sábado, 12 de outubro de 2013
coisas que me irritam #9 - A ganância
É muito importante para mim sentir que, enquanto consumidora, estou a pagar o preço justo. Independentemente do serviço ou coisa a ser adquirida.
Ênfase no "justo".
Odeio gente gananciosa, (ênfase no "odeio"), logo ofende-me sobremaneira quando o valor cobrado por algo vá muito além do sensato. Trata-se de um motivo para que determinado estabelecimento entre na minha "lista negra".
Mais do que uma questão económica, é uma questão de princípio.
Para quem possa confundir justiça com avarice, nas ocasiões em que me cobram um preço inferior aquele que eu considero justo, faço questão em pagar mais. Nem que seja através de uma gratificação mais generosa.
Um bom exemplo é quando vou aos mercados e feiras, e compro vegetais e frutas directamente ao produtor. Muitas das vezes, o que estes cobram pelos seus produtos é uma fracção do preço praticado em hipers, supers ou mercearias.
Faço questão de pagar mais, porque por cá achamos que o produtor deveria receber justamente pelo seu trabalho, e que a ausência de ganância deve ser recompensada.
Há uns dias, estávamos ambos com o bichinho da leitura. Decidimos que o Parque da Liberdade, com as sombras das árvores, o sossego, o verde, seria o local ideal.
Nova esplanada no local: pequenina, de aspecto simples mas mimoso.
Poucas mesas, pouca gente. Alguns turistas de cabelo grisalho agarrados a livros e a copos de vinho branco.
A ideia de tomar um café e uma água pareceu-nos bem.
Dois cafés e uma garrafa de água pequena: 4 euros.
Preço justo?
Nessa noite passei os olhos pelos panfletos publicitários que enchiam a caixa do correio.
Um desses era de uma loja de electrodomésticos e comunicava, entre muitas outras coisas, uma máquina de café universal. O maior argumento de venda é que cada café ficaria a 3 cêntimos.
Igualmente uma garrafa de água de 50 cl, custa numa grande superfície, cerca de 30 cêntimos.
De 36 cêntimos a 4 euros vai uma grande distância.
Na nossa esplanada favorita, de localização próxima da praia, edifício bem mais requintado, serviço impecável e estrutura sujeita a mais custos para os proprietários, por 3,70€ bebemos café, água e partilhamos uma fatia de bolo até demasiado generosa, de deixar água na boca.
Entristece-me que esta atitude de ganância seja generalizada entre os comerciantes, especialmente em localizações consideradas de interesse turístico. Os preços são altamente exagerados e não traduzem realmente o valor do serviço ou produto. Este, em qualidade, fica geralmente aquém do valor cobrado.
Havemos de voltar ao Parque, mas provavelmente sem passar pela esplanada uma segunda vez.
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