Conheci a E. porque, quis o destino, que morássemos a passos de distância e frequentássemos a mesma esplanada.
Basicamente, foi assim que, aos poucos, esta terra onde escolhemos viver, deixou de me ser estranha, e as pessoas, deixassem de ser desconhecidas.
Desenvolvemos uma relação, com base em afinidades e no à-vontade uma com a outra, nas conversas de, e entre mulheres, em alguns gestos recíprocos...
Vivemos momentos divertidos, como o episódio em que tentámos plantar uma horta orgânica, que acabou por servir de repasto gourmet a uma família numerosa de caracóis. Esses malandros!
negociodecaracois |
Há várias coisas que gosto na E., mas há sobretudo um gesto que me marcou.
Marcou-me mesmo muito.
Porque, se têm como eu, uma imensa inabilidade na relação com o próximo, que vos impede de transparecer as vossas fragilidades, ou sequer pedir uma mãozinha quando o fardo pesa um pouco mais, saberão que não têm preço alguns gestos!
Em especial os que não precisam de ser verbalizados, que surgem espontaneamente e nos surpreendem.
E como me marcou, naquele dia, ver a E. entrar de rompante pela sala de espera da Clínica Veterinária. Ainda lhe perguntei se tinha acontecido alguma coisa com os seus animais.
Mas não! Estava lá por mim, naquele que foi um dia excepcionalmente triste e difícil.
Obrigada.
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