terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vida de cão #33: A alimentação do Kiko



A ração constitui apenas uma pequena percentagem da dieta do Kiko. Tomámos a decisão de cozinharmos as suas refeições. Não o fizemos porque simplesmente nos deu na telha. Foi algo ponderado, após pesquisa e reflexão.

Embora as rações já estejam muito desenvolvidas, e acreditemos que existam marcas confeccionadas com ingredientes de boa qualidade, também acreditamos na informação que existe por aí e que afirma que a presença de açúcares, pesticidas, conservantes, matérias geneticamente modificadas, e outros químicos presentes podem ser responsáveis, a médio longo prazo, responsáveis pelo desenvolvimento de doenças várias como a insuficiência renal, cancro, etc.

É justo afirmar que por aqui não confiamos totalmente nas rações, porque nem toda a informação aparece descrita nos rótulos. Uma determinada marca pode afirmar que o seu produto é natural, orgânico e assim, mas algumas das suas matérias-primas podem, e são, feitas usando exactamente os químicos de que tentamos fugir. Como não foi a marca X a desenvolver a matéria-prima, não é obrigada a descrever nos seus rótulos a composição da mesma, apenas a citar a presença da matéria-prima.

Hoje em dia o conceito "human-grade" é uma das grandes "modas" no universo das rações. É uma boa moda: significa que as pessoas estão mais sensibilizadas para a importância da qualidade da alimentação do seu animal de estimação. Investir numa boa alimentação é ajudar a prevenir futuros problemas de saúde e esta é uma verdade que se aplica a animais e humanos.
Basicamente são produtos criados para serem de uma qualidade superior à comum, tão elevada e segura que pode ser digerida por pessoas.
Nos rótulos já aparecem ingredientes específicos como salmão, frango, pato, etc, ao invés de simplesmente carne e seus derivados, que é como lê a "perigosa carne mistério".

Se o primeiro e basilar motivo para cozinharmos para o Kiko foi a presença de químicos potencialmente perigosos nas rações processadas, o segundo foi chegarmos à conclusão que se ração X é óptima porque possui determinados ingredientes, então melhor ainda há-de ser uma alimentação baseada nesses mesmos ingredientes, frescos, sem quaisquer conservantes.

O Kiko não come restos. Cozinhar-lhe as refeições significa isso mesmo: cozinhar para ele. Os alimentos que utilizamos são os mesmos que utilizamos para nós, não são de menor qualidade. Poderíamos sem qualquer problema comer a comida do cão, não é em nada inferior.
As grandes diferenças é que são cozidos à parte, sem sal nem outro qualquer tempero, e que muitos dos ingredientes que apreciamos e comemos não são permitidos a um cão, como a cebola entre muitos outros.
É essencial pesquisar sempre sobre o que é seguro dar-lhes.


O Kiko come três vezes por dia: pequeno-almoço, almoço e jantar.

A primeira refeição é um queijo fresco magro sem sal, ou metade de um iogurte natural sem açúcar.

O almoço e o jantar são mais elaborados. A proteína pode ser qualquer tipo de peixe como salmão, pescada, atum (posta ou de lata), fígado, ovos ou carne de aves.

Não damos ossos de qualquer espécie. Aí entram os snacks ou dou-lhe cenoura crua para roer que ele adora.
Existem duas famílias de acompanhamentos. A primeira inclui o arroz e as massas. Vamos rodando.
A segunda são os vegetais e as leguminosas: cenoura, batata-doce, ervilhas, brócolos, couve, grão de bico, couves de bruxelas, abóbora...

O Kiko come unicamente ração ao almoço misturada com "comida normal", numa proporção metade/ metade. Por exemplo, ontem dei-lhe cenoura cozida com bife de peru e ração ao almoço. Ao jantar comeu arroz com brócolos e parte de uma posta de salmão e de atum. Tudo sempre cozido, sem sal, e de vez em quando temperado com umas gotinhas de azeite.

Também come fruta e gosta. As suas favoritas têm sido até ao momento a banana, a pêra rocha, a meloa e a romã. Atenção ao facto que eles não podem comer caroços, nem de maçã, pêra ou qualquer outra fruta!

A lista do que os cães podem comer é mais extensa do que os exemplos que aqui dei. A informação está disponível na internet, e encontra-se com facilidade. Um dos sites por que me sigo é este. É essencial nunca dar um alimento sem ter a certeza que este é permitido, e estar atento às proporções: a proteína deve ser no mínimo 50% do que lhes é apresentado.

Se pensam que é muito trabalhosa esta opção, estão enganados. Certamente que não é tão imediato como abrir o saco da ração e despejar, mas não é nenhum quebra-cabeças. Basta pesar os ingredientes e cozê-los. Esperar que esteja a uma temperatura aceitável e servir. Podem até cozer previamente para 2 dias e guardar no frio, e pesar e reaquecer no momento.

O Kiko come com uma imensa satisfação, muito mais de quando o trouxemos para casa e lhe dávamos só ração. Tentamos variar-lhe a alimentação o mais possível e ele adora experimentar sabores novos, alguns mais do que outros.
Dá satisfação vê-lo comer, ou melhor dizendo, aspirar a comida. O arrotinho que solta depois é o máximo, e como nos vem lamber as mãos.

Sentimo-nos de consciência tranquila e descansados ao seguir este regime. Também temos consciência que em termos financeiros é-nos fácil seguir esta dieta porque temos um caga-tacos que pesa menos de 9 quilos, e come pouco mais de 100 gramas em cada refeição.

Mesmo assim, quis partilhar convosco este tema. Sempre ficam com uma ideia sobre como alargar os horizontes do vosso animal na hora da refeição, de como dar-lhes snacks mais saudáveis como é caso da cenoura, de algumas frutas.




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