quinta-feira, 3 de março de 2016

coisas que gosto: Subterrâneos



O termo "subterrâneos" é muito lato. Neste contexto refiro-me a uma série de infraestruturas, antigas e modernas, presentes debaixo do solo, que foram construídas com os mais variados propósitos e localizam-se por todo o globo. São túneis, labirintos, grutas, bunkers, aquedutos, estações de metro, minas, criptas, abrigos e até cidades. Há todo um outro mundo por explorar debaixo dos nossos pés.

Há infraestruturas para todos os objectivos: para reservar água, para facilitar o transporte de pessoas e mercadorias, para fins bélicos e estratégicos, para servir de abrigo tanto em caso de guerra como do clima adverso, do qual o PATH, em Toronto no Canadá, é um belo exemplo:




O recurso a infraestruturas subterrânea é tão antiga quanto o Homem, mas nota-se uma tendência contemporânea em reaproveitar espaços já existentes, (como aconteceu na Ilha Kish), e até a propensão de cada vez mais arquitectos em apresentarem conceitos subterrâneos como a derradeira solução para a falta de espaço, a elevada densidade populacional, um maior respeito pelo ecossistema. Dois exemplos são o Terminal Express Rail Link West Kowloon  - a maior estação ferroviária subterrânea do mundo, e o Earthscraper no México:




São projectos indubitavelmente impressionantes, mas não assim tão inovadores. As cidades subterrâneas são conceitos que existem há muito. Vejamos o exemplo de Cappadocia na Turquia:





Mais antiga e surpreendente ainda é a rede de túneis, da Idade da Pedra, que se estendem por toda a Europa.

Porque é que gosto de subterrâneos?

Porque sou daquelas pessoas que preferem, de longe, a amplitude visual de campos verdejantes a perder de vista a um qualquer cenário urbano, especialmente o das grandes urbes. Portanto, vejo neste conceito, (se este for possível desenvolver sem danificar o meio ambiente), uma oportunidade de ouro de mantermos até certo ponto as comodidades a que nos habituámos enquanto limpamos o mundo exterior do excesso de cimento e alcatrão, podendo devolver a muitas espécies animais os seus habitats, a reflorestar muitos dos espaços, podendo a nossa espécie usufruir também de maior qualidade de vida.
Nesta perspectiva, entendo e dou valor ao prisma "oásis subterrâneos".



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