segunda-feira, 30 de maio de 2016
coisas da casa: As casas inclusivas
No Museu das Comunicações, que fica na Rua do Instituto Industrial, nº 16, em Lisboa, foi inaugurada, em 2003, a "Casa do Futuro Interactiva".
É uma exposição permanente onde o cenário de uma casa serve para apresentar o conceito de domótica através de um conjunto de várias tecnologias com funções várias, desde a segurança, entretenimento, inteacção à distância, entre outras.
Esta foi a primeira fase do projecto. Na sua segunda fase, este humanizou-se e evoluiu para o que é a "Casa do Futuro Inclusiva", que a página da Fundação descreve da seguinte forma:
"Apelar à consciência social, em especial à das gerações vindouras, para a problemática da deficiência e da velhice, desdramatizando-a e aceitando-a, foi o que levou a Fundação Portuguesa das Comunicações a renovar esta exposição.
A «Casa do Futuro» tornou-se Inclusiva, isto é, humanizou-se. Pessoas com necessidades especiais ligadas à mobilidade, à cognição, à visão, à audição e à fala, têm hoje, à sua disposição, tecnologias preparadas para as ajudar a integrar-se mais facilmente no seu universo de vida.
Para tal, foi necessário criar novos espaços e alterar alguns dos existentes, introduzindo-se novos equipamentos e funcionalidades e foi acrescentada a «Suite da Avó». O objetivo deste quarto é demonstrar que, com as novas tecnologias, os idosos podem usufruir de melhores condições de conforto, de vigilância e de comunicação junto das suas famílias."
Todas as pessoas, inclusive as idosas e as portadoras de deficiência, merecem viver numa casa e num mundo que esteja adaptado ás suas necessidades, de forma a possibilitar o máximo de conforto, qualidade de vida e autonomia.
Da mesma forma que as nossas casas não estão preparadas à priori para a chegada de um bebé, também estas precisam de sofrer alterações para se adaptarem às necessidades impostas quer pela idade, quer pela saúde.
Enquanto a grande maioria dos edifícios, de habitação e outros, não forem criados de raiz de forma a serem considerados inclusivos e capazes de servirem da melhor forma a pessoa em todos os estágios da sua vida, é importante falar sobre este tema.
Mais importante ainda é inspirar o mercado a satisfazer esta enorme necessidade e lacuna, seja através de gabinetes de arquitectura e profissionais de obras que alarguem a sua actividade, tornando-se também especialistas em preparar habitações para pessoas de idade ou portadoras de deficiência, seja também através da disponibilização dos produtos que permitem esta mesma adaptação no máximo possível de lojas, de forma a que sejam totalmente acessíveis.
Quando falamos em pessoas idosas, (e faço questão de incidir uma especial atenção neste nicho, visto termos uma população envelhecida), uma casa adaptada às suas necessidades faz a diferença do mundo. Algumas mudanças permite-lhes prolongar uma vida autónoma. Nunca devemos desvalorizar a importância que tem nas nossas vidas, na nossa psique, na nossa felicidade, esta capacidade. Na mesma medida, quanto mais autonomia tiver a pessoa idosa, menor a carga para os seus cuidadores.
Algumas das alterações aconselhadas numa casa pensada para pessoas idosas:
- Camas, sofás, cadeiras e cadeirões devem ter uma altura que permita a pessoa ter os pés bem assentes no chão quando sentada.
- As camas articuladas são uma opção mais confortável, por também facilitarem os movimentos, para todos os idosos, mesmo aqueles que não se encontram acamados.
- O quarto da pessoa idosa deve estar o mais próximo possível da casa de banho, e preferencialmente situar-se no piso térreo.
- Não devem existir tapetes pois é muito fácil para um idoso tropeçar. Caso existam devem ser de pêlo curto e estarem colados ao chão com fita adesiva de face dupla.
- Na casa de banho a banheira deve ser substituída por duche, preferencialmente um em que a base seja plana e antiderrapante. Neste deve existir um banco e corrimões.
- Idealmente a sanita deverá ser elevada em cerca de 10 centímetros e possuir barras de apoio laterais. Existem assentos especiais caso não seja possível ou não se queira trocar a sanita.
- O pavimento da habitação deverá ser antiderrapante especialmente em zonas como a casa de banho, e de circulação.
- As maçanetas e puxadores deverão ser de modelo alavanca e nunca esféricas.
- As paredes deverão ser de cores claras. Cores vivas e contrastantes deverão ser utilizadas em pormenores como maçanetas, puxadores, tomadas, interruptores, degraus e outros obstáculos.
- O aquecimento deverá ser providenciado através de ar condicionado e nunca através de equipamentos que podem dar origem a acidentes como braseiras eléctricas, aquecedores a gás, etc.
- É importante que toda a habitação seja bem iluminada, mas que a escolha de luzes não encandeie. Nas zonas de circulação, em particular no percurso entre o quarto e a casa de banho são aconselhadas luzes com sensores de movimento.
- As portas deverão ser largas e o espaço de circulação preservado.
- É importante que tudo esteja à mão, todos os armários, especialmente os de cozinha devem ser repensados. Tomadas e interruptores também devem estar ao mesmo nível.
- Os electrodomésticos que funcionem a gás devem ter sistema de segurança como válvula corta-gás.
- As torneiras monocomando são as mais aconselhadas.
- Alguns móveis, como a mesinha de cabeceira, devem ter os cantos arredondados e estarem fixos à parede.
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