quarta-feira, 26 de novembro de 2014

cromices #58: Não dar cavaco...



A expressão portuguesa "não dar cavaco" significa "não responder, não prestar ou não dar atenção, ignorar, não contemplar alguém ou alguma coisa, não estabelecer ou recusar o diálogo".
 
Ora, é que nem de propósito!

Temos um Presidente da República, de seu nome Cavaco, que tem como hábito não dar cavaco.
 
Já li muito sobre a importância da escolha dos nomes, da sua influência na personalidade da pessoa, mas sinceramente nunca esperei dar de caras com um exemplo tão literal!
 
Isto é caso para aconselhar os futuros pais a escolherem nomes como Justo, Honesto, Honrado ou Meritório.
Pelo sim, pelo não, é coisinha para justificar os vinte e tais nomes próprios de qualquer Alteza Real, e dar azo a que a moda pegue.
 
Eu cá imagino algo tipo "Amável Saudável Honrado Salvador da Pátria Eficaz Trabalhador Talentoso Criativo Sortudo Meritório Atlético Inteligente Bem Sucedido Respeitador Ecologista Amado Feliz Visionário Sábio Longa Vida" - João para os amigos.
 
Assim era tudo muito mais fácil, a partir do momento que qualquer cidadão saberia à partida que era um estúpido do caraças se votasse num indivíduo de seu nome "Trafulha Off Shore".
 
Mas já estou a divagar...
 
 
O que eu queria mesmo dizer é que, o nosso mui querido Presidente, como é seu apanágio, calou-se caladinho aquando a detenção do Sócrates.
 
Ora, eu tenho a mania de me tentar colocar no lugar do outro, de reflectir sobre o que faria na sua posição. É assim que construo as minhas expectativas em relação ao próximo.
 
E, a minha expectativa em relação à pessoa que ocupa o cargo de Presidente da República, Cavaco ou não Cavaco, era que se chegasse à frente, que emitisse, o quanto antes, um parecer a partir de Belém.
 
Que despendesse de cinco minutinhos para afirmar a Portugal e ao Mundo que a Justiça é basilar em qualquer nação que se queira chamar de civilizada, que todo o cidadão é inocente até prova em contrário, mas que não existe absolutamente ninguém que esteja acima da lei.
Que todo o crime cometido por qualquer cidadão é grave e condenável e deve ser punido de acordo com a sua severidade, mas que um crime cometido por um cidadão que se movimente dentro da esfera política e em nome do Estado é duplamente mais sério, pois este, pelo cargo que assumiu, tem o dever perante milhões de cidadãos, de se comportar de forma escrupulosamente idónea.
Que o papel da Justiça é agir. E quando existe acção por parte desta, a mensagem que o País e o Mundo devem reter, é que Portugal está decidido em focar-se no Bem Comum, em expurgar-se de toda a corrupção e vilania que atrasam o progresso, a evolução e o bem estar de todos cidadãos.
 
Just saying...
 

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