sábado, 19 de julho de 2014
As minhas lições: Nullius in verba!
Uma das grandes demandas da minha vida tem sido a busca de conhecimento. Se preferirdes, podeis chamar-lhe uma espécie de busca pela iluminação.
Tal não me distingue de nada ou ninguém, pelo contrário. É um trilho que, a cada passo percorrido, nos aproxima, independentemente de todas as diferenças que nos pareçam separar.
Na minha "caixa de ferramentas" não poderia faltar, naturalmente, a curiosidade. Nada se aprende sem curiosidade. E claro, a liberdade, crucial para se ser curioso.
A minha levou-me também ao estudo das grandes religiões mundiais, de filosofias.
Na medida da minha humanidade, fiz os possíveis para evitar julgamentos fundados em preconceitos. A minha consciência seria a minha bússola. O meu objectivo, apreender o que na minha percepção era "trigo", deixar de parte "o joio".
Em resumo, a grande conclusão, (a minha, cada um deve buscar a sua), a que cheguei é a "essência de todas as coisas", chamemos-lhe assim. Existe uma centelha na raíz de tudo o que existe, um ponto comum, uma espécie de coração universal que nos une.
Como explicar?!
Como estamos a falar em religião, quando procuramos a essência das mesmas, o fundamental, o basilar, a sua centelha divina, verificamos que não existem diferenças, apenas semelhanças. É que o coração de todas as religiões bate pelos mesmos princípios elevados, como o Amor, a Compaixão, a Solidariedade, etc. E o mesmo coração bate em todas as coisas vivas.
Apenas a "forma" nos distingue, não a "essência". Este é o primordial elo de ligação entre tudo e todos.
A "forma" das religiões foi construída em redor da "essência", como as paredes de um templo, ou as camadas de uma cebola, em volta do sanctum sanctorum.
E ao longo do tempo, "a mensagem vem-se perdendo com a tradução": a "forma" não honra a "essência".
Para mim, neste contexto, a "forma" é religião, a "essência" é espiritualidade.
Pessoalmente considero-as díspares. Sou pela espiritualidade.
A espiritualidade, é pura, atemporal, é a demanda pessoal e livre de todos pelo reconhecimento desses princípios raíz do qual o Amor é pedra basilar.
A religião é, no seu pior, um produto dos homens para controlar os seus semelhantes. Muitos dos seus aspectos não nos honram. Talvez tenha começado como uma boa intenção.
Não demonizo as religiões, nem quem nelas se encontra. (Guardo isso para o fanatismo.) Encontrei tanto de valor em cada uma delas, ensinamentos e pessoas!
Porque há-de sempre haver gente de bem, em todo o mundo e em todas as crenças, que consegue conciliar numa expressão harmónica e luminosa a forma e a essência. Ainda bem. Serão estas gentes os seus guardiães.
Não sou religiosa, sou espiritual. O meu amor pela liberdade não me deixa abdicar do meu poder pessoal, aceitando cegamente que me digam em que acreditar, o que fazer e como, nas questões da alma; que me sirvam uma versão já mastigada do que é certo e errado, que existam hierarquias em matérias de espírito. Não consigo.
Para mim não existem dogmas: Nullius in verba!
Esse é por enquanto o meu caminho, nem melhor nem pior que o vosso.
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