Ressoar é existir eco, provocar uma vibração de uma qualquer amplitude. É encontrar um reflexo, um pedaço de nós nos outros.
Porque debaixo da carne, numa espécie de mundo subterrâneo, vive algo muito mais verdadeiro, livre e selvagem: a alma. Aquela parte de nós que vive de riso, que dança livremente, que abraça com força, que ama com uma intensidade que se sente até ao tutano, que se alimenta de raios de sol.
O ciclo da vida, quando feita de carne e osso, pode ser demasiado curta para, quem caminha a passos curtos e vagarosos, conclua a viagem que leva a esse mundo perdido, interior cintilante.
Daí a importância das expressões da alma. A alma dos outros é de certa forma um atalho para a nossa. Existem músicas, livros, expressões, imagens, e outras mil coisas que ressoam em mim com uma imensa amplitude, são o meu atalho, que me permitem um momento de sintonia com o melhor de mim, esse tal ser que habita num planalto escondido.
Cada momento destes, em que algo parece perfeito, incólume, brilhante, é uma peça com que se pavimenta o caminho que nos leva à autodescoberta.
Partilharei convosco, peça a peça, algumas das expressões de alma alheias que ecoam na minha "caixa de ressonância".
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