segunda-feira, 9 de outubro de 2017

coisas da casa: "As casas de Hobbit", ou tenho a impressão que encontrei a nossa futura casa



Desde o dia em que fomos ao cinema, há muitos anos atrás, ver o primeiro "Senhor dos Anéis", já perdi a conta às inúmeras vezes que verbalizei entre suspiros que o Shire é que era sítio para mim, e que me imaginaria perfeitamente feliz na casa dos Baggins - "Bag End". Portanto não é de estranhar que quando apareceu no feed da minha rede social de eleição algo com um título onde "casas de hobbit" faziam parte, tive que satisfazer a curiosidade. Curiosidade em dupla dose, graças também ao meu crescente interesse sobre arquitectura, ecologia, engenharia, sustentabilidade e inovações tecnológicas que abracem estes campos.
E foi nesse momento, num casual e fortuito click que me levou a um artigo numa qualquer e-zine que tive o primeiro contacto com as Green Magic Homes.

Ao longo dos últimos anos tenho sentido uma presença cada vez maior e mais significativa de empresas que apresentam soluções alternativas à construção convencional, com base numa filosofia onde a preocupação ambiental é um dos alicerces. É uma tendência que me inspira e me alegra, embora não sinta a mesma afinidade por todos os projectos e conceitos que já visualizei, como é natural - é o lado humano e subjectivo em acção.

O conceito das Green Magic Homes é, de uma forma resumida, serem casas compostas por módulos pré-fabricados, em que na sua composição 80% são plásticos reciclados, o que é uma óptima forma de ajudar o planeta a ver-se livre desta praga ambiental, e simultaneamente reduzir ao mínimo a pegada ambiental porque não se retiram do planeta novos materiais para a construção. Este compósito/ polímero feito destes plásticos e resinas é um material muito mais resistente e durável que o tradicional betão, não apresentando problemas de rachas, infiltrações, humidades, e dispensando manutenções.
Os materiais utilizados são totalmente seguros, inclusive a nível de emissões.
Em conjunto com os seus arcos característicos formam uma estrutura capaz de suportar sismos, tornados e outras catástrofes naturais, assim como são ideais para qualquer clima, do deserto à neve.
A cobertura de terra não só permite que a temperatura no interior ronde todo o ano os 17º celsius, como é esteticamente apelativo a colocação do telhado vivo "living roof" com espécies adequadas ao local, ou até usar esse espaço para plantar alimentos.

Mais algumas características que me agradam sobremaneira:

- Em primeiro lugar, a vertente financeira - porque sem ilusões e com toda a franqueza, o custo associado à aquisição de habitação há-de ser sempre, para a grande maioria das pessoas, não o único, mas certamente o maior obstáculo. Então obviamente que se tornam apelativas as habitações que para além de apresentarem preços competitivos em relação aos praticados no mercado imobiliário, afirmam não precisarem de manutenção como acontece com um edifício em betão, poupando-se também por aí. Só aí temos uma tremenda vantagem, especialmente quando nos lembramos, por exemplo, que a reparação/ reconstrução de um telhado "tradicional" ronda os 100 euros por metro quadrado, para além do que se poupa em chatices e preocupações.

Quão competitivos os preços? Na minha aldeia o preço ronda, neste momento, os 300/ 350 mil euros, por moradias que necessitam de renovações quase totais. O preço de uma magic home com uma área de quase 190m2, 4 quartos, 4 casas de banho, cozinha, sala de estar e de jantar, adquirido no sistema "chave na mão" fica por cerca de 161 mil euros mais iva, (se não estiver em erro, este é de 6%).
Obviamente não inclui os custos de aquisição de um terreno, mas mesmo assim...

- O segundo ponto que nos atrai é o tempo. A ideia de construir casa é agridoce: se por um lado é um sonho ver nascer algo em que foi possível opinar e decidir sobre as mais diversas características, o tempo que isso demora, (anos por vezes!), em combinação com flutuações de orçamento, e um mundo de chatices de toda a ordem a que ninguém escapa quando se mete nessas empreitadas assustam-nos e causam-nos stress.
Esta empresa afirma que entre encomendar a casa à fábrica, a sua viagem e montagem são cerca de 55 dias.

- O terceiro ponto que me agrada é o facto de existir um representante da marca em Portugal, assim como existem muitos outros distribuidores por vários países. Essa proximidade é mais que importante, é essencial, e faz com que qualquer conceito/ produto / serviço pareça imediatamente mais possível, menos abstracto. Há-de haver com certeza pessoas mais aventureiras que eu, mas para mim o acompanhamento presencial, a presença de profissionais pelo menos no mesmo país, é uma das minhas exigências. Nunca na vida teria coragem de encomendar uma casa como quem encomenda ração para o cão.
Mal posso esperar para a primeira destas casas estar concluída em território nacional para a visitar.

- O quarto aspecto é o design. Por ser modular é uma casa que pode facilmente ir sofrendo acrescentos ao longo do tempo. Embora a marca ofereça uma boa variedade de plantas pré-definidas, parece ser igualmente simples elaborar uma casa personalizada. O seu exterior e interior são apelativos, bonitos, confortáveis, -  nada a ver com as casas pré-fabricadas de há muitos anos atrás.

Este texto já está enorme - é o quanto estou entusiasmada por ter encontrado este conceito, portanto vou acabar isto com alguns vídeos. Depois, se vos apetecer, digam-me se se imaginam, ou não, numa destas casas.



GMH-Awesome from REVOLUTIONARY TECHNOLOGIES on Vimeo.











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