sexta-feira, 26 de maio de 2017

coisas de comer: Só porque em francês soa a gourmet, tomem lá um magret de canard au miel de romarin et citron



No outro dia em resposta à quotidiana questão do que fazer para o jantar, pensei: peito de pato.

Mas como tinha visto momentos antes um bom filme sobre uma história baseada em factos verídicos que metia a corte francesa, a Maria Antonieta, e estava imbuída de toda aquela coisa de Versailles, decidi que não senhor, qual peito de pato qual quê!
Que iria sair dos tachos um belo de um magret de canard au miel de romarin et citron, que é exactamente a mesma coisa, mas em francês soa logo a gourmet.

Antes de vos dar a receita, deixem-me só soltar mais um pensamento: pel'amor da santa, não arruínem uma parte tão boa como o peito do pato ao cozê-lo para fazer arroz. Para isso usem outras partes menos nobre e saborosas. Sacré bleu!
E quem tira a pele ao bicho?! Sacrilégio! Dá direito a guilhotina!

Dito isto, vamos lá.

Uma hora ou no mínimo meia hora antes, com uma faca dão uns cortes na pele (e só a pele!) num padrão quadriculado.
Preparam uma marinada com uma colher generosa de sopa de mel, (cá em casa havia mel de rosmaninho), sumo de meio limão, sal, pimenta e ervas de provence a gosto. Colocam os peitos, já regados com a marinada, de volta ao frio.

Cortam cebola em finas meias luas, e preparam os cogumelos frescos pelando-os e cortando-os em quartos.

Numa frigideira antiaderente, sem qualquer gordura, colocam a cebola. Quando esta começar a amolecer, adicionam os cogumelos.  Passado curtos momentos colocam na frigideira os peitos de pato com a pele para baixo. O lume estará alto neste ponto, porque queremos aquela pele tostadinha, linda de tão dourada e crocante q.b.; queremos que aquela gordura cheia de omégas saudáveis que está debaixo da pele derreta e escorra, mas não tão alto que queime tudo.
Quando viramos a carne baixamos o lume e adicionamos a marinada, e ali fica o lado mais magro dos peitos, a cebola e os cogumelos quase a confitar naquela mistura untuosa de gordura de pato, mel, limão e ervas.

Não deixar passar demais os peitos. Queremos que o interior fique rosadinho.

Para empratar fazem como quiserem, mas eu cá achei piada a uma caminha de cebola e cogumelos com o magret fatiado ligeiramente na diagonal, em fatias de cerca de um dedo de espessura. Acompanhei com agrião.


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