segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
100 coisas que diria a uma criança #1
Talvez o abecedário se devesse chamar abracadabra, ou algo assim. Porque há algo de realmente mágico em conhecer as vogais e as consoantes, em aprender a escrever e a ler. Cada letra é como uma runa mágica e saber dar-lhes uso é realmente algo digno de um universo de encantamento e feitiços.
Vou começar por te contar um segredo: a Magia é real e existe na mesma medida em acreditas nela.
Se acreditares com muita força, ela revela-se. Se duvidares da sua existência, ela, tímida, esconder-se-á.
Ao longo da vida, espero que tenhas a oportunidade de descobrir os muitos dons e poderes mágicos que possuis. Podem ainda ser só uma semente, mas se fores cuidadosa e os alimentares, tornar-se-ão grandiosos e fortes, e o seu poder será teu, sempre que quiseres ou precisares.
O que comem as sementes? As da Imaginação, Raciocínio, Pensamento Crítico e Conhecimento, por serem tão especiais não se alimentam nem de chuva, nem de adubo, como as plantas que vivem no solo. Preferem sopa de letras, daquelas que vivem nas páginas dos livros.
Criança, se já sabes emparelhar as letras e saborear os sons que resultam desse jogo, estás pronta para mais um segredo. Vou-te ensinar como tratares bem dos teus poderes.
Vou dar-te uma missão: vai a uma livraria ou biblioteca e escolhe um livro.
Vai confiante. Nunca temas um livro, muito menos por este ter muitas páginas, com muito texto e poucas ou nenhumas ilustrações. Não tenhas medo de não perceber o significado de todas as palavras, ou do tempo que demorará a sua leitura.
De palavra em palavra, de página em página, os teus poderes aumentarão e, em menos de nada conseguirás cheirar, tocar e sentir todos os vocábulos. Saberás quais as palavras que sabem a sal, ou as que cheiram a tarte de maçã.
Como que por artes mágicas verás a história contada por todas aquelas letras transformar-se em filme, dentro da tua cabeça. É a tua Imaginação que germinou!
Há muito por onde escolher, mas aconselho-te a começares por Júlio Verne com as suas "Vinte mil léguas submarinas", Rudyard Kipling com o seu "Livro da Selva" ou Daniel Defoe com "Robison Crusoe", Mark Twain e o seu "Tom Sawyer", ou ainda "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Carroll...
Começa pelos clássicos. Guarda para depois tudo o que tenha nascido neste novo século.
Como todas as demandas dos universos mágicos, esta também terá as suas contrariedades. Poderás encontrar dificuldades ou até não conseguires descobrir o encantamento que reside nos livros logo à primeira. Mas vale a pena continuar a tentar. Lembra-te dos teus poderes e nunca desistas!
Desistir é ceder à preguiça mental. Uma mente preguiçosa é um local escuro, onde o sol nunca brilha, e onde as sementes nunca germinam para se tornarem árvores frondosas, carregadas de frutos e folhagem viçosa.
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