domingo, 28 de dezembro de 2014
Vida de cão #9: Dizem que dá sorte.
O Kiko é esperto que nem um alho, disso não há dúvidas. Teimosia também não lhe falta, tanta ou mais que a esperteza.
Em relação às necessidades fisiológicas estamos, de certa forma, a perder a guerra. Estamos a ser vencidos pelo cansaço. A agarrarmo-nos à ideia que quando finalmente for possível levá-lo à rua, (já faltou mais!), poderemos começar um novo capítulo, em que finalmente andaremos por casa sem a necessidade de ligar todas as luzes e olhar atentamente para o chão a cada passo.
Sobre esta necessidade ontem aprendi uma lição valiosa.
Já é hábito, (especialmente agora que faz frio e sentimos na pele o apelo da letargia e da hibernação), instalarmo-nos os três no sofá depois do jantar a ver uma coisa qualquer no aconhego da mantas.
Também é hábito volta e meia adormecermos.
Ontem quando acordei de uma dessas providenciais sestas em família dirigi-me ao wc. Pelo caminho passei pelo escritório. Esqueci-me que umas horas antes tinhamos fechado a porta da sala, impedindo o Kiko de entrar por um bocado como castigo, e que haveria consequências desse time out algures.
Entrei pelo escritório na penumbra, apenas iluminada pela luz que vinha do corredor. Era suficiente para o que tinha de fazer.
Senti algo debaixo dos pés. Estava ensonada, e por momentos julguei que tivesse pisado um dos cinquenta brinquedos de Sua Excelência. Continuei a andar. Um, dois, três passos até o meu cérebro achar que aquela consistência não parecia nada a de um brinquedo.
Pois é. Pisei uma mega poia, sujei a sola dos chinelos e andava, no breu, a deixar pegadas no soalho.
Só vos digo, é um petisco do caraças andar a meio da noite a lavar chinelos e chão.
Faz parte. Dizem que dá sorte. Pelo tamanho da coisa é bom que não me esqueça de jogar no próximo Euromilhões. É que pisei a bosta com ambos os pés, aposto que agora nada me impedirá de me tornar milionária.
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