terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Vida de cão: dos cães que adoram ir ao vet


Seriam quase 10 da manhã quando me mudo para "roupa de passear o cão".

Sim, que uma pessoa tem mudas de roupa específicas para ir com o canino à rua. Nada de transcendente: roupa suficientemente confortável para caminhar, brincar e correr se necessário, com bolsos - de preferência daqueles com fecho - onde meter os saquinhos do cocó, chaves de casa, fácil de lavar, e que não sejam demasiado boas para não ficarmos tristes de cada vez que lhes acontece alguma coisa.
Nos pés os ténis mais velhos que tiver em casa, pois se é para correr o risco de pisar merda de outros cães cujos donos não sabem o que é civismo, de certeza que não vai ser com um qualquer par xpto, ainda novinho.
Ou seja, ter um cão é também ganhar coragem, em nome da practicidade, para sair de casa feita mendiga, ou lá perto.

Sei que este estilo, mais shabby que chic, não é para todos, que também me cruzo com pessoal de fato e gravata, ou de saltos altos a passear os bobbies, mas é a minha opção.

O Kiko que é um puto esperto, começa a girar o focinho para um lado e para o outro, como quem pergunta o que se passa. E com toda a razão! Normalmente não há passeio aquela hora, muito menos com a "mãe".

Bastou dizer-lhe que íamos ver a doutora para ficar excitado. Para quem duvida que os cães percebem "humanês" na perfeição só vos digo: o puto arrastou-me até à clínica veterinária feito um husky de corridas de trenó. De cada vez que tínhamos que parar para atravessar uma rua com os devidos cuidados, quando arrancava era com o dobro da pujança. Arre, cão!

Fomos pela vacina da raiva, que estava na altura, e aproveitámos a ocasião para despachar já também o comprimido da pulga e o desparasitante interno.
O Kiko só fica nervoso quando o coloco em cima da bancada. Treme de tal modo que a auscultação é uma missão quase impossível.

Felizmente, dar injeções e comprimidos ao Kiko é a coisa mais simples do mundo. Basta a veterinária ter o jarro de biscoitos à mão, espalhar alguns em cima da bancada, o miúdo entra em modo aspirador, numa gula desenfreada que nem sente a pica, e os comprimidos nem são mastigados, mas engolidos. Mesmo aqueles que têm um sabor intragável e costumam ser cuspidos pelos outros cães, que não o Kiko em modo aspirador.
Sempre de cauda a abanar, feliz da vida.

Assim o que na minha percepção é uma ida ao médico, para pôr as vacinas em dia, para ele é simplesmente uma visita a amigos, para comer biscoitos e receber mimos.







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