si a essência da lidação com o material e o emocional/ espiritual. Cuidar do lado material é tirar, tomar, acto temporário: taker.
Cuidar física e emocionalmente é um elo que persiste, que não é temporário, é dar de si e dar-se a si ao ser que requer cuidados, é ser um dador - giver.


sexta-feira, 26 de maio de 2017

coisas de comer: Só porque em francês soa a gourmet, tomem lá um magret de canard au miel de romarin et citron



No outro dia em resposta à quotidiana questão do que fazer para o jantar, pensei: peito de pato.

Mas como tinha visto momentos antes um bom filme sobre uma história baseada em factos verídicos que metia a corte francesa, a Maria Antonieta, e estava imbuída de toda aquela coisa de Versailles, decidi que não senhor, qual peito de pato qual quê!
Que iria sair dos tachos um belo de um magret de canard au miel de romarin et citron, que é exactamente a mesma coisa, mas em francês soa logo a gourmet.

Antes de vos dar a receita, deixem-me só soltar mais um pensamento: pel'amor da santa, não arruínem uma parte tão boa como o peito do pato ao cozê-lo para fazer arroz. Para isso usem outras partes menos nobre e saborosas. Sacré bleu!
E quem tira a pele ao bicho?! Sacrilégio! Dá direito a guilhotina!

Dito isto, vamos lá.

Uma hora ou no mínimo meia hora antes, com uma faca dão uns cortes na pele (e só a pele!) num padrão quadriculado.
Preparam uma marinada com uma colher generosa de sopa de mel, (cá em casa havia mel de rosmaninho), sumo de meio limão, sal, pimenta e ervas de provence a gosto. Colocam os peitos, já regados com a marinada, de volta ao frio.

Cortam cebola em finas meias luas, e preparam os cogumelos frescos pelando-os e cortando-os em quartos.

Numa frigideira antiaderente, sem qualquer gordura, colocam a cebola. Quando esta começar a amolecer, adicionam os cogumelos.  Passado curtos momentos colocam na frigideira os peitos de pato com a pele para baixo. O lume estará alto neste ponto, porque queremos aquela pele tostadinha, linda de tão dourada e crocante q.b.; queremos que aquela gordura cheia de omégas saudáveis que está debaixo da pele derreta e escorra, mas não tão alto que queime tudo.
Quando viramos a carne baixamos o lume e adicionamos a marinada, e ali fica o lado mais magro dos peitos, a cebola e os cogumelos quase a confitar naquela mistura untuosa de gordura de pato, mel, limão e ervas.

Não deixar passar demais os peitos. Queremos que o interior fique rosadinho.

Para empratar fazem como quiserem, mas eu cá achei piada a uma caminha de cebola e cogumelos com o magret fatiado ligeiramente na diagonal, em fatias de cerca de um dedo de espessura. Acompanhei com agrião.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

coisas sobre mim: INFP #1


Segundo a Tipologia de Myers-Briggs, existem 16 tipos psicológicos. Este (INFP) é onde me enquadro. (O relacionamento interpessoal não seria tão mais fácil se nos conhecêssemos a este nível?!)






terça-feira, 16 de maio de 2017

Pessoas de quem gosto #7



Gosto de quem sabe apreciar a beleza de uma qualquer flor sem a colher; dos que ouvem o canto dos pássaros sem que lhes ocorra aprisioná-los. Dos que sabem admirar tudo o que mundo tem de belo e espectacular, sem a necessidade de causar dano, maltratar, tornar seu ou levar à extinção.



domingo, 7 de maio de 2017

Vida de cão: Uma edição especial "Pais e Filhos"


Encontrámos na banca de uma papelaria uma edição especial da revista "Pais e filhos" totalmente dedicada aos cães: - "A vida de um cão - Guia completo dos 0 aos 15 anos - Manual de dicas e conselhos para manter o seu cão feliz".
São cerca de 130 páginas onde se aborda uma panóplia de temas relevantes desde a escolha de um animal, os pormenores em redor da chegada deste, ao que fazer quando já existe um cão residente e se pretende adoptar mais um animal, regras e comportamento canino, a questão das férias, ensino, legislação, bem estar animal, actividades, saúde... Tudo por palavras de veterinários e entendidos da matéria.

Os capítulos que já li entretanto agradaram-me pelo tom sensato e conteúdo repleto de informação e factos.
Decidi partilhá-la convosco porque, para além de ser útil, é de louvar quem se preocupa com a transmissão de factos e conhecimentos, colocando o sensacionalismo e desinformação de parte.


 
 


terça-feira, 2 de maio de 2017