quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Mensagem de Natal


Vejo o Natal, na sua essência, como uma das mais belas manifestações do que é ser humano.
Não me refiro à forma deste ritual, com os seus enfeites, presentes e afins, ou qualquer outro, mas ao facto de, enquanto espécie, desde a aurora da existência, termos em comum o facto de adorarmos o Sol.
Primeiro intuitivamente depois empiricamente percebemos que este é a fonte que permite a vida na Terra, porque impulsiona as correntes atmosféricas e marítimas, porque... faz evaporar a água que depois regressa como chuva e neve, porque estimula a fotossíntese...

 Então celebramos desde sempre o Sol e a Vida. Talvez não o saibamos fazer com a beleza natural das plantas que desabrocham magicamente quando tocadas pelos raios, ou que perseguem a grande estrela, como o girassol. Mas, não é menos poético, (e aqui reside a beleza na forma como por vezes interpretamos e damos significado à existência), que escolhamos o dia mais curto do ano, na estação mais fria, para esta celebração. 


 Poético e fecundo em significado porque figuramos o Sol como um menino recém-nascido, no cenário simbólico do nascimento daquele que nos permite viver. 


 Escolhemos a escuridão para celebrar a luz e a claridade, tanto no seu sentido literal como espiritual, talvez porque não há nada mais humano que só dar o devido valor a algo quando lhe sentimos a ausência. Da mesma forma, isto revela o melhor que existe em todos nós. Escolher o momento de maior breu para festejar a Luz revela que em todos nós reside uma capacidade inata, gigante e maravilhosa para a resiliência, a esperança, a alegria mesmo durante os momentos difíceis. 


 E esta é a minha mensagem de Natal para todos vós: que nunca nos esqueçamos da nossa capacidade para a Luz, sobretudo na escuridão.
Festas Felizes!


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