Quando chegou a minha vez de assumir o papel de administradora de condomínio empenhei-me.
Não que seja um coisa do outro mundo!
Quando não acontece nada de extraordinário, a rotina até se torna simples depois de um par de meses: guardar toda a papelada e arquivo morto do condomínio, escrever a acta referente à reunião, gerir a relação com a senhora que limpa as áreas comuns, fornecer-lhe água, trocar alguma lâmpada fundida nessas mesmas áreas (por incrível que pareça a única coisa em que precisei de ajuda!), espreitar frequentemente a caixa de correio, ir actualizando o mapa de pagamentos exposto no placard conforme as pessoas vão pagando a sua mensalidade, pagar as contas do condomínio e, por fim, marcar uma nova reunião, apresentar um relatório de contas e actividades e passar a pasta ao próximo.
Mas o "meu" ano foi decididamente extraordinário - a "to do" list aumentou exponencialmente por incluír obras no prédio - pintura, reparações no telhado e acrescento de um algeroz.
Era uma experiência totalmente nova e desconhecida para mim, portanto passei muitas horas, (muitas mesmo!), a pesquisar sobre tudo, desde legislação a todos os pormenores incluídos na gestão de condomínios.
Thumbs up para o Portal Gestão de Condomínio que foi o meu salva-vidas, e para alguns vizinhos excepcionais pela sua disponibilidade.
via floripa |
Aprendi a redigir actas, contratos, e toda a imensa papelada que é preciso entregar para obter uma licença no Departamento de Urbanismo. Tudo em triplicado.
Desenrasquei-me quando tive que entregar um esquema do edifício com o espaço da via pública a ser ocupada pela obra à escala que entendiam (abençoado Google).
Tive que realizar diversas reuniões de condomínio naquele ano, com respectivas actas e colheita de assinaturas.
Procurando ser eficiente entregava previamente a cada condómino um documento onde explicava, ponto por ponto, o que iria ser debatido na reunião, de modo a que tivessem as informações necessárias para que, cada encontro não tomasse mais tempo do que o necessário para tomar uma decisão.
Criei um jornal de parede onde ia informando do desenvolvimento da obra.
Tive que gerir da melhor maneira as relações com um empreiteiro que saiu melhor que encomenda, que só era pontual e assíduo nos dias de S. Receber, uma vizinha má pagadora e de feitio intragável, uma proprietária ausente que me emprenhava os ouvidos pelo telefone, um casal do mais chatinho que pode haver, e uns quantos proprietários de garagens incógnitos que, para os descobrir, tive que me armar em detective.
Tudo isto para dizer que ando há meio ano a pedir ao novo administrador que actualize o mapa de pagamentos (epá, juro que basta uma caneta e cinco minutinhos, se tanto), e nada! Estou irritada!
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