segunda-feira, 2 de maio de 2016

Vida de cão: O dia em que D.Kiko Juan de Casanova não encantou


O Kiko é um sucesso com as meninas. Até a cadela mais encorpada, mais casmurra, mais intolerante se acaba por render aos seus encantos. Nem que seja porque um Jack Russell tem sempre mais energia e, eventualmente, acaba por vencê-las pelo cansaço.

D. Kiko é um gentleman, um cavalheiro: nunca tira o sorriso por mais patadas que leve de uma menina. E, mesmo depois de vencidas, exaustas, nunca vai além de umas lambidelas no focinho, e nariz perscrutador lá nas partes.

Como qualquer D. Juan ou Casanova que se preze, D. Kiko ama todas as fêmeas, independentemente da raça, idade ou porte. Pelo menos até esse amor ser correspondido na mesma medida. Pelo que já pude perceber, regra geral, quando uma fêmea retribui o entusiasmo na mesma dose, o dele esfria.

D. Kiko ama todas as fêmeas por igual. Democrático, o meu cavalheiro cão. Ou assim pensei eu.

É que D. Kiko nunca havia colocado os olhos e o faro numa fêmea da sua raça. Até hoje.
Nós, e dono e cadela, encetámos uma aproximação. A miúda não lhe passou cartão. O Kiko babou-se, ganiu, rosnou, chorou, arfou, roncou e sei lá que mais, tal a excitação. Tudo em 20 segundos. Horrorizou dono e cadela.
Mal puderam pisgaram-se para o carro. Não tivesse o miúdo bem preso pela trela ia atrás. Ainda me puxou com todas as forças para correr atrás do carro.

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