quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Vida de cão #3: Chichis e cócós
Os cães quando são pequeninos não têm controlo sobre as necessidades fisiológicas. É mesmo assim.
Se não me engano, acho que só a partir dos 6 meses é que começam a desenvolver essa capacidade, a guardarem-se para quando forem à rua.
Sobretudo por esse motivo, castigar um cãozinho porque fez as necessidades no sítio que não desejamos é ineficaz e cruel. Só servirá para assustar e traumatizar a criatura.
Isso inclui aquela mania que algumas pessoas perpetuam de esfregar o focinho do cão na poça de chichi.
Há que ter alguma empatia e sensibilidade. Decerto nenhum de nós gostaria que nos fizessem o mesmo, especialmente se não conseguissemos controlar o que fazemos, quando e onde.
Na véspera de irmos buscar o Kiko, passámos numa loja de animais. Trouxemos o enxoval básico: cama, manta, brinquedos para roer, escova, coleira, trela, produtos para o pêlo e banho e uns resguardos.
Estes resguardos são feitos de um material absorvente que faz lembrar as fraldas dos bébés.
Costumam ser vendidos em conjunto com uma base de plástico toda pipi, mas que optei por não trazer. Achei que seria um desperdício de dinheiro pagar por um acessório que não considero essencial, é somente uma paneleirice, e terá um período de vida útil muito curto, pois a partir do momento em que cão faça as necessidades na rua deixa de ser necessário.
Assim em vez de pagar 20 euros pela base de plástico e mais 5 por uma embalagem de resguardos, trouxe só os últimos. 20 euros que já deram para comprar um saco de boa ração para puppies.
Escolhemos um cantinho da casa de banho para colocar o tal resguardo. É claro que é preciso acima de tudo muita calma e paciência para que o cão aprenda a fazer as necessidades aí.
Por calma e paciência entenda-se esfregona sempre à mão, bons reflexos e articulações bem oleadas - a sério, fica-se nas posições mais estranhas quando no último segundo se dá com uma poça de chichi e há que fazer tudo por tudo para não a pisar. Depois é, como nos ensinaram, agarrar no bicho, exclamar um não!, levá-lo ao resguardo e fazer daquilo uma grande festa.
- Kiko! Chichi! Kiko, cócó! Lindo menino! - repetido ad nauseam, com muitas festas e brincadeira à mistura.
Lemos algures que o intervalo entre comer/beber e fazer as necessidades é curto, que uma opção após a ingestão de alimentos é levar o bicho para tal cantinho e brinca-se com ele até a coisa acontecer.
Já o fiz. Mas é aquela coisa da lei de Murphy. Por mais tempo que lá fiques à espera, o cão só se vai soltar no momento em que for para outra divisão.
Mesmo assim, eu que nunca tinha tido um cão, estava à espera de um cenário muito pior.
Hoje é somente o quinto dia.
Já conseguimos que ele simpatize com o resguardo. Há momentos em que ele até vai para lá brincar.
Ontem fez lá o primeiro cócó, sozinho, sem incentivos nem pressões. Hoje de manhã, a mesma coisa.
Nada mau!
Chichis é que não. É dar-lhe tempo.
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